04 dezembro 2014

Resenha: Entre o amor e o silêncio









  Ola! Tudo bem? Ah... posso sentir o amor no ar ao escrever esta resenha! Nada tão tranquilizador quanto escrever sobre um livro que tenha te tocado tão profundamente, ainda no clima dele, ouvindo e sentindo o ar da chuva. Espero poder passar todo esse amor para vocês.




Autora: Babi A. Sette

Editora: Novo Século - Novos Talentos da Literatura Brasileira
Páginas: 528
Assunto/ Categoria: Romance, Romance Psicológico, Literatura Brasileira, Amor e superação, Cura através do amor.
Sinopse: Francesca Wiggs sofreu uma grande decepção amorosa e, desde então, está decidida a não se relacionar mais. Além de se dedicar a escrever o seu livro, ela resolve preencher os dias com um trabalho voluntário – a leitura para pacientes em coma proporcionaria para ela a distância para problemas com o coração. No entanto, um grande imprevisto ocorre quando ela passa a se sentir atraída pelo paciente. Mitchell, descrito como um poderoso magnata, seria a antítese de tudo o que ela busca em um homem... se não estivesse em coma. Precisar de alguém inconsciente seria um absurdo, não seria? Amar uma pessoa que nunca responde parece loucura! Francesca já havia entendido e sentia-se quase segura diante disso. Mas, e se Mitchell acordasse? A aproximação desses personagens tão diferentes revela um romance encantador e divertido, repleto de reviravoltas. Entre a vida e a morte, a ilusão e a realidade, o amor pode ser realmente o milagre que faz tudo mudar?







   
Uma leitura que me deixou assim... Entre o amor e o silêncio.






    Entre o amor e o silêncio é um livro que você precisa conhecer através destas palavras, antes de pensar em julgar qualquer coisa. Digo isso porque mostrei a sinopse para algumas amigas e ela despertou estranhamento. "Como assim ela se apaixona pelo homem em coma?" Não é bem assim. Vou explicar tudo. E se você continuar achando que é loucura, bom, sou louca também. Imensamente louca. Alguém em outro livro me disse uma vez que essas são as melhores pessoas. Entre o amor e o silêncio mexeu com algo dentro de mim, com certeza. Foram quatro dias de puro sentimento, de suspiros e sonhos, de reflexões. Foi uma leitura que fez com que eu me divertisse, risse, sorrisse, suspirasse, me encantasse, chorasse, refletisse e pedisse por mais. E não é qualquer livro que consegue tudo isso. Não é qualquer um que tira tanto a estabilidade de alguém. São livros específicos, que quando você olha para eles, sabe que há algo de especial, não pela capa, mas por algumas palavras que você leu em algum lugar, pelo olhar de outras leitoras, por uma essência indizível, que simplesmente te atrai. E então você precisa lê-lo, para que seu mundo esteja completo. Quando este livro chegou aqui em casa, senti isso. E ao começar a ler, soube que tinha acertado.

       O livro conta um romance que tem como essência exatamente o que o título diz: um amor que surge, de certa forma, do silêncio, e que nele consegue se expressar. Quando um autor consegue fazer você sentir amor ao visualizar um momento de silêncio entre os personagens, você sabe que valeu muito a pena. Francesca Wiggs  é uma mocinha e tanto. E foi impossível não me identificar com ela. Não me sentir um pouco Francesca esses dias. Ela ama: ler, dançar e teatro. Como não amar alguém assim? Dá vontade de entrar no livro e abraçá-la toda vez que algo a faz sofrer. E é assim que o livro começa. Com uma Francie triste por ter visto seu ex-namorado, ex-noivo, a traindo em um palco. Literalmente. Enquanto ensaiava uma peça, o diretor se envolvia com outra atriz. Francie terminou tudo do melhor jeito que pôde. Mas sentiu a decepção pesar sobre si. Por causa de outro homem. De novo. O primeiro a arrasá-la foi o pai. Ela sabia quem ele era, sabia o que ele fazia, e tentava contato. Mas ele nunca quis vê-la, nem em seu aniversário de quinze anos, quando ela mais esperou pelo menos um telefonema. A dor do abandono a persegue até a vida adulta, depois de anos, como um verdadeiro trauma.







        Depois de todo esse sofrimento e do cansaço do trabalho, Francie resolve dar um tempo a si mesma sem trabalhar - ela revisava livros - e investir na escrita de seu próprio livro, ao mesmo tempo em que, uma vez por semana, iria fazer leituras voluntárias para pacientes em coma num hospital. Na primeira vez em que vai até lá, é impossível não se comover e querer voltar logo. Acaba indo todos os dias. O paciente para quem se vê lendo é Mitchell, um empresário frio, calculista, que aprendeu a ser desse jeito por causa da vida. Antes que alguém possa dizer que é o cliché do milionário arrasando corações, esqueça, esse livro é diferente disso. Francie não se importa com esse aspecto dele, mas sim com o abandono com o qual o vê. Ele não recebe nenhuma visita e isso a comove cada vez mais. Por isso, passa a cuidar dele, a ser a única ajuda que ele poderia ter, já que todos aqueles que se diziam preocupados com ele enquanto bem de saúde só sabem enviar flores que vão para a casa da família. Ela pesquisa a história de Mitchell, para ter o que conversar com ele. E lê, todos os dias, a história de seu livro para ele. Do livro que escreve - e nós vemos o que ela lê, o livro dela, que por si só, também nos encanta. E sente, naquele silêncio, que de alguma forma, ele compreende, que se comunica com ela, em sua inconsciência. 


"Ela chorava, porque sabia o que era esperar por alguém a quem se acredita amar. Ela chorava, porque via nele a criança que um dia foi e que ficava, às vezes, por horas, antes de dormir, na cama, sozinha, esperando por nada."

        E por isso, pouco a pouco, diante dessa preocupação cada vez maior por ele, quando dá por si, está praticamente obcecada em vê-lo bem. Faz realmente de tudo que pode, e faz questão de passar todo o tempo com ele. Porque não quer vê-lo abandonado. E quando todos ao seu redor percebem antes dela, ela se vê obrigada a encarar a verdade: se apaixonou por Mitchell. Se apaixonou. E dói a ela perceber isso. Ela estranha. Como pode ter acontecido? Mas aconteceu. O amor ao próximo virou amizade, e a amizade unilateral cresceu tanto, que virou um amor maior, que só acontece uma vez, entre duas pessoas. E é genial o modo como a autora explica todos esses sentimentos para o leitor. Explica primeiro os de Francie, e depois, os de Mitchell. Com Francie usa muito da psicologia, durante as sessões de Francesca com sua psicóloga. Juro, me vi tentada a fazer esta faculdade. Porque já conhecia alguns conceitos usados pela psicóloga para explicar à Francie algumas coisas, de Freud, mas ver isso sendo aplicado desse jeito... foi lindo! Tenho uma listinha de cursos, para "quem sabe um dia eu faça essa faculdade depois da que mais quero?", e psicologia entrou nessa lista por causa desse livro. Ou então, pelo menos vou ler mais sobre o assunto.

     Os sentimentos de Mitchell são explicados, claro. Não é spoiler dizer que ele vai acordar. Isso é um tanto previsível se você tiver acesso a algumas resenhas em geral, pesquisar mais sobre a história, ou só visitar a fanpage ou o skoob. Mitchell acorda. E volta a ser o homem frio que era. Age assim com Francesca, até seu inconsciente dizer a ele que durante aquele tempo, de alguma forma, sem saber, ele também se apaixonou por ela. E então, tudo começa. Os dois começam a interagir. Os sentimentos de ambos são muito, muito complicados.  A cabeça dos dois é. Mitchell a magoa, e ela fica arrasada. Ele também fica em outros momentos. E o que ambos sentem é intenso como esses momentos incertos entre casais devem ser, quando o coração ainda não aprendeu, e dessa forma são expressos para nós. Em toda sua intensidade, desespero e alegria de reconciliação. Por isso, é uma relação difícil em alguns momentos. Até o amor acertar tudo, e fazer as mudanças de que só ele é capaz. E é tão apaixonante ver isso. Tão intenso. - suspiros - É divertido, principalmente no início, porque ele é persistente. E Francesca tem muita atitude quando acha necessário. São duas personalidades incríveis. Dois corações num sentimento que atravessa o consciente, que atravessa a razão, aquilo que te diz o que é certo e o que é errado. É algo que vem de dentro e você não pode controlar. E quando esse amor explode, é de uma forma que tira o fôlego e aperta o coração para o bom sentido. Que enche o peito.


"- Acho que ele deve ser um homem muito especial. - Por que diz isso? - Ela franziu o cenho sem alcançar o que a mãe quis dizer. - Você, querida, ele a fez amá-lo em silêncio."

       Como se isso tudo não fosse mais que bom o suficiente, temos cenas além do lugar onde  a história começa: Nova York. Viajamos para a Itália e para Paris. E o amor pelas cidades passa para nós também. Uma essência, um sentimento que nos faz ter a impressão de que visitamos os lugares, junto dos personagens. E de certa forma, visitamos. Além disso, Francie tem dois amigos que são quase sua família, e que garantem muuuuitas risadas. E aquele sentimento de companheirismo, de se sentir protegida e confortável com aquelas pessoas, que é quase impossível de se encontrar no mundo em que vivemos, em que os interesses pessoais e a atitude blasé muitas vezes falam mais forte. Vemos isso no livro também. Vemos o mundo de Mitchell, o puro materialismo, ser posto lá embaixo. E outros valores serem construídos. Valores não materialistas, que mostram que as coisas que parecem pequenas a muitos, são as mais importantes na vida. Entre o amor e o silêncio ensina que o importante é ser feliz, cultivar o que faz bem, e  valorizar o que você ama, correr atrás disso, porque ali do lado, está a sua felicidade. E eu amei, sorri, chorei e aprendi com esta linda história. Espero que você, que está lendo esta resenha possa ter a mesma maravilhosa experiência.




"... Ela sentia frio, se controlou para não bater os dentes. A cama estava quente. O fim de noite estava frio. Mitchell estava quente. Era como o sol e ela, naquele momento, era uma mariposa fodida. Ao menos fora bem fodida. Sorriu com o próprio humor sarcástico, colocou o vestido e as sandálias."





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Beijos e boas leituras!







4 comentários:

  1. Vivian querida, queria conseguir transpor em palavras o que a sua resenha fez ao meu coração. Estou aqui em frente ao computador com rosto coberto de lagrimas. Mas, elas são doces, como a sua resenha. Sabe? não é difícil depois que se lança um livro, se fixar muito nos números, notas, porcentagens e expectativas... Então, como um exercício diário, muitas vezes fecho o computador e me retiro para dentro do coração, onde não há expectativas e nem números, onde as palavras são vivas e lá eu recordo o que me faz escrever, sempre. O seu retorno teve essa força mágica, de me levar de volta ao amor sentido, enquanto escrevia o romance e de enaltecer a verdadeira razão que me leva dia a dia a continuar transformando sentimentos em palavras e palavras em histórias. Agradeço muito, muito mesmo. Espero que seu caminho seja repleto de milagres e que todos eles sejam realizados através do amor. Obrigada. Bjs Babi

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    1. Babi, eu que agradeço por você ter escrito esta história. Ela realmente me tocou muito, e senti que era meu dever transmitir isso às pessoas, para que todos sejam tocados e sintam as mesmas lindas sensações que senti durante a leitura.
      Escrever com o coração é uma coisa engraçada... é um sentimento múltiplo, de ansiedade pelo retorno, de deleite com a leitura do que foi escrito, do medo de não estar bom, da alegria de estar exatamente como nosso coração construiu. O melhor sentimento é o de leitor, que todo autor sente, lá no fundo. O que escrevemos, sem dúvida, é o que acreditamos ser melhor, é o que toma nosso coração e se torna favorito. É um presente ao mundo. E isso é muito maior que estatísticas, números e etc. Que o amor da escrita nunca fuja de seu coração, e que com ele, continue criando lindas histórias para nós.
      Beijos.

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  2. Oi Vivian, deve ter sido bom mesmo, pelo menos é o que notamos não só pela resenha,mas pela foto onde podemos ver os trechos marcados.
    Bjs, Rose.

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  3. Oi Vivian fazia muito tempo que uma estória despertava em mim tanto interesse, estou sempre lendo os mesmos gêneros e porque gosto, é difícil me aventurar por outras criações. Criações, porque é assim que defino quem é capaz de escrever, de tirar da sua mente estórias tão incríveis, são verdadeiras obras de arte, eu admiro muito e essa me pegou de surpresa, não achei estranho e nem muito menos impossível como vc cita acima que ouviu isso de algumas amigas, pelo contrário, achei incrível e provável. Porque para o coração não existem barreiras (clichê, mas puramente verdadeiro). Então só tenho a dizer quer com certeza esse livro estará em minha estante o mais breve possível, de uma forma ou de outra. E também te parabenizar por esta resenha incrível que me fez querer mais ainda adquirir esta obra. E parabenizar tbm, e claro, a autora.. VC É DEMAIS!
    Bjoooo

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