Sentimento de Leitor #7 - Nós lemos porque...

    Olá! Tudo bem com vocês? Comigo tudo bem. Sumi esses dias - acho que bati o recorde de dias sem postar - porque a rotina está pesada, e sempre parece que algo fica para o dia seguinte. Mas vou conseguir me organizar! Sem mais, hoje vamos falar sobre a principal questão dos leitores. Afinal, por que nós lemos? Por que você gosta tanto de ler? O que faz com que nos identifiquemos tanto com algo que tenha a menção de "leitor"? Ao passarmos em frente a uma livraria, precisamos entrar. Bibliotecas? Também. E se tem promoção de livro? Lá estamos nós. Lendo a todo momento e a toda hora em que é possível. Por que gostamos tanto disso? Minha teoria é a de que para cada um há um tipo de emoção, um motivo específico e mais um milhão de individualidades. Mas, precisamos ter algo em comum para nos identificarmos. 

     Dizem que faz bem para a saúde, que melhora o aprendizado e a memória, a escrita... E que faz o ser humano crescer. Só que já cansamos de ver exemplos contrários por aí. De pessoas que leem, mas não necessariamente "crescem" a cada livro que leem - pelo menos não evidentemente. E eu acredito fielmente que todo livro pode trazer um tipo de reflexão. Até os em que os personagens só fazem bobagens. Afinal, estamos reconhecendo atos a não serem seguidos e pensando até num porquê para não segui-los. Mas... até onde os livros podem passar o algo mais? Até quando quem os ler deixar. É preciso querer refletir, analisar a questão, prestar atenção na escrita e na gramática, nas ideias, ou no que mais for possível. E decidir aplicar aquilo ou não. A decisão é nossa. Então, ler para se tornar alguém melhor pode ser um bom motivo para alguns, mas seria inválido para o todo com suas divergências. Posso dizer que este é um dos motivos para eu gostar de ler. Mas é meio óbvio, não é? Não é a toa que o nome do blog é Reflexão Literária.

        Então... lemos pelos sentimentos? Outro excelente motivo, mas incompleto para responder a questão. A viagem de sentimentos que nos invade quando lemos aquele livro favorito, sendo sugados para dentro de outras realidades é fascinante, claro, mas aí também pode haver fuga da realidade. E quem lê só pelos sentimentos, então, nunca lerá por outra coisa? Nunca poderá aprender nada ao ler? Ou não sentir e mesmo assim persistir no livro? Então, ler pelas emoções por si só é incompleto. E pela fuga da realidade que vem junto das emoções? Também generalizador e inválido. Eu não leio para fugir da realidade. Posso ler pelos sentimentos. Mas no meu caso as duas coisas não se misturam. Leio para entrar na realidade. Para compreender o mundo melhor e me tornar melhor. Assim, me religo totalmente à vida, vivendo outras diversas perspectivas. 

          E para o leitor que lê por amor, por gostar das palavras e da sensação de vivenciar outros mundos, a leitura nunca será por status. Será sempre, inevitavelmente, por algo que vem de dentro. Ler é um sentimento intenso. É uma opção. E este sentimento, em sua natureza, tem a companhia do amor. Quem, em nosso mundo, consegue explicar totalmente o que é o amor e por que ele surge por tal objetivo? Ficamos só nas teorias. Nas discordâncias. Nas divagações. Vale ressaltar ainda a particularidade do ato. Tal como amamos, cada um, de uma forma - alguns não demonstram, outros exageram, outros não compreendem... - cada livro é amado de uma forma e traz algo para a pessoa que o lê. Ao nos debruçarmos sobre as páginas e explorarmos toda sua amplitude, temos a mesma particularidade dos relacionamentos. Cada um se estabelece de uma forma e traz alguma coisa. Nem sempre dá certo. Mas também pode ser apaixonante, viciante, perfeito, intenso... E o principal: nem sempre entendemos por que gostamos tanto daquela relação, porque decidimos seguir adiante com ela. Mais difícil ainda é falar sobre o todo, sobre por que se relacionar no geral. Simplesmente, é pelo instinto, pela necessidade, de um porquê que não está nas palavras. Da mesma forma, o amor pela leitura é extramente precioso para ser posto em palavras.