"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.
E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria.
E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.
O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta."
1 Coríntios 13:1-7
Quando procurei este texto na bíblia a palavra amor foi trocada. Lá estava: caridade. Antes de começar, acho legal explicar porque abordar este assunto desta forma. Na verdade, não sei bem... Quando escrevo, na maioria das vezes, nos textos do blog onde estilo literário não é definido e cobrado - ah, como eu amo essa liberdade! - eu me deixo sentir e exponho o que penso. Então, como o cantor que vai tocar sua música e diz que é algo que ele fez, por ele mesmo, e que espera que o público goste, eu dou a mesma justificativa aqui. É mais um pedacinho de mim em texto. Espero que gostem, mesmo que discordem. Ah... E o motivo do texto é algo sobre dia dos namorados muito atrasado. Para falar sobre o amor de verdade.
Como eu ia dizendo... em outra versão, eu li caridade. Um dos problemas é que as pessoas se retraem ao ouvir esta palavra. Pensam que lá vem mais hipocrisia. Ou então, pensam que ela é irmã do interesse em alcançar algo a mais, ou filha do ato de dar esmolas. E a maioria das pessoas gosta de pensar que nunca vai precisar dela. Mas não... A caridade, na verdade, é parceira, amante, do amor. Os dois andam juntos. São inseparáveis. E estão muito distantes do materialismo do senso comum. A caridade está no perdoar, no compreender. Ali reside a forma mais difícil de caridade. O contrário do egoísmo. Parando de divagar sobre isso, antes que o leitor pense que é mais algo chato, fechando a janela e se recusando a refletir - o que seria uma pena -, vou falar sobre o amor. Entendido o conceito de caridade e o fato de que ela e o amor andam juntos, agora sim podemos abordar o tema. Quero contar que aprendi que o amor é justamente isso. O amor não é doença, não é trauma, não faz sofrer, quando é puro. O que traz problemas são os nossos defeitos, dentro de nós mesmos. As ilusões em que insistimos em acreditar. A vida reage, tentando abrir nossos olhos para a verdade, mas a ilusão reaparece, nos cegando, e vem a dor.
Então, o leitor mais disposto a refletir e a questionar, já deve estar se perguntando: "então, se amar tem a ver com perdoar e compreender no sentido mais difícil de caridade, então, amar é difícil?" Digamos que é e ao mesmo tempo não é. Porque o ato de amar não pode ser forçado. Não é como se pudéssemos acordar e dizer: "Ei! Hoje vou me apaixonar pelo meu vizinho!" Não, o amor simplesmente acontece aos poucos... como a amizade, a afinidade. Mesmo que tenhamos tomado a decisão de amar alguém ou de nos tornarmos amigos de alguém, o sentimento não começa instantaneamente. Da mesma forma, não podemos dizer "te perdoo" e achar que o sentimento é instantâneo. O grande problema dos relacionamentos é que com o tempo, realmente passamos a conhecer o outro de verdade. Os defeitos aparecem, e as brigas e as mágoas chegam, e você precisa perdoar o outro por simplesmente não ser perfeito, como você não é. E aí? Quão forte é o seu amor? É maior que o seu orgulho? Repudio o tipo de texto que defende o amor próprio como orgulho ignorante. Não é nada disso... isso é reclamação de gente que se feriu e não se reconstruiu até hoje, e sua única resposta é reclamar e se impor do jeito que a sociedade diz que é ser forte. Do jeito que outras pessoas dizem que é ser forte: elas dizem que precisam ser supremas a tudo, que nada pode ser como elas não querem, e que se for, na força bruta dão um jeito, como uma tempestade que arrasta tudo consigo. Um pequeno segredo: é aí que reside a maior fraqueza e a sua consequência - a solidão. Se deixar levar pelos impulsos, sem nem ao menos questionar as ideias que te passaram. Seja divergente! Não seja controlado! Ache o seu caminho. Pergunte se vale a pena persistir no que te afastará de todos, simplesmente porque não pode controlar a vida, ou se é melhor ceder e ser feliz. E finalmente, pare de afastar todos de você porque não correspondem às suas expectativas, como se você fosse o ser supremo e perfeito que sabe de tudo. Ninguém sabe.
Os avanços por acreditar no amor são indescritíveis. A felicidade que dele vem é incrível, porque está infiltrada dentro de nós. Nos reciclamos, amadurecemos, aprendemos a lidar com o outro, como gostaríamos que fizessem a nós. Então, diante disso tudo, o que é o amor? Sem mais enrolações, acredito na teoria que diz que o amor pode ser maduro e imaturo. Há um diálogo platônico intitulado O Banquete, que passa a reflexão de que ao se conhecer o amor, se admira primeiro as belezas, e se fascina por elas. Primeiro, amamos o belo, e nos apaixonamos pelo que julgamos ser mais belo. Depois, vemos que a paixão é pela beleza em si, pois sempre há outro mais belo para se encontrar e mudar de ideia. Finalmente, descobrimos que há algo superior à beleza, e passamos a amar as características, o saber que o ser amado demostra. E é então que chegamos ao ápice do amor: o amor ao saber. Isso é tão verdadeiro para mim, em tantos sentidos... Porque se você precisa compreender e se colocar no lugar do outro, você está amando o saber, está refletindo e amando o saber. Se você está analisando todas as situações, você está amando o saber. Se está disposto a agradar o outro de alguma forma, para a felicidade, está amando o saber. Se está com um problema na relação e senta para conversar, buscando o melhor caminho, está amando o saber. Está usando a caridade. Está amando o saber. Está amadurecendo. Encontrando o amor maduro. Tão diferente daquilo que é cultuado no início de tudo... quando nada sabemos sobre nada, e só as ideias do senso comum vêm. Tão diferente do amor imaturo... Minha conclusão ao final desta divagação é que não há conclusão. Porque o campo do amor é uma eterna descoberta.
Então, o leitor mais disposto a refletir e a questionar, já deve estar se perguntando: "então, se amar tem a ver com perdoar e compreender no sentido mais difícil de caridade, então, amar é difícil?" Digamos que é e ao mesmo tempo não é. Porque o ato de amar não pode ser forçado. Não é como se pudéssemos acordar e dizer: "Ei! Hoje vou me apaixonar pelo meu vizinho!" Não, o amor simplesmente acontece aos poucos... como a amizade, a afinidade. Mesmo que tenhamos tomado a decisão de amar alguém ou de nos tornarmos amigos de alguém, o sentimento não começa instantaneamente. Da mesma forma, não podemos dizer "te perdoo" e achar que o sentimento é instantâneo. O grande problema dos relacionamentos é que com o tempo, realmente passamos a conhecer o outro de verdade. Os defeitos aparecem, e as brigas e as mágoas chegam, e você precisa perdoar o outro por simplesmente não ser perfeito, como você não é. E aí? Quão forte é o seu amor? É maior que o seu orgulho? Repudio o tipo de texto que defende o amor próprio como orgulho ignorante. Não é nada disso... isso é reclamação de gente que se feriu e não se reconstruiu até hoje, e sua única resposta é reclamar e se impor do jeito que a sociedade diz que é ser forte. Do jeito que outras pessoas dizem que é ser forte: elas dizem que precisam ser supremas a tudo, que nada pode ser como elas não querem, e que se for, na força bruta dão um jeito, como uma tempestade que arrasta tudo consigo. Um pequeno segredo: é aí que reside a maior fraqueza e a sua consequência - a solidão. Se deixar levar pelos impulsos, sem nem ao menos questionar as ideias que te passaram. Seja divergente! Não seja controlado! Ache o seu caminho. Pergunte se vale a pena persistir no que te afastará de todos, simplesmente porque não pode controlar a vida, ou se é melhor ceder e ser feliz. E finalmente, pare de afastar todos de você porque não correspondem às suas expectativas, como se você fosse o ser supremo e perfeito que sabe de tudo. Ninguém sabe.
Os avanços por acreditar no amor são indescritíveis. A felicidade que dele vem é incrível, porque está infiltrada dentro de nós. Nos reciclamos, amadurecemos, aprendemos a lidar com o outro, como gostaríamos que fizessem a nós. Então, diante disso tudo, o que é o amor? Sem mais enrolações, acredito na teoria que diz que o amor pode ser maduro e imaturo. Há um diálogo platônico intitulado O Banquete, que passa a reflexão de que ao se conhecer o amor, se admira primeiro as belezas, e se fascina por elas. Primeiro, amamos o belo, e nos apaixonamos pelo que julgamos ser mais belo. Depois, vemos que a paixão é pela beleza em si, pois sempre há outro mais belo para se encontrar e mudar de ideia. Finalmente, descobrimos que há algo superior à beleza, e passamos a amar as características, o saber que o ser amado demostra. E é então que chegamos ao ápice do amor: o amor ao saber. Isso é tão verdadeiro para mim, em tantos sentidos... Porque se você precisa compreender e se colocar no lugar do outro, você está amando o saber, está refletindo e amando o saber. Se você está analisando todas as situações, você está amando o saber. Se está disposto a agradar o outro de alguma forma, para a felicidade, está amando o saber. Se está com um problema na relação e senta para conversar, buscando o melhor caminho, está amando o saber. Está usando a caridade. Está amando o saber. Está amadurecendo. Encontrando o amor maduro. Tão diferente daquilo que é cultuado no início de tudo... quando nada sabemos sobre nada, e só as ideias do senso comum vêm. Tão diferente do amor imaturo... Minha conclusão ao final desta divagação é que não há conclusão. Porque o campo do amor é uma eterna descoberta.
O que é o amor para você?
Olá, Vivian!
ResponderExcluirGostei da sua opinião sobre o amor, e acredito que ele traz uma felicidade e paz imensurável. Para mim, o amor é quando você sente uma conexão especial com alguém... amor é ter confiança na outra pessoa, é dar e pedir conselhos, confiar nela, sentir ciúmes (mas não exagerado). O amor é saber ouvir e respeitar a opinião do outro, é respeitar e lutar pela pessoa amada...
Não sou exper em amor ou coisa do tipo, mas pra mim, o amor maior é aquele que vem de Deus.
Beijos!
Olaaa
ResponderExcluirAcho que o povo hoje em dia perdeu completamente a noçao do significado de amor. Se eu postar que amo meu melhor amigo numa rede social, ja vao todos achar que sou apaixonada por ele e, completamente do oposto, as pessoas estao passando a dizer cada vez mais "da boca pra fora" que ama o outro, só para fingir sentir interesse ou sei la pq, nao entendo pq tanta falsidade :P
Eu acredito que so deve dizer eu te amo quando realmente se ama, nao por querer namorar a outra pessoa, mas por simplesmente achar que a vida dela é fundamental para a sua :3
Que texto lindo Vivian!! Adorei sua opinião sobre o amor, que anda cada vez mais raro na nossa sociedade atual. Concordo que o amor vem aos poucos, na relação do dia a dia, na aceitação dos defeitos e das qualidades do outro. Você escreve muito bem, parabéns!!
ResponderExcluirBeijos!!
Como sempre, mais um texto lindo Vivian.
ResponderExcluirEu acho que o amor vai nascendo aos poucos, com a convivência, com o conhecimento e depois que ele surge, ele também vai se fortalecendo da mesma forma. E achei interessante também o que você falou sobre a caridade, a maioria das pessoas que vê/ouve essa palavra, já associa ao querer aparecer, mas ficou interessante a caridade no lugar de amor.
Bjok
Que texto perfeito *---------*
ResponderExcluirAdorei a firma como vc abordou o amor, sendo que hj em dia a coisa mais normal é dizer 'Eu te amo' , sem realmente sentir isso :-[
Eu amei essa ultima frase "Porque o campo do amor é uma eterna descoberta" , achei linda demais *---*
Oi, Vivian!
ResponderExcluirAchei o seu texto muito bonito! Gostei da sua comparação com a caridade, e concordo em partes, mas não em tudo. Pra mim o amor é um tema muito delicado, extremamente minucioso e ao mesmo tempo incrível, mas que se apresenta de diferentes formas pra cada um, o que o torna difícil, mas não menos prazeroso ^^