Resenha: Ruby in the Dust - O amor numa xícara de chá

Olá! Como vocês estão? Hoje a resenha é do primeiro livro de parceria com a Editora Charme. E mais que isso, um livro que me surpreendeu muito positivamente.

Autora: Julie Farrell

Editora: Charme

Páginas: 355

Assunto/ Categoria: Romance, Lugares aconchegantes, Romance Estrangeiro, Aceitação, Amor

Sinopse: Ruby in the Dust: O Amor Numa Xícara de Chá - Nicky tem um segredo. Ela fugiu de Hamburgo aos quinze anos, e encontrou refúgio na pacata Maidenhead, onde seu café, Ruby in the Dust, tornou-se um sucesso. Mas agora, conforme Maidenhead se moderniza e o Corporista Café engole a cidade, Nicky está perdendo sua renda e tem uma ameaça de despejo. Com todas estas preocupações martelando em seu coração, ela certamente não está à procura de amor.

Quando Alex entra em sua vida com promessas para ajudá-la a transformar seu negócio em algo lucrativo, Nicky se mantém cética. Mas há mais em Alex do que o idiota que ele parece ser. Quando o senhorio desagradável de Nicky desafia Alex a salvar o Café em três meses, Alex não consegue resistir, e eles fazem uma aposta que pode acabar custando caro a Alex.

Pode Nicky colocar o orgulho de lado e trabalhar com Alex para salvar Ruby in the Dust, antes que ele se torne mais um café empresarial? E ela pode superar o seu grave segredo, e se permitir apaixonar por Alex, mesmo que isso signifique enfrentar seus medos mais profundos?

Aconchegue-se com uma xícara de chá, e desfrute do calor do Ruby in the Dust!

Um livro que te transforma

Ruby in the Dust me parecia ser mais uma leitura agradável. Um romance fofo. Aconchegante como uma xícara de chá. O cliché da protagonista feminina com um segredo e o cara bad boy. Se você pensa como eu, esqueça tudo! Agora eu contarei a verdade sobre este livro - sem spoilers! A verdade é que Ruby in the Dust é um livro fora do comum e do cliché que pensamos que ele possui. De verdade! O segredo da protagonista não é aquele trauma batido, de somente sofrimento na família ou relacionamento que não deu certo no passado. É algo mais sério, que realmente envolve sua vida e o modo como ela pode ser vista por contar a verdade. Acredito que vocês vão gostar disso, por sempre pedirem por um diferencial nos livros. E Alex, quem logicamente tem a fama de bad boy e vai se apaixonar pela protagonista - Nicky -, na verdade não é tão bad boy assim. Pelo meu ponto de vista, ele é muito mais um homem normal, inteligente, de expectativas de vida frustradas e que vive do jeito que vive para compensar aquilo. Mas sem aquela galinhagem típica, sabe? Os problemas de conduta dele são outros. Além da premissa diferencial, o livro faz pensar. A todo momento recebemos questões sobre a vida, a felicidade, o amor, o eu e muito mais, abordadas de uma forma que nos faz pensar positivamente sobre aquilo. Tudo isso num clima que ainda consegue ser divertido, aliado ao humor britânico.

Antes de continuar, gostaria de abrir um parentese aqui. Quando o livro chegou, fiquei encantada com a edição. Só impliquei um pouco com a fonte e a cor do texto da capa na frente, que não se destaca muito. Mas quando abri o livro adorei o que vi. Eu já disse que amo detalhe de ilustração nos primeiros capítulos? Além disso ele possui alguns outros detalhes, nas outras folhas, que dão todo um Charme a mais - só percebi o trocadilho depois de escrever, desculpa, mas fica aí para refletir. 

Fechando o comentário bookaholic preocupado com a edição, conhecemos nas primeiras páginas Alex. E logo nesse momento não consegui vê-lo como o bad boy. Ele é um ser humano normal, que faz algumas besteiras. Abre a boca na hora errada e fala com muita sinceridade, afiado, quando outras pessoas não falariam nada. Sem contar que o foco do humor britânico é ele. É dele que vêm as piadinhas divertidas que realmente fazem diferença no livro, dão um ritmo melhor à leitura. A vida de Alex está uma bagunça. Ele bebe demais, não encara a realidade. E antes de conhecer Nicky sofreu um acidente de moto que o levará a julgamento, onde provavelmente perderá a licença para dirigir. Quem o ajuda a não se perder totalmente é seu amigo Zach. E quando decide se encontrar com Zach num lugar longe de bebidas, para conversar, acaba parando em Ruby in the Dust.

Nicky é a dona do Café Ruby in the Dust. Um ambiente onde as pessoas podem ir para tomar chá ou café, comerem bolo ou biscoitos por um preço melhor e serem acolhidas. Com direito a livraria nos fundos, com material mais esotérico, metafísico, o Café tem como principal diferença o tratamento humano. Vivemos num mundo onde a atitude blasé tomou conta de tudo. Vamos a algum lugar para comer e vemos os clientes cumprimentando os funcionários com no máximo um bom dia - pelo menos nas cidades grandes -, e os funcionários se limitam a um rápido cumprimento automático. Não se presta mais atenção no outro. Em Ruby in the Dust o diferencial é que há atenção. Nicky e Leia - amiga e garçonete - tratam as pessoas melhor que isso. E alguns clientes tornam-se amigos. É um lugar fora do complexo de se estar só quando se está acompanhado. O problema é que o aluguel está atrasado e há a ameaça de substituição pelo Corporista Café. Nicky pode perder a casa e o local de trabalho.

E Alex descobre isso no dia em que a conhece. Encontra no mesmo ambiente alguém que havia estudado com ele, por quem não tem bons sentimentos e sabe que é recíproco. E essa pessoa é dona do estabelecimento de Nicky. Surge então o desafio de Alex conseguir fazer Ruby in the Dust lucrar em três meses a ponto de pagar os alugueis atrasados. É uma aposta. E Alex aceita. O problema é que Nicky resiste em aceitar isso no início. Ambos sentem atração um pelo outro de certo modo imediata. Só que ela luta contra isso por causa de seu segredo. A ideia de estar perto dele e se arriscar já é demais a ponto de fazê-la relutar aceitar uma ajuda que possa ser realmente necessária. Só que Alex persiste, mesmo fazendo suas bobagens, ele insiste em Nicky. E esse foi seu maior acerto. Ela faz com que ele descubra a si mesmo. E o romance é conduzido de modo a se ter duas pessoas que se encontram quando estavam perdidas em si mesmas. E que aprendem a amar de verdade: um amor sem obsessão, sem cobrança, sem exigência de retribuição. Um amor que se contenta por ver o outro feliz. Um amor que ensina cada um a completar a si mesmo. Em outras palavras: o amor maduro.

Toda essa história linda, nesse ambiente que eu já citei, com um estilo britânico, faz a leitura já valer super a pena. Mas quando você pensa que acabou, tem mais. Os personagens são bem desenvolvidos. Você cria empatia e torce por eles. Até os personagens secundários te atraem - principalmente o sobrinho de Nicky. A protagonista tem um modo lindo de ver a vida, e quando ela dá conselhos aos outros personagens, enxergamos isso e aceitamos os conselhos dela. E a própria também precisa receber conselhos e rever suas atitudes. É aí que refletimos sobre nós mesmos. Nós aprendemos com eles a nos encontrar. A nos auto-avaliar e ver em que sentido nossa vida estará ao lado da nossa felicidade. A felicidade é algo simples. E Ruby in the Dust te ensina o segredo dela. Te ensina sobre você mesmo, sobre o amor romântico, o amor de amigos, o amor familiar e o amor ao próximo. Sobre a vida. Traumas. Família. A realidade... Te mostra que você não precisa estar dentro dos padrões para ser feliz e perfeito para quem você ama, que sempre te olhará de um modo melhor do que você se vê. É uma leitura rica, que te modifica. Que me modificou. Me divertiu, me fez torcer e sorrir nos momentos românticos. Como seria possível, então, classificar este livro em menos que 5 estrelas e favorito, e pedir a vocês que leiam, porque não sou capaz de expressar tudo o que gostaria de mostrar nesta resenha?

5 Estrelas

Favorito ♥

Leia os primeiros capítulos.

Curta a fanpage da editora e fique por dentro dos lançamentos.