Resenha: A ponte de Haven

- Livro cedido em parceria com a editora -

Autora: Francine Rivers

Editora: Verus - Gupo Editorial Record

Assunto/ Categoria: Ficção, Romance Religioso, Filho Pródigo, Romance Americano, Romance Cristão

Páginas: 432

Sinopse: Hollywood, década de 50. Lena Scott é a estrela mais quente a chegar às telonas desde Marilyn Monroe. Poucos sabem que seu verdadeiro nome é Abra. Menos ainda sabem o preço que ela pagou para finalmente sentir que é alguém.Para o pastor Ezekiel Freeman, Abra sempre será a menininha que roubou seu coração na noite em que ele a encontrou, recém-nascida, abandonada debaixo de uma ponte nos arredores de Haven. Ele e seu filho, Joshua, a observam crescer e se tornar uma mulher de beleza exótica. Mas Ezekiel sabe que as circunstâncias do nascimento de Abra deixaram cicatrizes profundas em seu coração, que a tornam vulnerável a um homem charmoso e persuasivo, o qual a atrai para o mundo glamoroso e superficial do cinema.Hollywood parece estar a um milhão de quilômetros de Haven, e a ingênua Abra aprende rapidamente o que se espera de uma garota ambiciosa e deslumbrada. Mas ela vai descobrir tarde demais que a fama chega a um preço terrível. Abra queimou todas as pontes para obter exatamente o que achava que queria. Agora, o que ela mais quer é um caminho de volta para casa.Nesta envolvente saga sobre tentação, graça e amor incondicional, a autora de Amor de redenção nos brinda com uma narrativa de fôlego, que vai permanecer no seu coração muito além da última página.

A "filha pródiga" e sua história de redenção

Amor de Redenção, primeiro livro que li de Francine Rivers, é, com certeza, um dos meus livros favoritos. Por isso, comecei a ler este livro com o coração já repleto de amor. O que posso dizer já de cara é que a leitura só aumentou o amor que tenho pelas obras da autora. A ponte de Haven é, assim como Amor de Redenção, uma história sobre uma mulher que desde a infância se decepcionou e graças a isso se tornou fechada, triste e perdida; mas que se encontra graças ao amor de Deus. Neste livro senti muito mais um apelo à fé do que no outro, então não sei se recomendaria para quem se incomoda de ouvir falar de Deus e não está aberto a mudar isso. Mas para os cristãos de plantão, não importa o segmento (católico, evangélico, espírita, umbandista, apenas espiritualista...), eu indico. Indico principalmente para quem procura refletir mais sobre a influência de Deus na vida humana.

Este história tão emocionante conta a vida de Abra. A menina foi encontrada bebê debaixo de uma ponte, pelo pastor Zeke, que chegou até ela impulsionado a estar ali, por um chamado de Deus. É criada por ele e sua esposa, que logo vem a falecer. Isso gera um fato que leva Abra a se decepcionar com o pastor, já que é muito pequena para entender uma atitude que ele toma. Junto disso há outros fatores que fazem com que ela se torne uma adolescente que acredita ser indesejada, alguém sem lar, de quem ninguém gosta, sem identidade e tudo isso. Devido a essa revolta, ela se torna Lena Scott em Hollywood, depois de cometer uma longa fila de erros que deixa todos os personagens da pequena cidade de Haven decepcionados, já que na verdade todos se importam, sim, com ela.

" - Deixar ir não é desistir. É confiar que Deus vai fazer o que tiver de ser feito. Lembre-se do que você sabe que é verdade. Deus a ama mais que você. Ele a ama mais do que eu, ou do que Peter e Priscila, mais do que todos nós juntos. - Ele suspirou. - Às vezes Deus tem que destruir para salvar. Ele tem que ferir para curar."

Acompanhamos as perspectivas de Abra, Zeke e Joshua (filho do pastor Zeke), tanto durante a infância/ adolescência de Abra, quanto quando ela está distante da cidade natal. Um dos motivos que citei para sentir que este livro apela mais para a fé, talvez tenha sido a presença da narrativa de Zeke e Joshua, que são pessoas ativas numa Igreja (acredito que protestante), as quais sempre buscam lembrar de lições que a religião ensina e a ter fé pelos caminhos que a vida toma, já que quando Abra sai da cidade, ninguém sabe onde ela está e se está bem. Boa parte do livro é com eles rezando pelo bem estar dela, e pela sua volta, tendo "noção" dos erros que cometeu (erros que na verdade vão além da crença religiosa, já que ela é muito nova e movida pela revolta quando faz algumas coisas que não queria fazer).

A ponte de Haven mostra, de acordo com a ideologia religiosa, a importância do erro e da dor para o "crescimento espiritual", a maturidade. Traz uma ideia que não condena, mesmo associada a ideias bíblicas, Francine consegue escrever um Deus que consola, que busca, que perdoa, redime, e é por isso que suas histórias me convencem, porque mostram a bondade infinita e perfeita de Deus mesmo por essa ótica religiosa. Também deixa claro que uma pessoa não pode mudar a outra, mas que somente ela mesma pode tomar a iniciativa e se apoiar no amor de Deus para isso, que o amor divino é o que traz a redenção, a fé (o que pode incomodar um pouco; não me incomodou porque interpretei que isso pode acontecer na vida de uma pessoa independentemente da sua crença religiosa, desde que esteja voltada para o bem de si mesma e dos outros). 

"Eu não lhe dei um espírito de medo e timidez." - Deus falando com Abra.

É, com certeza, uma história imperdível. Lembra a parábola do filho pródigo, só que na década de 50, com contexto histórico americano, envolvendo o cenário de Hollywood. Questiona sobre os valores humanos, sobre o que escolhemos para a nossa vida ser realmente o que queremos e sobre prestarmos atenção em nós mesmos. É um livro que te faz pensar "Afinal, estou fazendo o melhor para mim? Para a minha vida? Estou feliz? Consigo ser eu mesmo em todos os momentos?". Fora o fato de que a escrita de Francine, com citações bíblicas, de sermões ou hinos, e seu modo próprio de narrar, é puro amor. Mais uma vez, um de seus livros deixa registrado todo o sentido de Amazing Grace.

5 Estrelas