18 outubro 2013

Entrevista Andressa Andrião




 Olá! Vamos conhecer mais sobre a autora Andressa Andrião? Ela é parceira aqui do blog, e autora do livro Memórias de Lua Cheia. Para saber mais sobre ele, clique aqui.








Andressa Baptistine Andrião, nascida em Araraquara, São Paulo, no final de 1992, começou a escrever aos treze anos, apesar já haver nela um sonho de ser escritora desde mais nova, quando começou a ler os livros de Harry Potter. 
Estudante de Engenharia de Computação na USP, está sempre tentando encontrar pedacinhos escassos de tempo para dedicar-se ao amor pelas artes da escrita, do desenho e da música. Seus maiores amores são escrever romances e poesias, desenhar tanto à mão quanto no computador e tocar flauta transversal. 
Apesar de acreditar que a vida profissional de engenheira e escritora é um pouco antagônica, não deixa de sonhar com os montes de ideias para novos livros que surgem em sua cabeça a todo momento e com as muitas possibilidades de trabalho no ramo de computação. 



Começou a escrever com treze anos? Foi o Memórias de Lua Cheia ou outra história?

Sim! Mas não foi o Memórias da Lua Cheia, comecei a escrevê-lo somente aos dezessete anos. Eu era uma escritora de fanfics na época. Escrevi várias fanfics de anime, mas a maioria ficou inacabada. De histórias originais, a primeira que realmente coloquei no papel foi a série Memórias da Lua, apesar de eu ter projetos bem mais antigos do que esse, mas hoje sou realmente feliz por ter esperado. As histórias teriam saído imaturas se eu tivesse começado a escrever antes. Acredito que uma das melhores coisas que existem para o escritor melhorar suas histórias é sua experiência de vida.


Engenharia e literatura são rumos bem diferentes. Por que escolheu se formar em engenharia?

São mesmo... Hehe. Mas acredite, não é tão estranho quanto parece. Você gostar de escrever não significa necessariamente que gosta de gramática e regras ortográficas, mas que você gosta de contar histórias. Você gosta de brincar com as palavras e de juntá-las de maneira bonita. Gosta de criar personagens, brincar com as ideias deles, suas vidas, muitas vezes até estudá-los para entender mais sobre o seu comportamento e o próprio comportamento humano. Lógico que eu fico tentando lembrar do que os meus professores de português diziam no colegial e no cursinho, pesquiso regras na internet quando tenho dúvida, mas minha paixão são as histórias e principalmente os personagens. Quanto a ter escolhido Engenharia de Computação... Eu sempre gostei de elétrica e sou fissurada em computadores (culpa do meu pai que me colocou para mexer desde os três anos). Hehe.


A música ajuda no processo de criação de suas obras?

A música ajuda bastante no processo de criação sim. Eu ouço músicas quase o tempo todo, até quando ando na rua, e elas me ajudam a viajar ainda mais em pensamentos do que eu já viajo. Quando quero trabalhar um aspecto da história, ou seja, ficar escrevendo ideias e conexões entre elas em um caderninho, eu ouço músicas também, até porque são só ideias. Porém sou praticamente incapaz de escrever ouvindo música. Preciso de completo silêncio e até mesmo um barulho de conversa no prédio vizinho já é capaz de me incapacitar de escrever... Infelizmente isso atrasa um pouco meus livros. Foram raros os casos que eu precisei ligar o som para que dar continuidade a uma história (apesar de ter acontecido uma ou duas vezes).


O que mais toca a sua alma?

 Ah... Essa pergunta é difícil de responder. A natureza, a beleza da vida e o amor costumam tocar muito a minha alma. Só que não é sempre... Às vezes tudo isso se torna vazio. Posso citar apenas duas coisas que sempre me emocionam de verdade. Algum tempo atrás vi o ultrassom de uma pessoa muito querida que havia perdido um bebê e estava esperando por outro. No momento, tenho que admitir que só fiquei feliz, mas quando cheguei em casa e estava sozinha, comecei a chorar de tão lindo que foi aquele acontecimento. Imagine só, é uma nova vida! Uma nova e maravilhosa vida! E ela não só  nasceu inesperadamente ou por acidente, mas de duas pessoas que se amavam e esperavam por ela, amando-a antes mesmo de ela nascer. Isso realmente toca minha alma. E a outra coisa, ainda mais forte do que as demais, são pessoas solitárias. Poucas pessoas prestam atenção nelas. Às vezes elas estão bem ao nosso lado, sorrindo, e mesmo assim não percebemos o quão profundo é o seu sentimento de não pertencer... Por isso que quando encontro uma pessoa assim e que me fala algo assim, sendo isso verdadeiro, eu fico comovida. Na maior parte dos casos as pessoas ficam só reclamando que estão sozinhas e blá blá blá, e que tudo é um grande problema de auto estima, sendo que elas nem conhecem a profundidade da solidão. 


Quais seus filmes favoritos?

Não me pergunte algo assim! É quase impossível para mim guardar na memória um filme favorito. Em geral não sou tão chegada assim em filmes... Prefiro seriados, desenhos, animes... Ler livros. Sou apaixonadíssima pelo seriado Doctor Who, que julgo uma das melhores histórias já criadas no mundo, mas filmes é realmente difícil de citar. Sem contar que filmes são histórias curtas de, em média, 2h. É muito mais fácil você se apegar em um seriado de sete temporadas do que em um filme.


Quais são seus autores inspiradores?

J.K.Rowling, Cassandra Clare e, agora, Richelle Mead. Vou citar somente essas três porque escreveram séries que me deixaram impressionada. J.K.Rowling foi quem me incentivou a escrever, já a Cassandra Clare a Richelle Mead foram as autoras cujas ideias ou imaginação me deixaram com ainda mais vontade de elaborar minhas histórias. É lógico que tenho autores que gosto muito, mas é que essas são as que eu citaria como inspiradoras.


Qual o seu ritual para escrever? E como encontra tempo em meio à rotina da faculdade?


Não tenho nenhum ritual para escrever não. Só tenho que estar com vontade, abrir o Word e começar (isso para o livro em si). Preciso do maior silêncio possível, se não, não dá muito certo. 

Para ideias de roteiro, passado e futuro dos personagens, é um pouco diferente. Posso escrever tanto no silêncio, quanto ouvindo música. Não tenho que me preocupar demais com cenas, gramática e tudo mais, então envolve menos concentração e é mais fluido. Nesse caso posso ter um professor falando (faço isso na aula) e continuou escrevendo normalmente.

A faculdade, na verdade, não me deixa encontrar muito tempo para escrever. Não tenho tempo nem de responder meus emails (qualquer um que tentou me pedir parceria deve saber disso). Às vezes fico acordada até de madrugada escrevendo, no dia seguinte durmo na aula. Às vezes estou cheia de inspiração, mas tenho uma prova e não consigo escrever. Por isso meu segundo livro está um pouco "atrasado". O curso de Engenharia de Computação é muito mais difícil do que as pessoas pensam e chego a dormir às 5h da manhã só estudando para a prova. Imagine escrever? Mas eu tento. Cheguei até a pegar menos créditos para ter mais tempo para me dedicar ao livro, mas mesmo assim é bem difícil. 


O que é mais emocionante em ser escritora?

Quando alguém gosta do seu livro! Haha. Mas digo ainda mais do que isso... Quando alguém entende o que você quis dizer. Por exemplo, muitas pessoas xingam minha personagem principal sem tentar entender as motivações dela. Sem tentar entender que eu fiz de tudo para que ela fosse o mais humana possível. A maior parte dos seres humanos reais passaria por um trauma muito grande na situação dela, e o povo me critica porque ela é frágil. Ninguém pensa que eu tentei ser fiel a realidade e, também, mudar a personagem aos poucos, com o decorrer da história. Ela precisa crescer, mudar... A série é longa, qual a graça se ela for forte logo de cara? Até porque eu não consigo, de maneira alguma, ver uma menina sem memória, sem família e sem nada pagando uma de durona nos seis primeiros meses que ela não sabe nem quem ela é. Quando as pessoas entendem isso... Eu tenho vontade de chorar de felicidade dizendo: "Olha só! Você entendeu tudo o que eu quis passar para o papel!". E não só o caso da minha personagem principal, mas de muitas outras ideias citadas no livro e até mistérios que eu deixo escondidos e alguns leitores atentos percebem (outros nem prestam atenção e acham que eu estava enrolando). Para mim, quanto mais fiel a realidade psicológica, melhor a história. Não vejo graça em ter "simplesmente enredos". 


Sempre faço essa pergunta, então lá vai: como você vê o mundo à sua volta?

Você quer a visão do meu lado pessimista ou otimista? Haha. Cada parte da minha personalidade vê o mundo a minha volta de maneira diferente e particular, por isso a pergunta é um pouco mais difícil do que parece. A visão otimista? O mundo é lindo, a natureza e o universo são maravilhosos, tudo é impressionante. É uma visão bem Alissa da realidade. Já a pessimista fica em uma mistura forte de Seth com Scorpio... Prefiro não comentar. Haha.


Que músicas mais se adequam à Memórias de Lua Cheia?

Ainda não criei uma trilha sonora... A única música que eu garanto que se adequa, mas não a Memórias da Lua Cheia, mas a série em si, é Tristesse, de Chopin. Ela é o tema da Alissa.



Se pudesse mudar algo no mundo, o que seria?

Ah... Eu mudaria as pessoas. Imagine só se elas parassem de olhar para o próprio umbigo e se preocupassem com os outros. Nunca mais teríamos problemas.


O que mais te irrita e o que mais te deixa feliz?

É difícil dizer o que mais me irrita. Sou uma pessoa bem nervosa para falar a verdade. Sou muito correta, acima de tudo. Se eu notar que uma pessoa está querendo se aproveitar de mim, eu fico muito irritada. Se eu achar que uma pessoa agiu de má fé comigo, eu fico muito irritada. Barulho também é algo que me irrita muito...
O que mais me deixa feliz é mais difícil ainda... Acho que passar tempo com meus amigos. Isso me deixa feliz. Mesmo quando estou mal, se eu sentar ao lado de uma pessoa que eu gosto muito e ficar em silêncio com ela, já é a maior felicidade que alguém pode me proporcionar.


Deixe uma mensagem aos seus leitores.

Em primeiro lugar quero agradecer a todos vocês que confiaram no meu trabalho e leram Memórias da Lua Cheia. Peço desculpas pela demora para lançar o segundo livro, estou tratando ele com o maior carinho que posso e, acreditem, esse é o motivo de ele estar demorando tanto. Não é fácil escrever um livro de mais de 500 páginas quando você faz faculdade de Engenharia... Hehe. Principalmente na USP. Nem meus amigos que só fazem faculdade conseguem dormir direito, imagine eu que tenho que escrever e tratar de assuntos de divulgação também! Agradeço demais pelo carinho daqueles que me mandam mensagens no facebook ou aqueles que me mandam emails elogiando a obra. Isso me anima a continuar. Obrigada, de verdade! =)


Se fosse leitora e se deparasse com Memórias de Lua Cheia e adorasse, como indicaria aos seus amigos? Quais seus argumentos para fazer com que eles leiam?

Falaria que encontrei uma história onde o autor não somente se preocupou em criar uma trama complexa e cheia de mistérios, mas também em desenvolver seus personagens com profundidade. Esse é o "diferencial" do meu livro. Desde o primeiro momento eu me preocupei em tratar essa série como uma profunda teia de relacionamentos, pensamentos, motivações futuras e passadas. Até que ponto o passado pode influenciar a atitude de alguém? Até que ponto um ser humano é capaz de manter seu auto-controle? Até que ponto o amor é capaz de mudar uma pessoa? E o que é esse amor? Eu gosto muito de tratar coisas assim, por isso eu diria que o autor tentou se preocupar muito com questões filosóficas. Que nas entrelinhas do livro existem diversos questionamentos. Que em cada capítulo existe pelo menos uma pequena frase ajudará a desvendar não somente o mistério do primeiro livro, mas também de muitos outros. Eu pediria para que este futuro leitor se atentasse aos detalhes, pois eles fazem a história bem mais rica do que eles imaginam.


Como os seus leitores apaixonados poderiam lhe agradar?

 Conversando comigo sobre o que acham do meu livro, sobre o que gostam, sobre os personagens que gostam. Eu demoro para responder porque, sempre que vejo um desconhecido, acho que é gente pedindo livro de graça e sem dar a menor importância até para o título do livro. Mas eu respondo, sempre que possível. Isso me ajuda a melhorar! E também fico muito feliz quando leitores postam comentários na página do livro! Parece que eles se importam, sabe? Haha. No fundo sou uma escritora carente que gosta desse tipo de atenção. XD





Adorei as respostas, Andressa! Já vi que vamos nos dar muito bem, pois aprecio muito o seu tipo de escrita. Muito sucesso!







3 comentários:

  1. Gostei muito da entrevista, a Andressa é uma fofa *-*
    Gostei de saber que antes de escrever o seu livro, ela começou escrevendo fanfic, eu já escrevi algumas também, quem sabe eu escrevo um livro? Own que sonho rsrs

    Beijos.

    www.doceabril.com.br

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  2. Olá!
    Amei o post, ficou lindo! *-*
    Agradeço demais pela sua ajuda na divulgação e pela sua simpatia! ^^
    Abraços

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