18 janeiro 2015

Resenha: Jardim de Inverno




Autora: Kristin Hannah
Editora: Novo Conceito
Páginas: 415
Assunto/ Categoria: Ficção Americana, Drama, Segunda Guerra Mundial, Rússia, Histórias
Sinopse: Meredith e Nina Whiston são tão diferentes quanto duas irmãs podem ser. Uma ficou em casa para cuidar dos filhos e da família. A outra seguiu seus sonhos e viajou o mundo para tornar-se uma fotojornalista famosa. No entanto, com a doença de seu amado pai, as irmãs encontram-se novamente, agora ao lado de sua fria mãe, Anya, que, mesmo nesta situação, não consegue oferecer qualquer conforto às filhas.
A verdade é que Anya tem um motivo muito forte para ser assim distante: uma comovente história de amor que se estende por mais de 65 anos entre a gelada Leningrado da Segunda Guerra e o não menos frio Alasca. Para cumprir uma promessa ao pai em seu leito de morte, as irmãs Whiston deverão se esforçar e fazer com que a mãe lhes conte esta extraordinária história.
Meredith e Nina vão, finalmente, conhecer o passado secreto de sua mãe e descobrir uma verdade tão terrível que abalará o alicerce de sua família… E mudará tudo o que elas pensam que são.
“Difícil não rir um tanto e chorar ainda mais com a história de mãe e filhas que se descobrem no último momento.”
– Publishers Weekly
A história que sua mãe conta é como nenhuma outra já ouvida por elas antes — uma história de amor cativante e misteriosa que dura mais de sessenta anos e parte da Leningrad congelada e devastada pela guerra até o Alasca, nos dias atuais. A obessão de Nina por esconder a verdade as levará a uma inesperada jornada ao passado de sua mãe, onde descobrirão um segredo tão chocante, que abala a estrutura da família e muda quem elas acreditam ser.



Conto de fadas... E emoções da Segunda Guerra




  Jardim de Inverno é o primeiro livro que leio da Kristin Hannah, e depois de ouvir falar muito bem sobre a autora, esperava algo grandioso, mesmo não querendo criar expectativas, ainda fica aquela ponta no subconsciente. E o que posso dizer é que ela satisfez minhas expectativas. Só que de um jeito diferente... Ao começar este livro, não esperava uma história tão intensa, triste em alguns momentos, tocante... Idealizei algo com uma escrita diferencial mais que tudo, sem atentar aos fatos da história. Mas o que realmente diferencia esta história são os acontecimentos, ela fala por si só. E isso me agradou muito. Jardim de Inverno é emocionante, dá lágrimas, aflição, tortura... mas faz você refletir sobre sua família. Faz com que você se faça uma pergunta simples, para a qual deveria saber a resposta: você os conhece? Conhece a história deles antes de você? Consegue os compreender antes de pensar em amar?



     Meredith e Nina são irmãs, e muito diferentes uma da outra. A primeira toma conta dos negócios do pai, é casada, tem filhas que já deixaram o conforto de casa, seu marido é escritor e ela convive próxima aos pais, cuidando deles, e curiosamente - ou não - acorda cedo para se exercitar. Já sua irmã não tem um lugar para retornar todos os dias. O mundo é sua casa. Nina é fotojornalista e passa o tempo todo viajando por diversos países, registrando a tragédia no olhar das pessoas. E suas fotos, publicadas numa revista importante, ganham prêmios. Mas por isso, Nina não se estabelece bem, fixando um compromisso no qual esteja sempre com alguém. Até tem uma pessoa especial na mesma profissão... mas tudo parece tão incerto. Nina é do mundo. Enquanto Meredith é da família. Um dia o pai de ambas adoece, o pai que segurou todos os conflitos, quando a mãe se fez distante, agiu de um jeito absurdamente estranho e deu a entender que não amava as filhas, o pai aconselhou, ajudou e fez tudo que pôde para que não faltasse nada da parte dele. Mas a doença que descobre o levará à morte. E antes de ir, faz um pedido: para que as filhas ouçam o conto de fadas que a mãe contava durante a infância. Para que elas pudessem conhecê-la. Mas como, se a cada vez mais ela parece difícil e inalcançável? 




     Por isso o pedido para as filhas é feito para Nina, para que ela pudesse convencer a mãe a contar e Meredith a ouvir. Meredith foi muito decepcionada pela mãe quando criança. E o comportamento da mãe no momento também não era nada incentivador. Ela tinha medo de ser decepcionada. Apenas a determinação jornalística de Nina poderia resolver o problema. E resolve. Quando conhecemos o conto de fadas de Anya, a mãe, entendemos tudo. Compreendemos seus motivos, conhecemos a personagem. Descobrimos porque a frieza com as filhas a vida toda... E a descoberta é algo pesado. Passa um sentimento triste. A história te envolve pouco a pouco, e quando você vê, entende e sofre com os personagens. Sente pena de Anya. E como não sentir? Acontece que tudo tem relação com fatos da Segunda Guerra Mundial. Traz a fome, o frio aterrador russo, a luta, o medo, o caos. E você vive um pouco disso. 

      O conto de fadas se mistura à realidade. E por metáforas que caem pouco a pouco, descobrimos mais e mais desta história. Detesto histórias de guerra com sangue e sofrimento que não acrescentam nada a não ser violência. Mas as histórias humanas realmente conseguem me tocar. As histórias que nos mostram que a história nada mais é do que simplesmente fatos de seres humanos que já estiveram nos mesmos lugares que nós. A história é consequência das ações dos seres humanos. E todos eles sofrendo as mesmas consequências, pelas suas decisões, ou pelas dos outros, injustamente. O caso de Anya é para pensarmos nessa segunda parte, quando alguém sofre pelas ações dos poderosos no mundo. Como um ato que parece tão pessoal para um pequeno grupo toma dimensões enormes, modificando totalmente a vida de outras pessoas, e dando fim a muitas outras. E o final: surpreendente. Há um momento em que você lê e imediatamente pensa "não acredito!" e fica muito chateado com a autora. Mas ao continuar percebe que o final foi o melhor possível. Tocante. Reconfortante. Especial para uma história especial. E como dito no início, ao final da leitura é impossível não se questionar sobre a história antes de você, que mudou todo o mundo antes de você entrar nele. Que modificou as pessoas mais importantes para você. Assim como te conscientiza fazendo pensar na postura que tem com seus filhos, fazendo com que você os conheça e se apresente a eles. Para que simplesmente alimente o mais importante numa família: o amor e a união.



5 Estrelas


7 comentários:

  1. É sempre muito bom ler resenhas tão positivas de algum livro. Esse é um dos livros que já li diversas resenhas e nunca alguém falou mal, muito pelo contrário, sempre foi muito elogiado. Eu gosto de temas que envolvem Segunda Guerra, embora tenha sido um período extremamente triste. Mas como disse, acredito que o livro vai além disso, o enredo é bem humano e tem seu lado reflexivo. Muitas pessoas se emocionaram demais lendo, não sou muito fã de livros assim, mas acho que esse é um que vale a pena.

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  2. Foi o primeiro livro que eu li da autora, eu confesso que li antes da publicação da Novo Conceito, sabe aquelas publicações feita pela Seleções? Aquelas que vem com quatro histórias... pois então, foi lá que conheci Nicholas Sparks, James Patterson e Kristin Hannah. Eu confesso que como você, nem sou fã de livros de guerra, mas a leitura do livro da autora é tão flúida e eu acabei me entregando profundamente. Pretendo ler mais livros dela esse ano ♥

    beijos,

    Amy - Macchiato

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  3. Me emocionei muito com este livro, principalmente na reta final. realmente não era um final que eu torcia, mas foi um final perfeito para todo o enredo.
    Bjs, Rose

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  4. Oi, tudo bom?
    Adorei a resenha, mas ainda não li o livro e nenhum da autora, porém tenho vontade de ler, os livros dela, espero que eu goste do livro.
    Beijos *-*

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  5. Para começar, que capa maravilhosa, fiquei "enfeitiçada" por alguns minutos >< ( além desse marca páginas mais gracinha ^^) .
    Sou uma fã incondicional de textos acerca da segunda guerra, pois, de alguma forma, tento compreender como tudo ocorreu, como a psique humana pôde se distorcer tanto e como uma nação feria conseguiu ser tão cruel.
    Normalmente, mesmo sendo textos fortes e comoventes, não me decepciono, sempre acrescento algo em minha vida.
    Já me perguntei isso algumas vezes: "Como eram essas pessoas antes de eu nascer?". Sei que nunca vou ter uma resposta inquestionável ou cem por cento certa, mas isso não evita que eu lhes faça algumas perguntas, vez ou outra.
    Eu fiquei intrigada ( e já formei algumas teorias sobre o que pode ter ocorrido), me pego criando expectativas e espero satisfazê-las tanto quanto você =).

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    1. Acho que você ia gostar de um filme que tem como título "Nós que aqui estamos, por vós esperamos". Depois procure.. ;) Eu me emocionei vendo.
      Beijos

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  6. Menina, quase chorei lendo essa resenha!
    Já ouvi falar do livro e da Kristin Hannah, mas nunca li nada dela, apesar da grande vontade. Amo histórias tocantes, sobre a alma humana. Mas o que mais me cativou agora, foi saber que fala um pouco sobre a Segunda Guerra Mundial. Eu sempre me emociono profundamente ao ler sobre os horrores por traz disso tudo. E tem o drama familiar também, que sempre toca algo em nós. Algo que é diário, que sempre estamos nos questionando, olhando para nossas famílias também. Espero poder lê-lo!

    Beijos, resenha linda!

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