30 janeiro 2015

O amor é a cura




Olá! Tudo bem com vocês? Comigo tudo lindo, perfeito, azul, purpurina e arco-íris. Mas hoje o assunto é sério e o post é escrito com amor e respeito. Escrevi esse texto pensando em algo que ainda não vi em relação a esse lançamento e campanha, mas que todos sabemos que acontece: a intolerância a histórias com temática LGBT. O que já vi até com autoras nacionais. Aqui expresso meu apoio ao amor e à tolerância, e à nova campanha da Galera Record: #BeijaçoGalera.


Quando comecei a ler viciadamente acreditava no discurso que as pessoas me contavam e vivia um sonho. Diziam para mim que as pessoas que leem tinham mais clareza, compreendiam mais e viviam melhor. Depois de anos me aprofundando nesse mundo e de muito convívio na blogosfera literária - o que me garantiu ainda mais conhecimento a respeito do público leitor -, sei que esse discurso é falso. Eu vivia uma utopia, pensava que os leitores eram sábios. Vivia presa na visão infantil e sonhava com um mundo onde um grupo de humanos tinha o mesmo amor que o meu coração infantil, o mesmo senso de justiça e de amor. As coisas parecem tão simples ao olhar de uma criança. E então eu cresci e entendi o que significa a humanidade. Uma das coisas que mais magoou meu coração desiludido foi ver que as pessoas que admirava estavam longe daquela idealização. Entre os leitores há seres humanos de todo tipo. E entre a literatura há preconceito.

Roubando uma citação de um autor admirável que parou para refletir sobre acontecimentos terríveis do século passado: os seres humanos me assombram. A Guerra Mundial acabou, o nazismo foi derrotado. Mas hoje é possível ver no pensamento até de quem nem sabe o significado histórico das coisas comportamentos que se assemelham à uma ideologia fascista: a intolerância. Meu coração é grato por não viver num país em que a intolerância ganhe tanto espaço, apesar de ficar horrorizada quando vejo atos insanos defendendo o que for. E triste quando vejo outros seres humanos em outros países alegando seguir uma religião, que deveria defender o amor, pregar o ódio. Todavia, hoje quero falar a respeito de um tipo específico de intolerância, um tipo que gostaria de chamar de intolerância ao amor. E infelizmente, terei que admitir que ela existe no mundo literário.

Na verdade, nesse universo existe em relação a tudo, não só em relação à histórias com temática LGBT. Nada seria tão normal, então, quanto ver pessoas expondo, então, sua intolerância  a histórias que falam de um tipo de amor diferente do delas. A intolerância ao amor é uma doença engraçada, diretamente ligada com a virose da incompreensão. E a incompreensão é irmã da não aceitação, aquela que invade o hospedeiro e o faz repudiar tudo o que é diferente daquilo que ele vive. Ou seja, faz o ser humano se apegar a ideias do passado e defendê-las. Mas a cura está chegando. Pessoas do mundo inteiro a desenvolvem diariamente, lutando contra as garras dessas doenças tão cruéis: o amor. É o amor e a persistência em aceitá-lo e vivenciá-lo que cala a boca do ódio. Seu ódio não manda no meu amor. Seu ódio não manda no amor de ninguém. Sua intolerância naturalizada também não. Você tem todo o direito de não aceitar, mas fique doente sozinho e faça o favor de não estender isso às outras pessoas. Estamos todos vacinados pelo poder do amor. E é no amor que o mau não entra, não tem força e não modifica.

A doença existe, mas a cura é forte. E outra injeção está atuando, inventada pelo escritor David Levithan. David a inventou usando a razão e a compreensão. É um escritor que tem uma capacidade única de se colocar no lugar do outro, o que é totalmente comprovável em Todo Dia. E seus livros recentes, lançados no Brasil, têm tratado da temática LGBT. São um meio de fazer com que o público parte dessa comunidade tenha livros com os quais se identifique, ou apenas os faça refletir sobre toda a questão e a história, e que fazem com que quem não faz parte delas se coloque, também, no lugar do outro. Reforça a injeção da compreensão atuando com a cura do amor mais ainda. E ontem a nova capa do próximo lançamento do tipo veio ao ao público, de Dois garotos se beijando, outro lançamento da Galera Record divulgando o trabalho do autor (capa inspirada na versão britânica). O que gerou alguns comentários dos leitores, por alegarem que seria para ocultar a versão americana que é uma foto de um casal homossexual. Não interpretei dessa forma. E hoje a editora provou o que eu pensava divulgando uma campanha que vai contra a intolerância no meio literário. Mas a simples publicação do livro e sua capa - ilustração que eu achei divina ou foto - prova que a aceitação e o amor existem e estão fazendo a diferença. E que quer algumas pessoas aceitem ou não, vai ter amor e vai invadir a literatura. Ele é a cura.




Quer ajudar a injeção de amor e compreensão racional a se espalhar? Confira a campanha da Galera Record #BeijaçoGalera e participe ou compartilhe. Compartilhe este texto e mostre que seu amor é mais forte que tudo e não está sozinho, pois em todos os cantos do mundo há pessoas que amam e aceitam em contrapartida a todas que não toleram.

Deixo aqui uma foto em apoio à campanha, com meu amor especial, vencedor de outro tipo de intolerância. Compreendemos um ao outro. Somos um Céu Esquisito.




5 comentários:

  1. Achei mega lindo essa campanha da Galera, muita gente reclamando da capa... mas eu achei ela mega linda, um trabalho muito bem feito... o povo adora reclamar. hahaha eu penso, quer a capa americana? compra o livro na edição americana, uai hahaha.


    Seu texto, que orgulho de ser sua leitora, Vivian! ♥



    beijos,

    Amy - Macchiato

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  2. Oiii
    Mas menina, quem é você?? Estou amando tudo que você tem escrito! Concordo com você, não tolero preconceito, para mim toda forma de amor é válida e deve ser respeitada. Eu acho que o David sabe exatamente o que significa “amor”, e ele vive provando isso em seus livros, como Todo dia, Will & Will com JG e outros... Admiro sua força e determinação em espalhar amor. Quanto a capa de Dois garotos se beijando, achei a britânica mais bonita, por causa da cor escolhida para o título, não conheço a americana, então não posso opinar; o que posso dizer, que o que realmente importa é a ideia que ela quer passar, e isso está nessa capa, que para todos os efeitos também é linda. Amei a foto e suas palavras <3
    Beijos

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  3. Que linda essa campanha! E é muito bom saber que você apoia e também adere. Assim que comecei a ler, me lembrei automaticamente do livro mais lindo que já li na vida e que foi citado no seu texto "Todo Dia" do talentoso David Levithan. A forma que ele escreve esse livro é delicada e natural, levando em consideração um tema "polêmico". É, como sempre digo quando indico o livro, uma leitura que deveria ser OBRIGATÓRIA a qualquer ser humano. As pessoas se preocupam demais com a vida dos outros, deveriam entender que existe o amor entre pessoas e não gêneros. Se todos tivessem isso em mente, acredito que o mundo não seria esse poço de ódio, o amor prevaleceria. Mais uma vez, belíssimo texto.

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  4. Você está me deixando viciada nos seus textos, você escreve tão bem, de uma forma tão cativante (de verdade) !
    Essa campanha é maravilhosa e David Levithan é um escritor fantástico, tanto ele, como seus livros e a campanha, têm todo o meu apoio e respeito.
    Já sofri preconceito racial, então, sei o quanto isso é doloroso e complicado, não desejo isso a ninguém (é estranho e triste pensar que mesmo estando no século XXI, ainda podemos ver tantas pessoas com pensamentos arcaicos).
    A literatura, desde que surgiu, tem como objetivo a quebra de tabus, foi assim quando tentaram inserir o sertanejo, o cidadão pobre, no romantismo e é assim agora, quando inserem pessoas com características outrora vistas com preconceito. Quando as pessoas pararem de olhar apenas o que lhes apetece e julgar como correto apenas o que faz parte de seu "círculo social', não mais será necessário debates ou espanto com temas ditos polêmicos, caberá a nós, leitores, apenas nos maravilharmos com a leitura e nos encantarmos com essas histórias.
    Ps.: Sua foto ficou muito meiga =) !

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  5. Olá, tudo bom?
    Adorei o incentivo da editora, super bacana mesmo, pois hoje em dia se há muito preconceito sobre homossexualismo, porém cada um escolhe a sua sexualidade não é mesmo, espero que essa campanha possa abrir os olhos de muitas pessoas, adorei a sua fota.
    Beijos *-*

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