11 outubro 2015

Resenha: A menina que contava histórias


- Livro cedido em parceria com a editora -


Autora: Jodi Picoult 

Editora: Verus - Grupo Editorial Record
Assunto/ Categoria: Drama, Segunda Guerra Mundial, Nazismo, Holocausto, Reflexão, Humanidade, Dilema crime e castigo.
Páginas: 490
Sinopse: Neste romance, Jodi Picoult examina com elegância até onde estamos dispostos a ir para proteger nossa família e impedir o passado de governar o futuro. Sage Singer trabalha a noite toda, preparando pães e doces para o dia seguinte e tentando escapar de uma realidade de solidão, lembranças ruins e da sombra da morte de sua mãe. Quando Josef Weber, um idoso que participa do grupo de luto de Sage, passa a frequentar a padaria, eles começam uma amizade improvável. Apesar de suas diferenças, ambos enxergam um no outro as cicatrizes ocultas que as demais pessoas não veem. Tudo muda no dia em que Josef confessa um segredo vergonhoso e há muito enterrado — ele foi membro da SS na Alemanha nazista — e pede a Sage um favor impensável: que ela o ajude a morrer. O que ele não sabe é que a avó de Sage é uma sobrevivente do Holocausto... ou será que sabe? Se Sage concordar em fazer o que Josef pediu, enfrentará não apenas repercussões morais, mas talvez também legais. Com a integridade de seu amigo mais próximo manchada, ela começa a questionar suas suposições e expectativas sobre a vida e a própria família.



Uma das melhores leituras do ano
A menina que contava histórias é um desses livros que nos deixa sem palavras para resumir tudo que transmite. E como excelente histórico, que mesmo que relatando ficção, tem pesquisa bem aprofundada e nos passa trechos de momentos dificílimos, o que faz com que sua profundidade seja imensa. Como avaliar a complexidade da vida? Como abordar assuntos tão complicados como o holocausto, o que leva um nazista a matar, o sofrimento e a punição, sem refletir sobre isso, sem cutucar e fazer pensar? Eis a questão. A autora faz exatamente isso, nos perfura com suas palavras e deixa a história viva dentro de nós mesmo ao final da leitura. Como Jout Jout disse sabiamente uma vez sobre um filme, nos dá "tapas na cara" sobre a realidade.

Sage perdeu a mãe há "pouco" tempo num acidente de carro. Desse fato levou consigo, além do luto, a culpa pelo acidente e uma cicatriz no rosto que só agravou seus problemas de autoestima e socialização. Trabalha como padeira toda a noite, e é muito boa no que faz; o horário é para não ter que encarar as pessoas durante o dia, quando ela dorme e visita Adam, com quem tem um tipo de relacionamento. Porém, Adam é casado. Sage frequenta um grupo de luto para tentar aliviar o peso que sente, quando um dia conversa melhor com um senhor que também vai lá, Josef. Depois de desenvolverem certa amizade, ele confidencia a ela que foi nazista na época do holocausto e trabalhou em campos de concentração fazendo "coisas horríveis". Seu dilema é que quer morrer, como punição para não ver mais seus crimes, mas mesmo tendo noventa anos, sempre se salva de qualquer problema de saúde. Por isso pede ajuda a ela para conseguir morrer e que ela a perdoe, já que é de família judia.

Essa é só a sinopse, e consegue provocar deixando muitas perguntas, com as quais Sage se depara ao longo do livro. Esta é uma das características que me fez gostar tanto: a reflexão. O debate moral. No senso comum vemos muito o debate de "criminosos devem ser castigados", "nazistas deveriam sofrer o mesmo mal que inflingiram". Mas e se alguém chegasse pra você e pedisse para morrer, sendo que tudo que você vê é um senhor de idade que é exemplo para a comunidade. Então ele te conta sua história, e você se questiona sobre o que leva um homem a fazer tantos absurdos contra outros seres humanos. E como ele ainda pode ter remorso? Ele é realmente aquela pessoa que descreve? Como se não bastasse, o livro traz um pouco da história de outros personagens. É divido em partes, e numa delas, a avó de Sage conta toda sua trajetória pelo Holocausto e como sobreviveu aos campos de concentração. E não é um enfoque apenas dramático, que te faz chorar, como livros do tipo fazem. Eu gostei dos personagens, me senti cativada por eles e, por isso, não conseguia parar de ler.

Um livro extremamente humano, com um final definido apenas pela palavra genial, A menina que contava histórias é um enredo emocionante, intrigante, desafiador e foca na história da Segunda Guerra Mundial com um olhar novo, crítico sobre a humanidade, que complementa o sentido do estudo da história. Não chorei, mas meu coração se apertou inúmeras vezes ao longo desta leitura. Aliás, este livro é muito mais que "apenas mais uma leitura", ele te faz crescer, pensar e aprender, tanto que ao final você se torna outro ser humano pelo conhecimento que acumulou. É, definitivamente, uma das melhores leituras que fiz este ano.

5 Estrelas
Favorito ♥


16 comentários:

  1. Vivian,amo livros que envolvem parte histórica ,sendo a Segunda Guerra ,a tristeza do holocausto então nem se fala.Um livro de grande profundidade emocional que nos deixa sem palavras é sempre bem vindo.Quero muito conhecer a personagem Sage que faz pães a noite e além de ter um relacionamento ,errado com um homem casado,frequenta um grupo de luto para aliviar a perda de sua mãe,ver o relacionamento de amizade dela com Josef,depois acompanhar todo o seu conflito que ela que é de família judia vive quando esse senhor de 90 anos que participou ativamente do nazismo pede a sua ajuda para morrer,bem tenso não?Realmente pensamos como um homem pode matar e depois sentir remorso é muito conflituoso,amei a palavra que você deu para o final ´´genial``,pronta para ficar de coração apertado.Com certeza,entrou para a lista.Mil beijinhos!!!!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Eita que o livro ganhou 5 estrelas e te conquistou demais, quando vi o livro era do gênero histórico e depois da sinopse e a resenha pode ver o que o livro tem uma carga emocional muito grande que é aquele tipo de livro ue depois de terminado você precisa ficar um tempo olhando pro teto pensando na vida. Bem mas apesar de tudo isso eu ainda não ver o livro kkk gosto de livros alegres e esse nao entra na categoria.

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  4. Adoro livros que falam sobre a Segunda Grande Guerra. Achei super diferente a sinopse desse livro. Geralmente os livros que leio, mostram o período da Guerra. Fiquei interessada nesse, pois mostra o pós e a culpa dos erros cometidos nesse período. Com certeza, vou ler.

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  5. Vivian lindona amei essa premissa e pelo visto ambos os protagonistas trazem uma carga emocional grande e pesada o que deve abalar o emocional do leitor como aconteceu com você. Amei todos comentários sobre a resenha e a forma como gostou da leitura. Dica mais que anotada. beijos

    Joyce
    www.livrosencantos.com

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  6. Já li dois livros da autora e gostei da forma como ela escreve. Este eu ainda não li, mas já gostei do enredo e vou colocá-lo na lista para leituras.
    Bjs, rose.

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  7. Oláá
    Nossa, adoreeei sua resenha, já estava querendo loucamente esse livro e agora quero ainda mais depois dessa sua resenha linda haha que bom que gostou tanto, a autora é muito talentosa.

    Beijos
    http://realityofbooks.blogspot.com.br/

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  8. Olá Viviam palmas para sua resenha que transmitiu de forma linda a premissa do livro, fiquei tocada com a história e sua história tão densa, nunca li nada dessa autora, mas a premissa me cativou em todos os sentidos.
    Bjkas
    Dani Casquet- Livros, a Janela da Imaginação

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  9. Oi Vivian, tudo bem??
    Já tinha ouvido falar neste livro, mas não me interessei nele por falar do holocausto, não consigo me prender, não consigo ler na verdade, não adianta... mas prefiro filme, ai consigo ficar presa... foi assim com A menina que roubava livros... mas nada tira o brilho de sua resenha, ficou tão envolvente e eu me senti tão próxima de você com seus dizeres, a sensação que tive foi que você esteve lá e contava a sua experiência... sua resenha ficou carregada de emoção e reflexão, parabéns!!

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  10. Oie!
    Eu adoro esses livros que tratam sobre assuntos históricos, então provavelmente amaria esse. Parece uma leitura tocante, profunda, que mexe com o leitor. Adorei a dica e espero ter oportunidade de ler em breve. Sua resenha ficou ótima, expondo todos os pontos interessantes da obra e me dando ainda mais vontade de ler. ♥

    Beijos,
    Fernanda F. Goulart,
    Império Imaginário.

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  11. Oi, tudo bom? Nossa, que livro! A carga dramática dele é imensa! E como você disse na resenha, nos leva a fazer reflexões mesmo, porque eu fiz lendo a sua resenha: o que eu faria? Seguia o pedido dele ou deixava ele sofre com o seu remorso? Gosto de livros assim e pretendo ler com toda certeza! Parabéns pela bela resenha!

    http://livrosepergaminhos.blogspot.com.br/

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  12. Adoro livros que se passam nesse período histórico, e esse tem uma proposta diferente de tudo que já vi. Um nazista, que trabalhou em campos de concentração, pedindo perdão e ajuda para morrer... imagino mesmo que a situação gere muita reflexão e debate moral. Não conhecia o livro, mas com certeza vou querer ler, e logo!

    Beijo.

    Ju
    Entre Palcos e Livros

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  13. Um livro profundo e com vários questionamentos. Não li muita coisa sobre a segunda guerra nem sou adepta a livros dramáticos, acho que por ser muito chorona e sentimental acabo por me afastar desses livros, mas para aqueles que gostam parece ser incrível.

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  14. Oie, tudo bom?
    Nossa, que enredo humano, instigante e tocante. Histórias que se passam no período de guerra sempre me comovem e eu não sabia muito sobre esse livro antes de ler sua resenha. A proposta da história chamou minha atenção e sinto que irei me emocionar quando fizer a leitura. Essa é uma autora que quero conhecer por causa dos comentários positivos sobre suas obras.
    Beijos,
    http://livrosyviagens.blogspot.com.br/

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  15. Olá. Ainda não conheço a escrita da autora, mas leio vários comentários sobre como ela constrói bem suas histórias. Li apenas um livro que envolve a segunda guerra, que foi A menina que roubava livros, uma história reflexiva, triste e envolvendo, assim como penso que é A menina que contava histórias, apesar de não ser ambientada na época, como o outro livro, tb deve trazer, como vc citou reflexões acerca daqueles anos. Penso que é um livro bem interessante e profundo, com certeza um dia quero lê-lo.

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  16. oi, tudo bem?
    o livro parece ser bem reflexivo mesmo. Nunca li nada do tipo, mostrando o remorso e arrependimento de alguém ligado ao holocausto. Geralmente, leio livros que se passam na época, ou anos depois, mostrando sobreviventes. Fiquei bem curiosa
    beijos
    http://meumundinhoficticio.blogspot.com.br/

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