Resenha: Amante Sombrio

Irmandade da Adaga Negra (IAN) - Livro 1

Autora: J. R. Ward

Editora: Universo dos Livros

Assunto/ Categoria: Vampiros, Vampiros guerreiros, Romance, Sobrenatural, Hot, Adulto

Sinopse: Nas sombras da noite, em Caldwell (Nova Iorque) se desenrola uma sórdida e cruel guerra entre os vampiros e seus carrascos. A Irmandade e seus caçadores e os assassinos. E existe uma Irmandade Secreta de seis vampiros guerreiros, os defensores de toda a sua raça. Nenhum deles deseja aniquilar a seus inimigos com tanta ânsia como Wrath, o campeão da Irmandade da Adaga Negra. Wrath, o vampiro de raça mais pura dos que povoam a terra, tem uma dívida pendente com aqueles que, há séculos, mataram seus pais. Quando morre um de seus mais fiéis guerreiros, deixando órfã uma jovem mestiça, ignorante de sua herança e seu destino, não resta a ele outra saída senão levar a bela jovem para o mundo dos não mortos. Traída pela debilidade de seu corpo, Beth Randall se vê impotente para resistir aos avanços desse desconhecido, incrivelmente atraente, que a visita toda a noite, envolto nas sombras. Suas histórias sobre a Irmandade a aterrorizam e a fascinam... E seu simples toque provoca chispas de um fogo que pode acabar consumindo a ambos.

        Olá! Antes de começar, devo dizer que resenhar Amante Sombrio e fazer o leitor compreender o mundo criado por J. R. Ward não é lá muito fácil... Antes de ler procurei várias resenhas, e sempre ficava confuso para mim, ou eu acabava sabendo demais da história. Tem até um índice no início do livro para ajudar o leitor... Então, tentarei contar o necessário da melhor forma possível. Amante Sombrio é primeiro livro da Irmandade da Adaga Negra. Cada livro conta a história de um personagem, de um irmão. No primeiro, conhecemos a história de amor de Wrath, o Rei. No mundo criado por Ward há vampiros gerados por um ser que deve ser considerado o lado positivo, capaz de criar. E também há redutores, que são humanos transformados em outros seres, sem alma, destinados a matar os vampiros, criados pelo outro ser, incapaz de criar, e que por isso, tenta eliminar a criação do primeiro. E dentro da parte dos vampiros, há os vampiros normais e os de sangue mais "puro", que são descendentes da linhagem mais forte. Eles são designados para proteger a raça de vampiros, garantindo assim a sobrevivência da espécie, e constituem a Irmandade da Adaga Negra. E entre eles há o Rei dos vampiros, Wrath, que será o foco deste volume.

          Tudo começa quando um dos membros da Irmandade - Darius - pede a Wrath que cuide de sua filha, Beth, que é mestiça, mas está prestes a passar pela transformação. Os vampiros nascem e vivem como humanos até certa idade, em que a transformação acontece. E quando ela acontece, eles não podem mais sair no sol e precisam se alimentar de sangue também. Só que o sangue de que precisam tem que vir de um vampiro do sexo oposto. Beth nunca teve contato com o pai e não sabe o que é. Darius amou a filha e sempre a observou, mas nunca pôde falar com ela. Antes da transformação de Beth, ele morre, e Wrath decide aceitar o pedido do amigo de cuidar de sua filha e ceder seu sangue a ela quando ela passasse pela transformação. Uma característica interessante é que cada um tem um cheiro particular para os vampiros, e desde que vê Beth, Wrath se sente fascinado, totalmente atraído por ela. E ela, que nunca se interessou muito em criar relacionamentos nem ao menos curtos com o sexo oposto, praticamente enlouquece na presença dele - no bom sentido. O êxtase toma conta dos dois, e o leitor é convencido desde o primeiro instante de que não há outro lugar para nenhum dos dois senão nos braços um do outro.

"— Desejaria poder ver seu rosto com nitidez — disse ele, franzindo o cenho como se estivesse tentando apreciar seus traços. — Só por uma vez, desejaria... Ela colocou as mãos em suas bochechas, sentindo a aspereza de sua incipiente barba. — Direi o que veria — murmurou ela — que amo você. E isso já o está fazendo. Ele fechou os olhos e sorriu. A expressão transformou seu rosto. Resplandecia. — Ah, leelan, compraz-me sem fim."

           Beth é jornalista e basicamente vive do trabalho, para casa, para as investigações... E as pessoas que conhece e com que convivem são as desse trajeto, principalmente do trabalho e da polícia. Um personagem interessante é seu amigo Butch, de quem a princípio não gostei muito, por ele ficar no caminho do romance principal da história, mas que depois conseguiu me ganhar, no decorrer da trama. Beth ainda não tem contato com os pais adotivos, e mora com seu gato. Só que mesmo com essa vida sem relacionamentos profundos nem muita diversão, Beth é uma personagem que desperta o interesse do leitor. É uma mocinha forte e teimosa, que ao saber o que quer, segue aquilo até o fim. Fora os aspectos carinhosos, que fazem com que ela tenha atitudes admiráveis em certas partes. Já Wrath é fiel ao título: um amante sombrio. Ele tem seus motivos para fazer certas escolhas, acreditem. Não quero dar a entender que "é o cliché do segredo do passado", mas é mais ou menos isso... Wrath é inconstante, até ter um foco definido. Pode ser brusco em certos momentos - graças à Ward ele não é perfeito! E a imperfeição dele é fácil de se gostar. Outro defeito, ou talvez qualidade, de acordo com a opinião do leitor, é que como vampiro, ele é possessivo sobre sua amada. Eles têm esse tom instintivo, de sentimentos intensos, de liberação de energia, de ações e pegadas super fortes... E sim, tem cenas hot, intensas e vampirescas.

"Bem vindo ao maravilhoso mundo do ciúme, pensou. Pelo preço de sua entrada, ganhe também uma maldita dor de cabeça, um desejo quase irresistível de cometer um assassinato, e um complexo de inferioridade."

         Wrath é forte. Alto. Enorme. Imagine um vampiro - Rei - incrível, e com habilidades maravilhosas de luta apesar de ser cego, se apaixonando e aprendendo a lidar com toda a intensidade que toma conta de si. E uma humana divertida, que ganha nossa identificação, descobrindo que faz parte de todo aquele mundo cheio de seres incríveis e ao mesmo tempo ameaças, longe dos que seriam considerados monstros. Acrescente a isso um enredo bem bolado de luta pela sobrevivência por parte desses vampiros, contra os redutores. E mais o melhor de tudo: a Irmandade. O ponto baixo do livro ficou por conta das cenas pelo ponto de vista de um dos redutores, que nem sempre era interessante, já que queremos ver o romance e o que acontece nos encontros de Beht e Wrath, assim como com os Irmãos. A escrita da autora neste primeiro volume soou para mim como algo que pode melhorar nos seguintes (e eu acredito que vá), por esse quesito das cenas mais paradas principalmente. E por sentir que ela poderia ter dado mais maturidade na escrita ao descrever algumas coisas. Mas isso em nada atrapalha a leitura. Terminei o livro apaixonada pela Irmandade e louca pelas continuações. Os vampiros que convivem com Wrath são encantadores. Aquele grupo masculino que deixa qualquer um louco para fazer parte, pelo clima divertido, cheio de companheirismo e intimidade. O tipo de grupo que deixaria qualquer garota feliz por namorar um deles e entrar para o "time". Tem o super gato Rhage, personagem do próximo livro, que também é engraçado e encantador... E o assustador Zsadist, que promete uma história linda de redenção no terceiro volume. Suspirando, só digo que estou louca para ler os próximos volumes. Para entrar de novo nesse mundo cheio de sedução, amor, ação, companheirismo e redenção. Para ver o próximo romance e o desenrolar da luta que vem a seguir. E que se você está em dúvida sobre ler ou não, por ser uma série com muitos livros, deixe a insegurança de lado, porque esse é o tipo de série que realmente precisa de muitos livros, porque só li o primeiro e estou louca para conhecer a história de cada personagem que apareceu ali.

"— Não confie em mim. Não me queira. Importa-me pouco. Mas nunca minta. — Inspirou com força como se fora a sugá-la.— Posso cheirar que emana sexo neste momento. Poderia deitá-la nesta calçada e me colocar sob sua saia em um milésimo de segundo. E você não me rechaçaria, não é certo? Não, provavelmente não o faria."