30 novembro 2013

Resenha: Linhagens







Segundo livro da Série Uma Geração. Todas as Decisões. Confira resenha do primeiro livro (Cisne) aqui.
Autora: Eleonor Hertzog
Editora: Letra Impressa
Sinopse: E se você descobrisse que a Terra guarda grandes segredos? E se esses segredos fossem poderosos o suficiente para modificar o rumo de nossas vidas? Laços se estreitam, conflitos irrompem. Erros foram cometidos e o tempo está acabando. Nada é o que parece ser. Segredos emergem de Casas e Linhagens. Peggy corre grandes riscos e as consequências das próximas decisões podem colocar tudo em jogo. Os Melbourne mais uma vez terão que provar sua capacidade de resolver problemas. As consequências de cada decisão afetarão o Universo inteiro. Caberá apenas a Uma geração... Todas as decisões! 















  Hoje começo uma resenha sem saber por onde começar. Linhagens possui tantos acontecimentos, tantas reviravoltas e emoções, que sinceramente, é difícil eleger um bom tópico para iniciar uma conversa sobre este livro, sem me estender demais. Aos que passam por aqui apressados, tentarei ser breve. Se eu não for, minhas sinceras desculpas, mas talvez você não se arrependa de gastar mais uns minutos para conhecer este fantástico universo.



   Ainda não me decidi por onde começar, então seguirei o roteiro, e partirei do começo. Linhagens é uma continuação direta de Cisne, primeiro livro da série Uma Geração. Todas as Decisões. Então, estamos a bordo do Cisne, naquele mesmo clima. Com um tariliano complexo chamado Giles enfiado no quarto, outros dois tarilianos estagiários a bordo, um repórter terráqueo e toda a tripulação que tanto amamos. Mas antes de começar Linhagens... ei, espere! Henry Melbourne quer falar conosco. Depois do prefácio lindo da também parceira do blog e talentosíssima escritora Keila Gon, Henry vem nos contar um resumo de tudo o que aconteceu em Cisne. Além disso, o livro possui um apêndice no final, com nomes importantes e o que são (que facilitou muito a minha vida, já que eu esqueço das coisas às vezes). Isso faz com que os leitores possam começar a série por Linhagens, se quiserem, se não se importarem de não acompanhar o desenvolvimento de Cisne e não conhecerem realmente a história de antemão. Falando em Cisne, posso dizer que senti diferenças na estrutura entre os dois. Em Linhagens, os capítulos são mais curtos e terminam deixando o ar faltar. Sabe aquela sensação de que você precisa virar só mais uma página para ver o que aconteceu? Só mais um capítulo... E bum! Quando vê, já terminou o livro. A leitura flui melhor, a redução dos capítulos tira aquela sensação de cansaço da qual reclamei na resenha de Cisne e que me fez tirar uma estrela do livro. Fora isso, a introdução já foi feita, agora nós já sabemos da maioria dos segredos e sabemos o que eles precisam descobrir e resolver. Com isso, vem uma dose enorme de ação e fantasia. Poderia citar ficção científica mais intensificada, também? Creio que sim. Misturando essa repaginada, capítulos de tirar o fôlego, fantasia, ação, personagens maravilhosos, as famosas reflexões da autora - das quais falo na resenha de Cisne - e romance. Sim! Você leu certo, romance! - temos uma pequena amostra do que é Linhagens, pois por mais que eu dedique meu tempo a tentar descrevê-lo, você só vai entender do que falo, realmente, apenas depois de ler.

  Começando a história, estamos em alto mar. E os sentidos mentais de Peggy alertam perigo! Porém de onde virá a ameaça? O Cisne continua seu percurso para a ilha, onde fará a revisão do equipamento. E quanto mais próximo fica dela, mais Peggy sente perigo. Lá, encontram algo que é novo para muitos deles, há a demonstração de coisas que são segredos para alguns, e isso afeta a situação. Mas em que escala? Os personagens continuarão escondendo detalhes importantes? Que perigos a ilha reserva? O que surgirá lá? O que despertará? E o que está por trás dos acontecimentos? Inúmeras questões, que nos mantém presos às páginas. E o livro segue o mesmo estilo em seu decorrer. Surgem mais conflitos momentâneos ligados ao principal, e é quase impossível parar. Só parei por livre e espontânea pressão. Na ilha, o que acontece (que é fantástico) traz uma dúvida em relação à Peggy. A dúvida implica que decisões sejam tomadas, não só pelos personagens mais velhos, mas também pela geração em questão, os jovens. E vemos, diante disso e de outras situações a questão que traz o tema da série "Uma geração. Todas as decisões". Nossos personagens precisam escolher o momento de intervir, de tomar atitudes, de escolher e etc. Além disso, a equipe em treinamento participa mais, trazendo mais o lado da fantasia e da ficção científica.

  O problema relacionado à Peggy me deixou muito preocupada, devo confessar. Senti medo por ela, pelos outros e fiquei louca por uma solução rápida. Que não chega tão rápido... Podemos dizer que a tensão só aumenta. Além disso, devido a esse problema, o elo entre ela e Peter ganha atenção redobrada. Robert chega até a aceitar a ajuda de pessoas fora da Linhagem, o que para eles é algo incomum e inconfortável. Mas devido às circunstâncias, lá vão Henry e Doris com seus métodos Kreganianos ajudar. E olha... Eles arrasam! Para quem não sabe, Kreganian tem a tradição dos gêmeos, então todo kreganiano que se preze, usa uma mentálica diferente. No caso, os exames mentais serão diferentes, e os métodos também. Gostei muito dessa parte, de poder ver a metodologia deles, os poderes e etc. Achei fascinante e inovador. Como eu disse, esse lado ganha atenção redobrada, então constantemente vemos  cenas em que habilidades são usadas, a questão do treinamento se põe em prática e etc. E cá entre nós, a escolha das habilidades foi demais! Haja criatividade na Eleonor! haha... Na tentativa de resolver o elo, ficam as questões de "que tipo de elo é esse?", "o que está por trás dele?", "por que Peter e seu irmão tomaram tais atitudes?", "será possível retirar esse elo?", "por que ele é assim tão estranho?" e muitas outras questões que serão resolvidas pouco a pouco, com a incrível genialidade tão conhecida do casal Kreganiano.

  As personalidades humanas são abordadas com riqueza mais uma vez. Alguns dos personagens que já conhecemos continuam com todo aquele aspecto de sabedoria. E além deles, vemos outras personalidades se revelarem. Peter se revela, se mostra como alguém de personalidade forte e complexa. Sabe aqueles homens que se irritam fácil algumas vezes, mas que são determinados e cheios de qualidades, para compensar os momentos de estresse? Então... Por essas e outras me identifiquei muito com um aspecto que acontece envolvendo essa característica de Peter. Além dele, outro personagem de personalidade forte e que chega a errar algumas vezes é Robert. Como eu disse, personalidades humanas. Eu não falei desse modo estranho para ser redundante, mas sim porque os personagens realmente mostram seu lado humano. Eles amam, cometem erros, se arrependem, estouram, ficam tristes, aflitos, indecisos e fazem tudo de novo. Com todas as suas concepções de mundo e histórias que justificam tais atitudes. Conhecemos melhor a família de Robert e entendemos melhor como deve ter sido para ele sua vida antes de se casar. O que talvez justifique algumas atitudes que ele vem a ter depois, diante de tais situações... Seu pai e sua irmã se apresentam como personagens tipo da realidade, aquele tipo de pessoa que quer ser superior aos outros e chega a ter pensamentos e atitudes que apresentam falhas de caráter por isso. Não é fácil crescer com alguém assim...

  Em outros núcleos da história, envolvendo os futuros alunos de Champ-Bleux, conhecemos mais da história de Michele e Anton, assim como de Steve e Harmon, o que acho que será melhor aprofundado nos outros livros. Também conhecemos melhor a parte dos astronautas e  seus disfarces, assim como eles mesmos. Os filhos dos Melbourne continuam sem saber a verdade tadinhos, e precisam encarar momentos complicados para disfarce dos pais. Além disso há a problemática da Terra, quanto ao que ela realmente representa e o que isso acarretará depois. Além da visão como mundo violento persistir, o que para mim continua sendo uma crítica não intencional. E claro, os muitos outros aspectos que captei para a reflexão, dos quais falarei no post de fato. Mas algo que me chamou a atenção foi a questão do tempo que os pais dedicam aos filhos e ao amor que dão aos mesmos. Alguns se apresentam tão ocupados que não têm tempo para perceber coisas simples neles, mas que fazem muita diferença. É algo que acontece em Linhagens envolvendo ficção e é algo que acontece na vida real muitas vezes. E que merece atenção... Um erro que pode fazer a diferença na vida dos respectivos filhos, talvez alterando a dinâmica de toda a família. Além disso, há a mudança de atitude de um personagem, que surpreende o leitor. Mas o melhor é que a mudança não acontece sem nexo nem justificativa. Nós conseguimos ler e compreender porque tal personagem tomou determinadas atitudes anteriormente e porque ele mudou depois, se tornando o que vem a ser. Achei fantástico o modo como isso foi conduzido sem ficar artificial ou utópico.

  Entre mil e um aspectos diferenciados que fogem do cliché, Linhagens é um livro capaz de te conquistar e surpreender até as últimas páginas. Você se encantará, ficará preso, suspirará, sonhará e muito mais dentro dessas 700 páginas que parecem tão poucas perto da nossa sede. Eleonor Hertzog conquistou não só minha amizade, mas também um grande espaço na lista dos meus autores favoritos com suas obras que inspiram o pensar e que libertam universos inteiros. E é por isso que eu não só afirmo os fatos com toda essa positividade, como recomendo para vocês que leiam e valorizem todo esse trabalho.

  




Conheça o site da autora - Lá você pode saber como comprar, ler 3 capítulos de Cisne, ver as novidades e muito mais!!
  




Beijos açucarados














2 comentários:

  1. Gostei bastante da resenha. Não sabia que Cisne fazia parte de uma série.
    Provavelmente eu leia esses livros. As capas dos dois são muito lindas e as sinopses são bem atraentes!
    Beijo
    Blog Sem Spoiler

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  2. Oi Vivian,
    tudo bem?
    Vi seu comentário lá no meu blog e só tive tempo de aparecer por aqui agora. Eu estava no encontro do lançamento dos livros da Arqueiro junto com você sim. Eu era aquela mais alta, de preto, com cachecol no pescoço (devido minha crise alérgica). Eu adorei, nunca tinha participado de um antes. Vamos nos encontrar em mais eventos como esse. Eu não sabia que era você, no próximo eu irei falar com você, pode deixar.
    Quanto a resenha:
    O que falar do livro Linhagens e Cisne da querida Eleonor? É de nos deixar sem fôlego como a sua resenha aliás. Devo dizer que ela está muito bem escrita e me contagiou por completo. Ainda não consegui ler Cisne, mas já está na lista.
    E pelo que comentou, acho que vou adorar Linhagens também.
    Beijinhos.
    Cila- leitora Voraz
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

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