Resenha: A mais pura verdade

Olá! Esta é a resenha "oficial" de A mais pura verdade. Falei antes sobre o que achei serem os primeiros capítulos, mas descobri que são quase metade do livro. Hoje darei minha opinião sobre tudo.

Autor: Dan Gemeinhart

Editora: Novo Conceito

Assunto/ Categoria: Aventura, Drama, Sick-lit, Cães

Páginas: 224

Sinopse: Em todos os sentidos que interessam, Mark é uma criança normal. Ele tem um cachorro chamado Beau e uma grande amiga, Jessie. Ele gosta de fotografar e de escrever haicais em seu caderno. Seu sonho é um dia escalar uma montanha.Mas, em certo sentido um sentido muito importante , Mark não tem nada a ver com as outras crianças. Mark está doente. O tipo de doença que tem a ver com hospital. Tratamento. O tipo de doença da qual algumas pessoas nunca melhoram.

Então, Mark foge. Ele sai de casa com sua máquina fotográfica, seu caderno, seu cachorro e um plano. Um plano para alcançar o topo do Monte Rainier.Nem que seja a última coisa que ele faça. 

A Mais Pura Verdade é uma história preciosa e surpreendente sobre grandes questões, pequenos momentos e uma jornada inacreditável.

A mais pura verdade

Quando li os primeiros capítulos foi de uma vez só, e a sensação foi de uma aventura emocionante junto de Mark. Senti a bipolaridade de torcer a favor e contra o personagem e as emoções de compreendê-lo, amá-lo e querer o melhor para ele. O mais conflitante é a questão: quem diz o que é melhor para Mark?

Como disse na apresentação dos primeiros capítulos/ metade do livro, Mark é um garoto de 12 anos que descobriu desde muito cedo que possui câncer. Ainda criança, ele aprendeu a conviver com essa realidade e foi forçado a amadurecer precocemente e a pensar sobre a morte. Esperto e corajoso, o personagem não deixou que a doença fosse uma barreira para ter sonhos como qualquer outra criança. A diferença é que mesmo com suas limitações, Mark decide ir atrás desse sonho.

Com seu cão Beau, Mark decide escalar o Monte Rainier, o que descobrimos ao ir lendo o livro. A questão é, sua situação de saúde não é muito boa. Então o que você apoia? A realização do sonho pondo em risco uma vida já em risco pela doença, ou a não realização e o aceitar do risco diário? O dilema é intensificado por sua amiga Jesse, que sabe qual a decisão do amigo, mas não pode contar aos seus pais - que ficam desesperados com sua fuga -, onde o filho decidiu ir. 

A morte é um tema recorrente na história. Porque é o grande problema que ronda o protagonista e aqueles que o amam. O autor faz a história seguir um bom rumo, com reflexões, aventura e drama na medida certa. Sobre a angústia de uma criança, amadurecida à força, diante da efemeridade da vida. Mark sente a dor da doença, mas também sente a dor de saber o que está acontecendo consigo mesmo. A impotência diante daquilo. E o sonho de alcançar algo maior que ele, nem que isso lhe custe a vida.

Por fim, as cenas finais me fizeram imaginar um filme para assistir nessa chuva gostosa de fim de tarde. Você se vê preso nas páginas, angustiado com o que vai acontecer, envolvido com o drama, com ciscos nos olhos, e torcendo para o autor ser bonzinho e dar tudo certo. A cena da capa é algo de apertar o coração, e eu parei até para respirar na hora. Mas no final, parei para sorrir. É uma leitura que vale a pena. Daquelas que modificam algo especial dentro de nós de um jeito sutil, simples. Você passa a carregar a história de mais uma vida: a de Mark. E quer recontá-la para quem quiser ouvir.

5 Estrelas