- Livro cedido em parceria com a editora -
Autor: Neal ShustermanEditora: Novo ConceitoAssunto/ Categoria: Distopia, Ficção norte-americana, Suspense.Páginas: 320Sinopse: Em uma sociedade em que os jovens rejeitados são destinados a terem seus corpos reduzidos a pedaços, três fugitivos lutam contra o sistema que os fragmentaria. Unidos pelo acaso e pelo desespero, esses improváveis companheiros fazem uma alucinante viagem pelo país, conscientes de que suas vidas estão em jogo. Se conseguirem sobreviver até completarem 18 anos, estarão salvos. No entanto, quando cada parte de seus corpos desde as mãos até o coração é caçada por um mundo ensandecido, 18 anos parece muito, muito longe. O vencedor do Boston Globe-Horn Book Award, Neal Shusterman, desafia as ideias dos leitores sobre a vida: não apenas sobre onde ela começa e termina, mas sobre o que realmente significa estar vivo.
Verdade ou ideologia?
Gostaria muito de ter lido esse livro antes, mas não tive muito tempo esse ano para ler nem metade do que gostaria na hora em que gostaria. A questão é que o li agora, no momento certo, e adorei. Fragmentados é uma distopia que me pareceu ser muito mais "pesada" do que é. Os assuntos são realmente sérios, polêmicos, bem adequados para reflexão numa distopia, mas a narrativa não é pesada nem arrastada, é dinâmica e não te faz querer largar a história nem por um instante. Acredito que esse tenha sido o maior diferencial. O autor brilhantemente divide o livro em partes, até a seis, e cada uma tem capítulos que acompanham personagens variados sob modo de narrador onisciente. Os personagens mais frequentes nestes capítulos (os principais) são Connor, Risa e Lev. É legal acompanhar cada um deles, até mesmo Lev, que no início tem alguns "problemas".
Sendo mais direta, a história consiste num contexto dos EUA em que se vive as consequências de uma guerra civil na lei. A guerra, também conhecida como "Guerra de Heartland" consistia na divisão entre os Pró-Vida e os Pró-Escolha, que nada mais seria do que pessoas a favor do aborto e da escolha de se ter ou não um filho, e pessoas a favor de sempre se ter o filho para preservar a vida. Esta é a guerra que aconteceu, e o livro não entra diretamente nessa discussão, já que o problema atual é o que decorreu da guerra: a "Lei da Vida". Esta lei diz que uma criança não pode ser abortada, pelo menos até ter idade entre 13 e 18 anos. Dentro dessa idade, sua vida pode ser "tocada", desde que não acabe completamente. Isso acontece através da fragmentação, processo no qual a pessoa, ainda viva, tem seu corpo fragmentado em pedaços que vão ser trasplantados para outras pessoas.
E é nesse debate que se entra mais, apenas deixando reflexões sem ser insistente: a doação de órgãos. Os transplantes e a necessidade deles, a falta de doadores e a insistência das pessoas de permanecerem com o corpo após a morte. Entretanto, o principal no livro é a fragmentação. Os personagens que acompanhamos estão prestes a ser fragmentados e possuem histórias diferentes. Em certo momento, acabam juntos, e nós acompanhamos toda sua saga para conseguir escapar de serem fragmentados. Gostei de todos os três e do tipo de desenvolvimento que o autor dá. Cada um amadurece ao longo da narrativa, mas não há páginas e páginas narrando o que aconteceu para isso, com detalhes psicológicos e etc; o autor diz o que se passou e nós entendemos, é suficiente do jeito que é dito. E eu gostei disso, porque não tira a dinâmica da história. E esse é mais um dos motivos para gostar da escrita do autor.
De detalhes que posso contar, até aqui está ótimo. Deixarei que leiam e tirem suas conclusões e que se surpreendam como eu. O que posso acrescentar é que adorei ler Fragmentados e que mesmo com o book trailer que deixarei no final desta resenha, a história não é o tempo todo tão arrepiante, é mais movimentada e gostosa de ler no sentido de ler e gostar do que vê, do que puxada para o incômodo do leitor. É claro que você vai se incomodar com o contexto social, mas é isso que toda distopia faz ;). E há dois pontos de reflexão muito interessantes que me chamaram a atenção logo no início: a questão da ideologia e formação social e o que incomoda cada um e gera uma luta. Há um personagem que acredita que é bom ser fragmentado, porque é um sacrifício religioso no qual ele foi criado para acreditar ser uma honra, ele é um "dízimo". Da mesma forma, a sociedade acha a fragmentação normal. Tudo isso é construção ideológica e toca muito nossa realidade: quantos absurdos existem por aí que as pessoas não acham normal por causa de uma ideologia dominante?
E quanto ao que incomoda cada um, é o que se vê em todo movimento que tenta modificar algo na sociedade, da luta contra o racismo ao feminismo, o que se vê bem exemplificado em fragmentados, que é totalmente real, é: cada pessoa luta mais pelo que a afeta. Os fragmentários são apoiados em alguns momentos por pessoas que tiveram suas vidas afetadas por essa lei de alguma forma e eles mesmos só lutam porque estão na situação. Que diferença há na realidade, onde cada um só entende bem se encara o problema e faz questão de lutar para resolver se é uma constante em sua vida? E é assim que encerro esta resenha, reforçando que a questão da ideologia é muito presente na história; se você gosta do assunto, não deixe de ler. Leia de qualquer forma, é ótimo. hihi :D
Sendo mais direta, a história consiste num contexto dos EUA em que se vive as consequências de uma guerra civil na lei. A guerra, também conhecida como "Guerra de Heartland" consistia na divisão entre os Pró-Vida e os Pró-Escolha, que nada mais seria do que pessoas a favor do aborto e da escolha de se ter ou não um filho, e pessoas a favor de sempre se ter o filho para preservar a vida. Esta é a guerra que aconteceu, e o livro não entra diretamente nessa discussão, já que o problema atual é o que decorreu da guerra: a "Lei da Vida". Esta lei diz que uma criança não pode ser abortada, pelo menos até ter idade entre 13 e 18 anos. Dentro dessa idade, sua vida pode ser "tocada", desde que não acabe completamente. Isso acontece através da fragmentação, processo no qual a pessoa, ainda viva, tem seu corpo fragmentado em pedaços que vão ser trasplantados para outras pessoas.
E é nesse debate que se entra mais, apenas deixando reflexões sem ser insistente: a doação de órgãos. Os transplantes e a necessidade deles, a falta de doadores e a insistência das pessoas de permanecerem com o corpo após a morte. Entretanto, o principal no livro é a fragmentação. Os personagens que acompanhamos estão prestes a ser fragmentados e possuem histórias diferentes. Em certo momento, acabam juntos, e nós acompanhamos toda sua saga para conseguir escapar de serem fragmentados. Gostei de todos os três e do tipo de desenvolvimento que o autor dá. Cada um amadurece ao longo da narrativa, mas não há páginas e páginas narrando o que aconteceu para isso, com detalhes psicológicos e etc; o autor diz o que se passou e nós entendemos, é suficiente do jeito que é dito. E eu gostei disso, porque não tira a dinâmica da história. E esse é mais um dos motivos para gostar da escrita do autor.
De detalhes que posso contar, até aqui está ótimo. Deixarei que leiam e tirem suas conclusões e que se surpreendam como eu. O que posso acrescentar é que adorei ler Fragmentados e que mesmo com o book trailer que deixarei no final desta resenha, a história não é o tempo todo tão arrepiante, é mais movimentada e gostosa de ler no sentido de ler e gostar do que vê, do que puxada para o incômodo do leitor. É claro que você vai se incomodar com o contexto social, mas é isso que toda distopia faz ;). E há dois pontos de reflexão muito interessantes que me chamaram a atenção logo no início: a questão da ideologia e formação social e o que incomoda cada um e gera uma luta. Há um personagem que acredita que é bom ser fragmentado, porque é um sacrifício religioso no qual ele foi criado para acreditar ser uma honra, ele é um "dízimo". Da mesma forma, a sociedade acha a fragmentação normal. Tudo isso é construção ideológica e toca muito nossa realidade: quantos absurdos existem por aí que as pessoas não acham normal por causa de uma ideologia dominante?
E quanto ao que incomoda cada um, é o que se vê em todo movimento que tenta modificar algo na sociedade, da luta contra o racismo ao feminismo, o que se vê bem exemplificado em fragmentados, que é totalmente real, é: cada pessoa luta mais pelo que a afeta. Os fragmentários são apoiados em alguns momentos por pessoas que tiveram suas vidas afetadas por essa lei de alguma forma e eles mesmos só lutam porque estão na situação. Que diferença há na realidade, onde cada um só entende bem se encara o problema e faz questão de lutar para resolver se é uma constante em sua vida? E é assim que encerro esta resenha, reforçando que a questão da ideologia é muito presente na história; se você gosta do assunto, não deixe de ler. Leia de qualquer forma, é ótimo. hihi :D
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Louca pela continuação
Book trailer TOP
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