27 abril 2014

Lendo e Refletindo: Divergente







   Olá? Quem se lembra da coluna Lendo e Refletindo? Hoje vou falar sobre um livro que me fez pensar muito: divergente. Se você não sabe muito sobre ele, confira minha resenha aqui, e o post sobre o assisti e recomendo, que fala sobre o filme. O que despertou em mim uma série de reflexões a respeito da nossa sociedade, através do livro, foi a sua organização política. Onde Tris mora, o sistema social é a divisão em facções. Cada facção representa uma solução para a sociedade. Os homens votaram e criaram facções de acordo com o que pensavam ser os problemas da humanidade. Aqueles que acreditavam que o problema era o egoísmo, criaram a Abnegação, e seguindo a mesma lógica, foram criadas a Franqueza (verdadeiros, se baseiam na verdade), a Audácia (os corajosos), a Amizade (os bondosos, amigos) e a Erudição (de quem é erudito, culto, estudioso). Só que todas elas levam em conta o máximo dos seus valores. E acreditam que eles são os certos. E nossa... não se assemelha muito ao mundo de hoje? Estou estudando, crescendo, e tenho acesso a opções para formar minhas ideologias. E ultimamente veio uma questão para mim, sobre o que apoiar. Qual ismo seguir? Comunismo, capitalismo, feminismo... O que apoiar? 

   As questões que vêm vindo são: "se você for feminista, vai apoiar o aborto, vai dizer coisas idiotas porque as líderes feministas apoiam aquilo", "se você for capitalista, vai apoiar uma classe que não é sua e aceitar ser sempre explorada; o sistema é egoísta e com pensamentos fracos", "se você for comunista, vai apoiar ditaduras, vai apoiar uma sociedade sem mérito para ninguém, onde só há problemas na hora das divisões, desconforto...". Ou seja, se você seguir qualquer ismo, vai apoiar as maiores atrocidades que estão naquilo tudo. É como se você não tivesse opção, além de ser radical. E ai de você se concordar com um pontinho de uma das coisas! É como se um ser humano só pudesse ser corajoso, sem ser inteligente, erudito. É como se um ser humano só pudesse ser sincero, franco, sem ser amigo... É como se eu pudesse defender a liberdade e ir contra o assédio e não pudesse ser contra o aborto. É como se eu fosse a favor de melhores distribuições e menos egoísmos e só pudesse ser utópica. É como se eu não pudesse ir contra o capitalismo em alguns sentidos porque ele também tem vantagens, e o comunismo e etc só tivesse defeitos. Fosse utópico. 

   E claro, há a questão de decidir o que é cada coisa. Porque nós não temos uniformidade, ao contrário do que parece. Os movimentos mudam, as pessoas dentro dele discordam. O que é a Audácia em Divergente? É ser bruto e fazer coisas sem a razão? Ou é ser nobre e se desviar do orgulho, ser corajoso o suficiente para reconhecer os próprios erros? E o que é, pelo amor de Deus, ser feminista? Ser capitalista? Ser de esquerda, de direita, ser da religião tal ou qual? Todos daquele núcleo podem pensar igual? Existe alguém capaz de ser só uma coisa? Só erudito e não corajoso? Da abnegação e não amigo? Então, acredito que sou Divergente também. Não quero acreditar que algo tem todas as vantagens do mundo, porque sei que não tem. Os sistemas são falhos, porque são humanos. E os seres humanos são egoístas, muitas vezes. Os líderes veem seus lados. Os poderosos, só querem saber de si. Algumas pessoas, são incapacitadas de perdoar as falhas alheias, e a maioria delas adora generalizações. Eu não quero ser uma coisa só. Não quero concordar com tudo que me dizem. Então, me orgulho em dizer: Eu sou Divergente. E não posso ser controlada.



"A razão humana é capaz de justificar qualquer mal; é por isso que não devemos depender dela."









7 comentários:

  1. Muito bom amiga!
    Virou febre!!
    Mais um favorito!!
    Hahaha

    Beijinhos
    Sou eu... Pri!

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  2. Oi, Vivian
    Eu acho, que o correto, é saber dosar um pouco de tudo. No caso de Divergente, o correto seria ter um pouco de cada facção.

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  3. Não li o livro, aliás, nenhum deles, então tomei cuidado ao ler esse post para não pegar nenhum spoiler.. fiquei agradecida por não ter nenhum. São questões importantes a serem analisadas. Achei que a finalização ficou perfeita com a frase "A razão humana é capaz de justificar qualquer mal; é por isso que não devemos depender dela.".
    bj, dréa

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  4. Olá Vivian, como comentei nas outras postagens ainda não li Divergente...Mas ainda assim li tua postagem, e creio que a partir dela imagino que o livro tem muitas outras questões e pensamentos!!
    Beijos!!

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  5. Oi Vivi, tudo bem?

    Realmente é interessante essa discussão nos livros. É como se todos fossem ratos de laboratório e devessem pensar da mesma forma, né? Bizarro O.o Por isso eles tinham tanto medo dos divergentes

    beijos
    Kel
    www.porumaboaleitura.com.br

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  6. É isso aí, Vivian!!!! Falou tudo e mais um pouco.
    O que me agradam nas distopias são essas reflexões sobre nossa sociedade atual. Basta apenas pararmos um pouco e fazer os links necessários. Sabemos que existem muitas pessoas reais que seguem essa linha radical. Já nós, somos divergentes. =D

    @_Dom_Dom

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  7. Olá Vivian,
    eu ainda não li o livro. Mas ele parece ser bem interessante. E gom muitas questões a ser discutidas. Também quero ver muito o filme.
    Beijinhos!

    Www.eraumavezolivro.blogspot.com.br

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