Resenha: Geek Love

Geek Love - O Manual do Amor Nerd

Autor: Eric Smith

Editora: Gente

Assunto / Categoria: Autoajuda, Geek, Nerd, Amor, Relacionamentos amorosos

Páginas: 207

Sinopse: Eric Smith sabe mais do que ninguém que existem prazeres imensos na vida geek. Amigos incríveis, conversas até de madrugada sobre realidades alternativas ou até mesmo o simples prazer de ler aquele lançamento de quadrinhos. No entanto, chega um momento na vida de todo nerd em que o amor bate à porta e daí vem a hora de jogar o xadrez tridimensional que é o mundo dos solteiros. Não se desespere, jovem Padawan! Deixe Smith guiá-lo por esse caminho e descubra que amar é muito mais do que flores e bombons. Afinal, nada é normal na vida do nerd, e o amor não é senão o mais extraordinário dos fenômenos humanos.

O Manual do Amor Nerd

    Olá! A resenha de hoje é para falar sobre o tão esperado Geek Love. Ultimamente tenho visto muitos comentários sobre ele, e o que com certeza mais chama a atenção é o fato de ser voltado para o público nerd e ter uma edição linda. E agora comprovo isso! O livro realmente leva a cultura nerd até dentro do miolo do papel! E eu adorei! Quando se lê algo assim, parece que a conversa se torna íntima. O autor se torna o amigo que conhece tudo que você conhece. Eu me identifiquei em algumas partes, reconheci algumas coisas... Confesso que algumas eu não reconheci por não ter contato com elas. Mas no geral, foi muito divertido. Porque além dele inserir aspectos da cultura nerd no texto, ele brinca com eles, e com o leitor. Algumas partes são realmente engraçadas. É divertido!

      Caso você ainda não tenha ouvido falar do livro e esteja meio perdido, vou esclarecer as coisas. Geek Love é um livro de autoajuda para ajudar o público nerd, geek, nas questões amorosas. Sei que muita gente tem preconceito com autoajuda. Eu mesma tinha antes de ler uma maravilha que fala sobre o amor, mas isso é outro assunto. A questão é que há um grande mito sobre este tipo de livro. Pensamos que a maioria dá conselhos inúteis, dizendo o que devemos ou não fazer. Não vou mentir, há livros assim por aí. E eu corro deles. Geek Love não é assim. É um livro divertido, que conversa com o leitor, como um amigo. É divertido e edificante, não é perca de tempo se você se encaixa no público alvo. E o que mais me agradou em tudo foi o que já repeti algumas vezes até agora, o fato de ser engraçado, a edição linda e também o fato de realmente incentivar o leitor para o qual foi feito.

       Algo interessante é que o autor já começa falando a respeito das relações virtuais demais que temos atualmente. Os nerds e geeks vivem muito nisso. Ele nos lembra que é importante ter o contato real também, e apresenta argumentos e fatos para nos convencer disso, como o fato de haver um aplicativo para tirar as pessoas do Facebook. Isso realmente quer dizer alguma coisa, não é? Porque até os não nerds estão vivendo na internet. Pessoas que vão até a esquina e avisam no Facebook ou Twitter. É como pedir para ser controlado e vigiado. Bom... se visitarem meu Facebook, verão que tem muitos links de sorteios e coisas literárias. Não explano tanto assim. E reforço o convite do autor para a vida real. O ser humano é um ser social, mas precisa do contato humano real, fora do virtual. Precisa conhecer o mundo, se desenvolver, sair da casca dos jogos, do computador, dos livros... Precisamos. Uma hora ou outra a vida com certeza cobra isso. E principalmente, se você se cansou de jogar no Player 1, sozinho, vai ter mesmo que sair de casa.

       O livro dá dicas interessantes. Começa falando sobre o mundo nerd também e sobre que tipo o leitor é. Me identifiquei com o acadêmico, apesar de não me achar tanto dentro da categoria assim... Mas de todos, aquele era o mais próximo de mim. Só que o livro tem muitas referências a filmes e jogos. Muitas! Ah, e aos quadrinhos, é claro. Tudo voltado para a conquista e o namoro. E até para o fim saudável. Sim. Acompanhamos uma trajetória completa, do início, da conquista, do durante, do depois e do reinício. E outro fator interessante é que o autor fala mais como se estivesse falando com um garoto. Por isso até, há um recado para a garota nerd, onde explica que tudo também se aplica a ela, que ela pode adaptar as dicas e etc... Bom, dá sim. Menos nas partes das roupas.

      Esse fator das roupas me incomodou um pouco. Eu entendo que a intenção dele tenha sido ajudar. Em alguns momentos ele parece falar com homens de 30 anos que se vestem como adolescentes... Às vezes essa ajuda pode ser mesmo necessária. Só que... tem muito "passo a passo". As leitoras agora podem ajudar. Quem nunca leu uma revista feminina? Até mesmo aquela teen, quando mais nova? Sempre tinha aquilo de "conquiste o gato!", "doze passos para fisgar o cara"... Então, de vez em quando eu me senti em meio a isso neste livro. Ele foi, em certos momentos muito objetivo. E isso pareceu dar uma padronização. Encaremos os fatos: somos todos diferentes. E passo a passo raramente dá certo. Confesso que fui sempre viciada em revista teen quando tinha idade para elas. E cá entre nós, até hoje não sei se elas me ajudaram... Muito menos aquelas dicas de se vestir, com coisas caras que a gente nunca compra. Cada um tem seu estilo. Parece haver aí mais uma forma de controle. "Aja assim, se vista assim, beije assim..." Acho que tudo isso tem que ser encarado como simples dicas. Porque cada um terá seu modo de agir. Se desenvolverá de uma forma. Não quero um padrão, nem agir por um. Muitas vezes nos apaixonamos de verdade por alguém porque esse alguém tem o diferencial necessário, que nos atrai. Por isso, não podemos seguir tudo ao pé da letra. Vi ele criticar coisas com as quais não tenho nenhum problema. Como casaco de moletom. Qual o problema do cara usar um? Desde que seja jovem, ou caia bem? Assim como o nerd que lê criticar Crepúsculo, supondo que o cara não ia gostar da garota se ela lesse o livro... Aí está o problema da objetividade, porque a pessoa que lê pode não ter nada contra aquilo. Assim como os outros preconceitos que os nerds poderiam vir a ter podem não existir de fato para o leitor. O que quero dizer é que nem sempre você vai se encaixar exatamente naquilo e que não deve seguir tudo ao pé da letra. Acima de tudo, devemos ser nós mesmos.

      Mas num total, o livro é muito bom em seu papel: motivar! Motivar os geeks e nerds a saírem de casa ou se aventurarem na internet em busca de alguém. A irem a um encontro... Vai que o leitor acaba sendo alguém solitário, que não tem quem dê essas dicas a ele? O livro pode ajudar até a fazer amigos no tanto de coragem que dá. Por outro lado, o fator que me desagradou em alguns momentos foi essa objetividade, que soou como não identificação, e padronização. Repetindo, o importante é ser você! Ninguém quer conquistar alguém por uma mentira. Mas por seu papel geral, o livro ajuda. E pela edição, todos babamos. Sério, o trabalho da editora ficou lindo! Coloquei algumas fotos para que vejam como ficou no geral, algumas partes diferentes. Eu amei os desenhos, a diagramação... Amei! E sei que vocês que se derretem por esses fatores também vão amar. Lindo, divertido, encorajador... Geek Love merece uma chance, se você se enquadra no público alvo ou ficou curioso.

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