01 outubro 2013

Resenha: Mentes Perigosas





Autor: Ana Beatriz Barbosa Silva

Editora: Fontanar 
Páginas: 210
Sinopse: Quando pensamos em psicopatia, logo nos vem à mente um sujeito com cara de mau, truculento, de aparência descuidada, pinta de assassino e desvios comportamentais tão óbvios que poderíamos reconhecê-lo sem pestanejar. Isso é um grande equívoco! Para os desavisados, reconhecê-los não é uma tarefa tão fácil quanto se imagina. Os psicopatas enganam e representam muitíssimo bem. “Mentes Perigosas” discorre sobre pessoas frias, manipuladoras, transgressoras de regras sociais, sem consciência e desprovidas de sentimento de compaixão ou culpa. Esses “predadores sociais” com aparência humana estão por aí, misturados conosco, incógnitos, infiltrados em todos os setores sociais. São homens, mulheres, de qualquer raça, credo ou nível social. Trabalham, estudam, fazem carreiras, se casam, têm filhos, mas definitivamente não são como a maioria da população: aquelas a quem chamaríamos de “pessoas do bem”. Eles podem arruinar empresas e famílias, provocar intrigas, destruir sonhos, mas não matam. E, exatamente por isso, permanecem por muito tempo ou até uma vida inteira sem serem descobertos ou diagnosticados. Por serem charmosos, eloqüentes, “inteligentes” e sedutores costumam não levantar a menor suspeita de quem realmente são. Visam apenas o benefício próprio, almejam o poder e o status, engordam ilicitamente suas contas bancárias, são mentirosos contumazes, parasitas, chefes tiranos, pedófilos, líderes natos da maldade. Em casos extremos, os psicopatas matam a sangue-frio, com requintes de crueldade, sem medo e sem arrependimento. Porém, o que a sociedade desconhece é que os psicopatas, em sua grande maioria, não são assassinos e vivem como se fossem pessoas comuns.







  Você sabe o que é um psicopata? 


  Os psicopatas são vistos pela maioria das pessoas como assassinos cruéis ou personagens da novela das oito que aprontam vinganças, mas são muito mais que isso e constituem cerca de 4% da população. Um erro comum é pensarmos que eles são facilmente identificados e que nunca vamos encontrá-los. É como um acidente ou doença, você sabe que existe, mas nunca espera que vá acontecer com você. Ana Beatriz fez este livro com o intuito de ajudar a nós, pessoas normais e boas, a identificarmos estas personalidades que ameaçam nossas vidas. E penso que foi bem sucedida, porque como eu disse, o livro foi feito para pessoas normais e não para estudantes de psicologia, ou pessoas de grande bagagem intelectual. Foi feito para qualquer pessoa ler, e ao avaliar o livro, temos que ter isto em mente. Se você quer um livro complexo, cheio de termos técnicos e que te ajude a passar na faculdade, esquece, esse não é o certo. Mas se você é uma pessoa comum que só quer compreender mais este mundo que parece a cada dia pior, com casos de mortes horrendas e notícias chocantes, este livro pode te ajudar muito. Vamos conhecer um pouco mais do assunto?


   Antes de fazer esta resenha, pensei bem, porque não quis entrar demais no assunto, até porque entregaria tudo e qual o sentido de alguém ler depois disso? Então tentarei ser clara e colocar aqui o fundamental. Quero deixar claro que esta resenha não estabelece nenhum tipo de conhecimento concreto sobre a psicopatia, é apenas a minha compreensão e opinião sobre o livro. Pois bem, eu definiria os psicopatas como indivíduos que possuem tudo aquilo que eu chamo de doença da alma (todos os defeitos possíveis que tornam a convivência em sociedade dificultada e etc). Pelo que percebi, eles possuem todos aqueles defeitos dos quais falo em meus textos, são egoístas, sem amor ao próximo, maldosos, e pensam fora do amor, só pensam em si mesmos... Vou esclarecer melhor. Algumas das palavras e expressões usadas para descrevê-los são: frios, manipuladores, cruéis, destituídos de bons sentimentos, egoístas, calculistas, inescrupulosos, mentirosos, sedutores, incapazes de estabelecer vínculos afetivos ou de se colocar no lugar do outro, podem ser agressivos e violentos e etc...



  "Em maior nível de gravidade e com formas diferentes de manifestarem os seus atos transgressores, os psicopatas são verdadeiros 'predadores sociais', em cujas veias e artérias corre um sangue gélido,"


  Claro, o fato de que podem ser encontrados em qualquer segmento social deve ser destacado. Eles podem ser encontrados em qualquer raça, cultura, credo, sociedade, sexualidade, ou nível financeiro. Ou seja, podem estar em qualquer lugar. Segundo a autora, certamente cada um de nós conhece ou conhecerá algumas dessas pessoas durante a nossa existência. Muitos já foram manipulados por elas, alguns vivem forçosamente com elas e outros tentam reparar os danos materiais e psicológicos por elas causados.



"Por isso não se iluda! Esses indivíduos charmosos e atraentes frequentemente deixam um rastro de perdas e destruição por onde passam. Sua marca principal é a impressionante falta de consciência nas relações interpessoais estabelecidas nos diversos ambientes do convívio humano. (...) O jogo deles se baseia no poder e na autopromoção às custas dos outros, e eles são capazes de atropelar tudo e todos com total egocentrismo e indiferença."


 Se pudesse, colocaria todas as partes que gostei neste livro, mas a resenha ficaria muito grande. Uma coisa que a autora diz para nos alertar é que qualquer um pode cometer deslizes e não ser um psicopata. Nós temos consciência e temos emoções. Em alguns momentos podemos perder a cabeça e fazer coisas ruins, mas isso não significa que sejamos um. Para desenvolver esta ideia, ela lembra o fato de que vivemos numa sociedade com valores distorcidos, competitiva, de poucas referências, que nos levam a querer tirar vantagem aqui e acolá. Nós temos consciência, e podemos compreender que aquilo não foi bom de verdade, podemos nos arrepender, sentir. Um psicopata não. Eles não se arrependem, não sentem culpa. Apesar de terem completa noção de que estão fazendo algo que é considerado errado, eles não ligam. Só ligam para si mesmos, para a sua situação, não conseguem se colocar no lugar do outro. 

  Ainda entre os capítulos, há histórias que exemplificam o que foi dito. Devo admitir que fiquei chocada com muitas delas. O que vi foi uma frieza impressionante, e vindo de pessoas que se parecem muito conosco, que parecem ser normais, mas não são. O nível de maldade e egoísmo encontrado é enorme. E não sei o que foi maior: meu choque ou minha tristeza por isso. Infelizmente, há muitas coisas erradas no mundo, muitos valores morais invertidos, muita ignorância... E até aí eu não tinha visto novidades, mas depois de ler este livro e ver do que os seres humanos são capazes, passei a olhar as pessoas com outros olhos, tendo em conta do que o ser humano é capaz. Meu amor pelas pessoas não diminuiu, mas minha cautela aumentou, com certeza. Uma das coisas que acontece durante a leitura é que ficamos lendo e pensando "mas eu conheço alguém que tem tal característica, que fez tal coisa...". É engraçado, pois muitas pessoas que conhecemos podem ser psicopatas, pelas associações que fazemos. No entanto, no final, compreendemos que o diagnóstico só pode ser feito por um profissional, é claro, e que para alguém ser psicopata, tem que ter todas as características da escala que a autora cita (esqueci o nome, mas é possível encontrá-la no final do livro).

  Também vale lembrar que os psicopatas se aproveitam da bondade das pessoas normais. Para eles, suas vítimas funcionam como um troféu de competência e inteligência. Ou seja, manipulam e acham bonito. Eles julgam as pessoas boas como fracas. Para mim estão errados. Aos meus olhos a maior fraqueza do homem está na maldade, no erro. Fazer algo em seu benefício indo pela ignorância de só pensar me si mesmo é muito mais fácil que fazer um sacrifício por alguém. Condenar e intimidar, trair e etc é muito mais fácil que perdoar. Para mim a evolução está na bondade, a maldade e o egoísmo só destroem, e tudo trará consequências em um momento ou em outro. Ademais, se um psicopata parece estabelecer relação com sua família, como por exemplo "ciúmes", na verdade não há amor. Muitas veze eles só veem seus entes como objetos de posse. Objetos que depois de usado, que quando não têm mais valor, são descartados.

  Achei as histórias usadas para exemplo maravilhosas, no sentido de podermos compreender melhor como é o comportamento deles. Adorei o debate sobre o código penal e a introdução de casos que já aconteceram por aqui e são até famosos. Mas o que mais gostei foi do alerta à sociedade, e no fundo, um pedido de amor. Senti uma mensagem de "ei, olhem como estamos vivendo, olhem essas pessoas! Olhem do que são capazes, e vejam como falta amor e contato por nossa parte". Senti a necessidade de avaliar mais as pessoas com as quais lido, e senti a importância de tentar fazer deste um mundo melhor. Afinal, toda vez que me permito ser egoísta, imprudente e etc, estou agindo um pouco como eles. E eu não quero um mundo assim, não quero que ajam assim comigo. Então da minha parte, estou tentando deixar meu eu bom para melhorar o mundo e aumentar a felicidade. E vocês? 









Resenha feita por mim como postadora no Flor de Lis


  Beijos açucarados
  


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