21 junho 2013

Sobre escrever, com Keila Gon



Olá pessoal!! Quem aí gosta de escrever ou tem curiosidade sobre o assunto? Hoje teremos a honra de Keila Gon contando um pouquinho sobre suas experiências com Cores e dando dicas para a gente. Vamos conferir?






"Olá Amigos,

  A linda Vivian, me convidou para falar um pouquinho da criação de “Cores de outono”. Mas não se assustem, não vou dar aulas de dissertação ou narrativa!!! Ahah... Pelo contrário, acho que tenho muuuiiitttooo o que aprender... Então, vim apenas dividir minha experiência com essa aventura... Que tal?

  Minha ligação com a literatura ainda é pelos olhos de leitora. Antes de pensar em escrever meu coração se encantava com histórias, cenários, personagens... e é assim que vejo o mundo das letras. Gostar ou não do que escrevo interfere diretamente no meu texto. Por isso jamais me imaginaria escrevendo ou descrevendo um personagem que não veio do coração.

  Mas, claro, toda narrativa possui uma estrutura básica, uma “forma”, como chamo... (narrador, enredo, personagens, espaço/tempo) e partindo da criação de personalidades, cenários e um trama principal, temos um universo de possibilidades. Que no meu caso, foi preenchido com percepções, impressões e muita... mas muita emoção. Sendo assim, tudo que já li, vi e vivi serviu de fermento para agregar substância a esta aventura.




  • Criação de personagens (quais os critérios? como fez? quais os melhores personagens na sua opinião?)

  Procurei ser eclética ao construir os personagens de “Cores”. E construir a personalidade de alguém é muito divertido! ahahaha. Entre protagonistas, coadjuvantes, antagonistas, oponentes, figurantes e claro... o anti herói, pude brincar muito!!! Há muito dos “meus” personagens preferidos... e não falo somente dos livros e filmes, mas também desenhos animados... Pois é, essa é a graça de criar! Mas sempre mudei algo, tornando-os estacionários ou evolutivos. E acrescentei “muitos” traços fortes de pessoas “muito” reais. Esta relação de realidade e fantasia foi indispensável para formar cada um deles.
Queria criar um grupo distinto, com peculiaridades e características únicas... como as pessoas da vida real. Então, há personagens de identificação, que despertam amor ou ódio nos leitores. Personagens instigantes/apaixonantes, criados para seduzir e personagens repelentes, construídos para gerar antipatia.

E meus preferidos... ahhhh o anti –herói o mocinho às avessas ahahah e o protagonista narrador, que conta a história em 1ª Pessoa, deixando claro seus sentimentos, opiniões e emoções. Para mim esta é a melhor forma de escrever... onde consigo encontrar o leitor, fazê-lo sentir-se parte da trama. Tudo bem, neste caso perde-se por não ter o ponto de vista dos outros personagens a não ser que eles se expressem, mas ajuda no desenrolar dos mistérios. Pois eleva a expectativa do leitor que acompanha as descobertas e revelações junto com as ações da trama. E nesse ponto a proximidade do leitor ao texto contribui para uma leitura havida, rítmica.


  • Escrever o que acontecerá na história antes, ou "deixar rolar"?

Ter uma estrutura narrativa ajuda muito... intriga, ação principal, ações secundárias... depois entra o”deixa rolar” ahahaha. Sério, é necessário montar um escopo... principalmente para não enlouquecer! Eu já sabia que queria um romance em tempo real, dividindo espaço com uma fantasia. Os encontros e desencontros desse romance, os acontecimentos (ações), precisavam ser separados para facilitar o encaixe de detalhes... Assim, segui mais uma vez a “forma”... uma apresentação do tempo cronológico, personagens... conflitos... revelações...e a resolução do conflito. O objetivo de “Cores” é apresentar os personagens, seu romance e conflitos. Mas queria uma transição aceitável para o livro dois... nada traumático! As dúvidas e mistérios da história continuam, mas o objetivo de começo meio e fim do livro foi alcançado. Não gosto de finais súbitos... do tipo que a protagonista morre no fim de um livro para ressuscitar no próximo! ahaha



  • Sobre a escrita no geral. Sabemos que não tem faculdade que prepare o escritor, e Clarice Lispector diz que o que ensina a escrever é a vida. Qual a sua opinião em relação a isso?

Assino embaixo. Escrever é uma forma de expressar visões e impressões com doses fracionadas ou exageradas de emoção e realidade. Você pode usar seu conhecimento, técnica, mas a empatia pelas letras é muito diferente de pessoa para pessoa. Experiências e perspectivas tornam-se assinaturas... Pessoalmente, escrever é canalizar emoções. E, no meu caso, começou com um sentimento... paixão. Pelo romance e pela fantasia.
Por esse motivo escolhi narrar “Cores” em primeira pessoa, é minha forma predileta de narrativa, onde me identifico com o texto e consigo aproximar o leitor das emoções da escrita.

Isso não quer dizer que apenas um personagem vá narrar a história... ará... Peguei todos vocês!!! Mas quer dizer que esta história será contada pelos olhos e sentimentos de um deles.

Em “Cores” a personagem Melissa (Autodiegético), faz as honras, mas já estou pensando em brincar com isso em “Sombras” e no último volume da série.



  • E quanto a horários e tempo de escrita? Como você conseguiu estabelecer uma rotina de escrita, conciliando tudo mais? E o que recomenda para quem está começando a escrever e tem que conciliar tudo com outras responsabilidades?

Em uma palestra... recentemente, me perguntaram isso e ficaram chocados quando citei um professor da Faculdade de Comex em Campinas (Reinaldo Dias)... “O que vocês fazem da meia-noite às 6 da manhã?”... ahahaha.

Sou a favor de uma rotina, principalmente para quem tem uma vida paralela e não escreve full time. Reservar um horário tranquilo para a escrita é uma boa dica... admito, é terrível ser interrompido no meio de uma cena de romance ou ação por exemplo! Mas não sou um bom exemplo de disciplina, ahahaha... Tento montar uma rotina, sério, principalmente porque tenho uma filha em idade escolar. Com tarefas, passeios, aulas disso e daquilo... Mas sempre acabo me atrasando e vou ver, estou virando a madrugada, o único horário que não sou interrompida. (Lembram da citação do professor? Pois é...) Se eu durmo? Bem, eu durmo, pouco.... ahahhah mas compenso nos fins de semana. Às vezes ahahahah. Bom, vocês lembram que eu disse que escrever vem de um sentimento muito poderoso chamado PAIXÃO?



  • Teve algum bloqueio de inspiração? Se sim, como fez para superá-lo?

Bloqueio, não... O que me mata de angústia é ter mil ideias e não poder colocá-las de pronto no papel. Ou melhor, no computador, pois em papel eu tenho muitas ideias... cadernos, blocos, anotações... enfim. Esta é a grande diferença entre os dois livros, que escrevi e estou escrevendo, “Cores” e “Sombras”. O prazer de sentar e colocar a emoção no teclado é o mesmo, mas o tempo... Ohhh. Por motivos pessoais e profissionais, as coisas ficaram muito corridas no meu dia. E isso reflete diretamente no tempo que tenho para escrever... Isso enlouquece!



  • Tem algum método adicional que ache que ajude a escrever?

 Válvulas de escape são muito úteis... bom, no meu caso foram...ahahah... Musica alta, digo, muito alta. Caminhar, acompanhada dos próprios pensamentos... desenhar ou rabiscar as cenas e personagens que dominam o pensamento, mas que de alguma forma não conseguimos descrever... E, claro, dormir de vez em quando. Mas se preferir as madrugadas... brigadeiro, claro.

  Sério, muitas vezes precisei buscar inspiração em emoções novas... lugares, pessoas... e pedir opiniões, claro. Às vezes a cabeça fervilha com mil ideias e mesmo sabendo que a decisão final será sua, é reconfortante e esclarecedor ouvir a opinião de quem se importa com sua história.


  • Fazendo um top 5 de melhores dicas para escrever com o coração, o que incluiria?

-Deixe as emoções fluírem.
-Instigue os sentidos... Música, sabores, cheiros, paisagens...
-Aproveite o momento, escreva aonde a ideia surgir!
-Use a memória para buscar emoções reais.
-Leia e releia seu texto, com olhos de leitor."









 E aí? É ou não é uma fofa? Cada vez mais que tenho contato com a Keila, mais ela ganha o meu coração. E Cores já está dentro dele! 

  A leitura foi maravilhosa e a autora não brinca quando diz que usou e abusou das emoções. Você realmente sente elas fluírem por você. Claro, favoritei. Não resisti aos olhos turquesa e à toda a magia. Aiii!! Se eu continuar falando, vai sair a resenha agora, então tenho que parar por aqui. Em breve terá resenha e reflexão para vocês. Umas dicas dos tópicos da reflexão: amor, segredos, paciência, caráter, amizade, família, perda... E muito mais! E quanto à resenha? Como eu disse, se começar não paro mais! Espero que vocês fiquem ligadinhos para saberem mais sobre Cores aqui. Garanto que não vão se arrepender.


 Beijos açucarados

  

5 comentários:

  1. Ohhh Vivian... adorei!!! Obrigada pelo carinho e paciência. Escritora que dorme pouco é fogo , viu! ahahhahah Vou esperar ansiosa por essa resenha flor, Beijos Beijos e mais Beijos!!!!

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  2. Oi, Vivian, eu ainda não era seu seguidor, mas tenho certeza que já te vi muito pelo skoob, eu acho, enfim, agora sou. Hehe. E por quê? Por causa da Keila, né, haha.

    Eu adorei esse post, tenho muita vontade de escrever, eu escrevo, mas tenho desejo de construir algo tão fascinante quanto a Keila fez com "Cores".

    Ah, estou terminando a leitura de Cores de Outono e também vai rolar resenha no meu blog, não sei se você já é seguidora, se puder seguir... está rolando uma promoção, fique à vontade para participar.

    Abraços.

    Uma dose de palavras.
    http://uma-dose-de-palavras.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Tem certeza de que não era seguidor? Acho que já te vi por aqui. hsuahsuahsa...
      Enfim, eu já seguia o seu.
      A Keila é muito diva, né? haha...

      Abraço.

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  3. Pretendo escrever um livro um dia e essas dicas foram bem uteis!
    Ana.
    http://umlivroenadamais.blogspot.com.br/

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