Resenha: Cidade dos Ossos

Os Instrumentos Mortais - Volume 1

Autora: Cassandra Clare

Editora: Galera Record

Sinopse: Um mundo oculto está prestes a ser revelado... Quando a jovem Clary decide ir para Nova York se divertir numa discoteca, ela nuca poderia imaginar que testemunharia um assassinato - muito menos um assassinato cometido por três adolescentes cobertos por tatuagens enigmáticas e brandindo armas bizarras. Clary sabe que deve chamar a polícia, mas é difícil explicar um assassinato quando o corpo desaparece no ar e os assassinos são invisíveis para todos, menos para ela. Tão surpresa quanto assustada, Clary aceita ouvir o que os jovens têm a dizer... Uma tribo de guerreiros secreta dedicada a libertar a terra de demônios, os Caçadores das Sombras têm uma missão em nosso mundo, e Clary pode já estar mais envolvida na história do que gostaria.

     Quando resolvi investir na série, ela estava no auge, sendo super comentada, e todos falavam de uma fantasia urbana com tudo que tem direito, mais um bad-boy que todos amavam - Jace. Só que ao ler, me decepcionei um pouco. Foi o caso de mais uma premissa que teria tudo para entrar na lista dos meus favoritos, mas a escrita da autora não permitiu que isso acontecesse. Acontece que, na verdade, o enredo é bem mais jovem do que eu imaginava. A personagem principal, Clary, é do tipo que não chama muito a atenção no início. Na verdade, parece que ela nem "tem personalidade", e por isso não se destaca no enredo, no sentido de fazer você gostar dela, mesmo sendo a protagonista. Óbvio que não me cativou. O famoso bad-boy é até legalzinho, mas poderia ter sido muito melhor, e bad-boy de verdade - o que ele não me pareceu. Mas, o que salvou o livro para mim foi todo o diferencial do mundo criado pela autora. Uma pena que o desenrolar não tenha me cativado tanto assim.

        Tudo começa quando Clary vai com seu amigo Simon numa boate. Lá acaba presenciando um assassinato no qual o corpo da "vítima" some. Os responsáveis pelo aparente crime são adolescentes tatuados, que parecem surpresos por ela poder vê-los. Depois disso, o tal "bad-boy" de que falei antes, que foi quem mais chamou a atenção dela entre eles, aparece em outros momentos, sem dar a ela a chance de um diálogo onde teria esclarecimentos. Até que sua mãe desaparece. Clary chega em casa e encontra um ser sobrenatural totalmente inusitado, que a convence de vez da realidade louca daquela situação. Jace pouco a pouco explica para Clary mais daquele mundo. E ela descobre que todas as lendas são reais, tudo existe: anjos, demônios, vampiros, fadas... E que o grupo que tinha visto na boate são nephilins. Eles cumprem o papel de caçadores de sombras, que devem proteger "todos" dos seres do sub-mundo, com más intensões, mantendo um equilíbrio. É indo para o Instituto que ela conhece o restante do grupo que estava na boate e entende melhor esse mundo, indo atrás de mais mistérios - essa é a parte boa, a ideia de "mitologia" criada pela autora. 

           "Maravilha"! Uma premissa "incrível" e que não para por aí. O sequestro da mãe de Clary está diretamente ligado ao grupo e a esse mundo todo, obviamente, por isso mesmo, ela se vê totalmente envolvida nesse mundo. Realmente, ao ler desta forma, parece a coisa mais incrível para quem gosta de fantasia. Se falarmos em um provável romance dela com Jace, aumenta ainda mais a atenção e o "preciso ler". Mas... Acontece que no início a história é bem mais parada, a leitura não flui. Pelo menos para mim. Na verdade, até tem ação, na correria deles e no contato com esse mundo novo, que deve ser apresentado. Mas para mim não fluiu, porque não consegui me cativar pelos personagens nem pela narrativa da autora. Ficou mais como uma leitura do tipo "preciso acabar logo" - eu nunca abandono um livro. Só que mais para o final, as coisas foram melhorando, exceto por um conflito que ela jogou ali que eu considerei desnecessário. Sendo mais específica, foi algo que alterou o relacionamento de Clary e Jace. Vocês sabem que eu adoro um bom romance, e que basta ter um no livro e eu embarco feliz da vida, na maioria das vezes. Só que o romance deles não cresceu muito. Acho que a autora quis ficar bem nesse clima juvenil sem apressar as coisas, mas o romance acabou ficando parada demais. Uma cena ou outra me chamaram a atenção, mas fora isso... lembro do comercial da OLX sobre o casal. Devido a isso, esse conflito que ela colocou no final até deu uma emoção - porque antes estava difícil -, mas, será que foi mesmo necessário? Não seria melhor eles terem alguma atitude de verdade? E sim, já vi como esse conflito vai se resolver nos outros livros, porque recebi o spoiler. Não sei se fico aliviada ou chateada.

          

          Por outro lado, gostei tanto da premissa que ela criou, do mundo e etc, que o livro sobe no meu conceito por isso. Pelos personagens nem tanto. O mais legal é o Jace, gosto muito da sinceridade e ironia dele, mas ainda poderia ser muito melhor. E esse é outro exemplo de livro da editora que tem a capa e a edição lindas demais, mas cuja história não me envolveu. Fico chateada com essas coisas (outro exemplo foi Fallen, lembram?). Mas é claro que a edição é linda, com os brilhos e as citações escolhidas. Perfeita. Uma pena eu não ter desfrutado tanto dela. Ainda tenho esperanças de que haja melhora, pretendo ouvir a voz dos amigos que dizem isso dos próximos volumes. Como se eu tivesse opção. Afinal, antes de ler já consegui os três primeiros livros. Então agora é encarar quando der. Espero sinceramente que melhore e que eu veja o mesmo que todo mundo vê na série. Porque o primeiro volume não deu muito certo.

        

O Filme:

Te dará spoilers mesmo se você tiver lido o livro. Se você não leu, cuidado ao ver o trailer. O ator escolhido não me serviu como Jace de jeito nenhum. A Clary ficou boa, mas... no máximo que ela pode ser boa. O ponto alto foi ver os cenários e a mitologia em imagens vivas. E sem a escrita da Cassandra, tudo fica mais dinâmico no filme, então vale muito a pena. É até divertido, bom. E os spoilers tiram o dramalhão desnecessário de que falei. 

Conclusão:

  Para mim não foi isso tudo, poderia ter sido muito melhor. Mas a premissa é muito boa, então vale a pena. Vamos ver o que o próximo nos reserva.