31 agosto 2014

Resenha: Métrica






Autora: Colleen Hoover

Editora: Galera Record
Assunto/ Categoria: Slam, Romance, Poesia, Professor e aluna, New Adult, Ficção Americana
Páginas: 304
Sinopse: O romance de estreia de Colleen Hoover, autora que viria a figurar na lista de best sellers do New York Times, apresenta uma família devastada por uma morte repentina.
Após a perda inesperada do pai, Layken, de 18 anos, é obrigada a ser o suporte tanto da mãe quanto do irmão mais novo. Por fora, ela parece resiliente e tenaz; por dentro, entretanto, está perdendo as esperanças. Um rapaz transforma tudo isso: o vizinho de 21 anos, que se identifica com a realidade de Layken e parece entendê-la como ninguém. A atração entre os dois é inevitável, mas talvez o destino não esteja pronto para aceitar esse amor. 











"I'm as nowhere as I can be,
Could you add some somewhere to me?"



     Métrica é um new adult diferente que diz que os "novos adultos" nem sempre se expressam apenas por discussões acaloradas, amassos e cenas. Aliás, nada contra esse modo de se expressar, você sabem como adoro new adults intensos que me façam sentir como os personagens, ainda que isso acabe comigo às vezes. Mas, o diferencial de Métrica merece ser citado no início desta resenha. Como os outros livros do gênero, há um romance com um problema na vida dos protagonistas, a carga de sentimentos, o amadurecimento e etc. Só que em Métrica eles têm um modo peculiar de se expressar: o slam. Confesso que antes de realmente ler o livro, pensava que a poesia de que tanto falasse fosse algo no meio da narrativa, pela autora mesmo, que deixava de contar pela prosa e usava o poema. Só que não é nada disso. É o slam. Ou seja, poesia declamada, para soltar tudo que há dentro de si em palavras intensas, com sentimento. Um verdadeiro desabafo com aquela ponta de escape que só a arte tem. Um modo de dizer algo que o discurso normal não conseguiria. E que o corpo não conseguiria expressar da mesma forma, em palavras tão diretas.

           A história começa com Layken se mudando para o Michigan após a morte do seu pai, com sua família. Obviamente, ela não está muito empolgada com isso. Está de luto por seu pai, da sua forma. E é em meio à sua chegada à casa nova que ela conhece os irmãos Caulder e Will, que moram na frente de sua casa. Caulder tem a idade do irmão de Lake (Layken), e eles logo se tornam amigos, brincando assim que se veem. E Will... tem a idade mais próxima da de Layken. Assim como o dom de atraí-la. E o romance dos dois que vemos se desenrolar no livro. Eles se conhecem quando seus irmãos brincam no quintal, "matando" Laken na brincadeira. Quando ela vira um zumbi e corre atrás deles, Will aparece. Não é fofo? Esse primeiro encontro diz um tanto sobre o romance deles. Não é aquela coisa física de "não consigo resistir a ele por causa da aparência". É mais um sentimento que cativa a ambos, que ao se conhecerem melhor, percebem que têm muito mais em comum do que pensavam. São duas pessoas com seus próprios problemas que têm tudo para aprender melhor um com o outro, crescendo e encontrando a felicidade.

        Só que logo no início da relação deles eles descobrem algo que os impedem de ficar juntos. E a poesia aparece ainda mais como válvula de escape para os sentimentos que decorrem daí. Até depois, por outros personagens, ela é usada. Sempre de forma intensa, com a escrita utilizando itálico e negrito, dando um toque especial e intenso à leitura. E o romance, seja no sofrer, seja na alegria, tem a cara deles, claro que com desejo, mas sem ser aquela coisa super intensa e "forçada". É mais sentimental, menos física. E as dores de ambos, em meio aos seus problemas e dilemas, tocam o leitor. Porque você entende os motivos do Will recuar, e entende os motivos da Lake agir de tal forma. Mas quem pode contra aquela determinação do destino? É fácil se identificar com eles por esses fatores. Will é um mocinho cativante, mas real, do tipo que você ainda tem esperanças de encontrar numa sorte muito grande. Muito diferente de alguns que vemos por aí - e pelos quais caímos de amor, também, é claro. 

           A leitura é muito rápida, e qualquer coisa que eu possa dizer agora sobre o enredo pode ser spoiler. Não se deixe enganar pelas "300" páginas, o livro tem aquele formato super gostoso de ler da Galera Record, com páginas preenchidas por letras maiores em uma diagramação confortável. Sem falar nessa capa genial. Como não amar capas assim? Que não possuem relação direta com a história, que você olhe e identifique de cara a que aquilo faz referência, mas que te fazem pensar sobre o livro. É praticamente metafórica. Uma chave com um fundo preto. Preto: luto, estado de espírito, um humor. Chave: abrir a passagem através dessas camadas? Achar a porta que leva ao verdadeiro caminho a ser seguido? Porque ambos precisam fazer isso - Lake e Will -, acharem o caminho dentro de si mesmos, com uma resposta para tudo, que deveria ser simples, mas não é. Conciliar a razão e a emoção é algo difícil neste livro, mas que tem uma pauta de destaque, sendo a definição para um possível final. Tudo isso num enredo em que há reflexões sobre superação, aceitação, amor familiar, perda e amadurecimento. Aliás, o final não deixou pontas soltas para mim, mas há continuações. Ainda não as li, mas pretendo ler quando tiver a chance.





Playlist do livro, totalmente do The Avett Brothers, que foi uma grande inspiração para a autora. Cada capítulo se inicia com uma música deles. E eu te desafio a ler e não gostar nem das letras da banda, se você gostar do livro.

Post sobre a banda.

Desafio de Slam lançado pelo Reflexão Literária.










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