04 agosto 2014

Resenha: Um País Chamado Favela






Autores: Renato Meirelles e Celso Athayde 

Editora: Gente
Assunto/ Categoria: Pesquisa, Consumo (Economia), Empreendedorismo Comunitário, Favelas - aspectos econômicos, Favelas - Aspectos Sociais, Favelas - Brasil, Planos de Negócios, 
Páginas: 167
Sinopse: Se as favelas fossem um estado, seriam o quinto mais populoso da federação, capaz de movimentar 63 bilhões de reais a ada ano. A pesquisa Radiografia das Favelas Brasileiras reuniu números surpreendentes e reveladores sobre este território, muitas vezes estigmatizado pelo senso comum. Da pesquisa surge este livro, que mostra que é difícil entender o Brasil sem entender as favelas, unindo o rigor científico das pesquisas de opinião com o conhecimento prático dos moradores de favela. O universo da favela real parece ainda invisível à grande mídia, aos intelectuais e a boa parte dos planejadores de negócios, que ignoram e desprezam seu poder transformador. Estamos diante de um novo cenário nas favelas do Brasil. Então, quais são os perfis que se revelam e as perspectivas que trazem à nossa sociedade? Os autores desmistificam a favela de hoje apoiando-se em informações inéditas, mostrando que esse é um território não apenas importante e em desenvolvimento, mas também uma área de grandes e compartilhadas oportunidades – o coração vibrante do Brasil. Se as favelas fossem um estado, seriam o quinto mais populoso da federação, capaz de movimentar 63 bilhões de reais a cada ano.A pesquisa Radiografia das Favelas Brasileiras reuniu números surpreendentes e reveladores sobre este território, muitas vezes estigmatizado pelo senso comum. Da pesquisa surge este livro, que mostra que é difícil entender o Brasil sem entender as favelas, unindo o rigor científico das pesquisas de opinião com o conhecimento prático dos moradores de favela.O universo da favela real parece ainda invisível à grande mídia, aos intelectuais e a boa parte dos planejadores de negócios, que ignoram e desprezam seu poder transformador. Estamos diante de um novo cenário nas favelas do Brasil. Então, quais são os perfis que se revelam e as perspectivas que trazem à nossa sociedade?Os autores desmistificam a favela de hoje apoiando-se em informações inéditas, mostrando que esse é um território não apenas importante e em desenvolvimento, mas também uma área de grandes e compartilhadas oportunidades – o coração vibrante do Brasil.










       Um País Chamado Favela é um livro necessário a todos, para jogar fora todos os preconceitos e lavagens cerebrais feitas pela mídia. Quando comecei a ler, fiquei com medo do livro só falar da favela como algo positivo, sem problemas, só com pagode e felicidade em meio a problemas que "deveriam ser resolvidos pelo governo". Por outro lado, há outro extremo que certas mídias cometem ao falar da favela, se não é a utopia, é a distopia. O caos, a vida ao lado do crime, da falta total de educação, estereótipos para quem mora lá - como se a garota mais nova só pudesse gostar de funk e fugir da escola - e etc. Não. Nem um nem outro, o que o livro mostra é o mais próximo da realidade. E fiquei feliz de encontrar isso e compreender melhor partes do mundo que me cerca. O assunto dos extremos está no excelente prefácio de Luiz Eduardo Soares, que fala a respeito do assunto ser geralmente tratado de uma das duas formas. Mas neste livro encontramos algo de qualidade, de verdade. O que vemos é, de fato, uma pesquisa, com dados e histórias que ilustram pouco a pouco a favela. E a linguagem é acessível, sem deixar a leitura cansativa. Então, deixe seus preconceitos do lado de fora e venha ver como este lugar com imagens tão estereotipadas está crescendo nos últimos tempos.

       O livro, capítulo a capítulo, fala de um aspecto da favela que envolve o todo: as mudanças, a economia, o consumo, a cultura, as pessoas que fazem a diferença, a violência... Sinceramente, ao eleger a leitura, pensei que seria uma ótima pedida para ajudar nos conhecimentos para o vestibular. E eu estava certa. Realmente ajudou. O livro é, também, abrangente. Fala das mudanças no Brasil, me fez saber mais sobre a época em que a inflação era altíssima e as pessoas passavam por más condições, assim como a mudança que ocorreu. Da mesma forma que quebra impressões espalhadas atualmente sobre certo governo, sem fundamento "histórico". E sim, eu pesquisei para conferir, porque sempre gosto de ter mais de uma fonte para conhecer mais sobre um assunto. E os autores estão de parabéns pela forma como abordaram o tema. Também é possível conhecer mais sobre as políticas de remoção já ocorridas e abrir os olhos para as que estão ocorrendo - um excelente assunto se você também está no seu último ano e tem sociologia na sua escola; aliás, se você gosta de humanas e etc, vai perceber várias coisas boas no livro que vão te lembrar diversos conceitos, postos diante de você numa realidade não tão distante - ou até na sua realidade, claro. Ou seja, é uma excelente dica como bônus para o vestibular, além de ser uma leitura rápida e facilmente concluível nesses três meses restantes.

           Mas, seja lá você quem for que não conheça ou conheça a de um só lugar, ou de forma menos abrangente, a realidade ilustrada aqui, pode ter certeza de que o livro vai ampliar seus horizontes. Sem deixar os problemas que precisam de solução esquecidos, há a defesa do lado positivo, também muito esquecido a maioria das vezes. Como a crescente economia das favelas. Os moradores agora possuem mais chances de consumir mercadorias diversas que antes - assim como outros brasileiros. Eles participam ativamente da economia, querem fazer parte das "modas de consumo". E mais que isso, o comércio surge dentro da favela vindo dela mesma, de pessoas que moram nela. Há quem tenha pensado até em um shopping com lojas só dos habitantes das favelas para os outros. Além de dados estatísticos, há ainda história de figuras importantes que com projetos e boa vontade fazem muito por esse avanço. Conhecemos mais que uma pesquisa fria, mas vemos o traço real dos moradores das comunidades com todas suas nuances, diferenças e sonhos. Vemos os seres humanos que ali estão, sem muita generalização, já que a pesquisa ainda parece contar os dados individuais. 

      Mas, além disso tudo, ainda vemos que as facções criminosas se fazem presentes, sem detalhamentos. Achei positivo o livro não se aprofundar muito nisso. Todos os dias diversas mídias mostram como não só favelas podem ser violentas, mas toda a cidade, com descrições, atos inumanos e etc, então, para que falar mais disso? O assunto está lá. Assim como a questão do jovem sem muita opção criado em meio àquilo e à facilidade que o crime traz, junto da importância de maiores investimentos em projetos que ajudem as pessoas a escolherem um caminho melhor. Não teria necessidade de falar de algo de que todos já estamos saturados - até eu estou, sem nem ver televisão; mas, como disse uma certa personagem, "os seres humanos me assombram". Então, adorei o equilíbrio que o livro traz, sem perder a verossimilhança. A pesquisa é séria. E nos convence de que realmente é preciso deixar os preconceitos de lado e se investir na favela. Deixe de lado as falsas impressões, veja que até mais que só economicamente, as favelas possuem um poder transformador; deixe o seu etnocentrismo de lado e perceba como, na verdade, não há tantas diferenças assim do seu mundo compacto para as cores vibrantes das comunidades. Afinal, se ainda não notou o óbvio gritante diante de você, somos todos seres humanos, mesmo que nascidos ou não em lugares diferentes. E, se você já sabe de tudo isso e mora em uma favela/ comunidade - como quiser chamar - vibre de alegria de ver o lugar onde mora melhor retratado.





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