Resenha: Desastre Iminente

Autora: Jamie Mcguire

Editora: Verus

Assunto: New Adult, Romance, Lutas, Faculdade, Bad Boy, Las Vegas

Páginas: 405

Sinopse: Travis perdeu a mãe muito cedo, mas, antes de morrer, ela lhe ensinou duas regras de vida - ame muito, lute mais ainda. Tendo crescido em uma família de homens que gostam de jogos e lutas, Travis Maddox é um cara durão. Musculoso e tatuado, bad boy até o último fio de cabelo, ele leva uma mulher diferente para casa a cada noite. Até conhecer Abby Abernathy. Determinada a se manter longe de problemas, Abby resiste com todas as forças ao charme de Travis, sem saber que assim só o deixa mais determinado a conquistá-la. Será que o invencível Travis 'Cachorro Louco' Maddox vai ser derrotado por uma garota?

  Sabe aquele livro que se tornou favorito e abalou suas estruturas? Sabe? Aquele mesmo. Para mim, esse livro é Belo Desastre. Mergulhei desesperadamente em seu mundo, ávida por sempre mais e bati meu recorde de livro lido mais rápido. Claro que minha emoção não foi pequena ao poder contemplar aquela história tão especial pelos olhos de Travis. E se você por acaso nunca ouviu falar desse mundo incrível, lá vou eu fazer minha narrativa: Belo Desastre conta a história de Abby, pelos seus próprios olhos. Abby possui um segredo que interfere muito em seu presente e dita a regra de que aconteça o que acontecer, Abby deve ficar longe de Travis, o bad boy de sua faculdade. Aquele cara tatuado, de aparência irresistível, que luta clandestinamente e tem uma garota diferente em sua cama sempre que deseja. A princípio a premissa parece cliché e você pensa saber de tudo o que vai acontecer na história. Mas não se precipite. As coisas mudam, se agitam, e por mil e um motivos, Belo Desastre tirou meu sono. Já Desastre Iminente traz o mesmo enredo pela visão de Travis Maddox. E podemos perceber que há muitas cenas que fugiram dos nossos olhos em relação à versão da Abby. O que eu mais gosto da ideia dos dois livros é que fica ainda mais evidente que nos relacionamentos cada um é um, tem sua parte, sua visão, suas complicações, seu passado e seus sentimentos. E principalmente, seus erros. O título tem tudo a ver com a história. O amor de Abby e Travis traz uma boa dose de Desastre, e a carga emocional dos dois livros é muito intensa. Tanto que minha ressaca após ler o primeiro foi enorme. 

   Contando melhor sobre Desastre Iminente, me permitirei falar mais sobre Travis. Tudo começa com um prólogo de fazer chorar, em que Travis é pequeno e está passando por um momento difícil. Neste momento, Travis recebe uma mensagem que justifica muita coisa, e no decorrer do livro, conseguimos entender como ele aplica a mensagem e como esse passado influenciou na vida dele. Por exemplo, para fugir da dor da tristeza, ele prefere a raiva, a irritação, pois supõe que tais sentimentos sejam mais fáceis de lidar. E para quem leu Belo Desastre e ficou meio confuso em relação a algumas atitudes dele, esse e outros fatores justificam coisa para caramba. Também dá para perceber, ainda mais claramente, algo que fez com que eu gostasse ainda mais dele, que eu já tinha percebido em Belo Desastre: apesar de ser bad boy e ter toda essa fama e etc, ele não é alguém de mente vazia... Travis possui maturidade dentro de suas condições, mais que muita gente em alguns aspectos. Claro que em alguns pontos ele precisa melhorar muito, afinal, ele é um desastre iminente. Mas ele tem os motivos dele para ser, para agir, ele não faz as coisas ao vento. Ele pensa! E eu não concordo com quem fala dele com olhos imperdoáveis, criticando o modo como ele age muitas vezes. Uma das melhores coisas na história é que ela é verossímil, real, os personagens possuem defeitos, como as pessoas, na vida real. Ele não é o príncipe encantado, aquele cara perfeito que não existe. Travis é perfeito até em suas imperfeições. 

"Eu sei que a gente tem problemas, tá? Sou impulsivo, esquentado, e você me faz perder a cabeça como ninguém. Num minuto você age como se me odiasse, e no seguinte como se precisasse de mim. Eu nunca faço nada direito, eu não te mereço… mas, porra, Abby, eu te amo."

   Como a sinopse diz, desde muito cedo, Travis aprendeu a amar muito e lutar mais ainda. Mas também aprendeu a se proteger. Ele sabe que não deve se entregar a qualquer uma, se apaixonar pela garota errada e fútil. E vê as pessoas com um olhar crítico, reconhece as atitudes e as pessoas vazias, e as classifica de certo modo. Por este caminho, está o motivo para ele chamar Abby de Beija-flor. E voltando a focar no enredo, para aqueles que não leram Belo Desastre, posso começar falando sobre o modo como Abby e Travis se conhecem. Travis mora com seu primo Shepley, que namora com America. America é melhor amiga de Abby, e faz com que Abby vá a uma luta clandestina da qual Travis participa. O resultado é o adversário dele caído e sangue espirrado no cardigã de Abby. Depois disso, Travis se interessa pela garota desconhecida, que logo atrai sua atenção por ser diferente, por encará-lo de um modo com o qual ele não está habituado quando o assunto é a ala feminina. E através de seus contatos, Travis insiste em conversar com Abby, e sente que precisa ficar perto dela. Ele percebe que ela se mostra tão desinteressada e também interessante, que sugere que sejam amigos. E da parte de Abby notamos certa insegurança, desconfiança... A mistura de não querer que ele dê em cima dela, e a frustração por ele não dar em cima, justamente por ser conhecido por dar em cima de muita gente. Já do lado dele, notamos que o interesse é cada vez maior. Só que ambos se negam a admitir o que sentem um pelo outro. E em meio a isso, o relacionamento se desenrola, trazendo grandes desastres consigo. E eu reafirmo que uma das coisas mais emocionantes é que o relacionamento deles é verossímil, imperfeito e real. Em alguns momentos se tem vontade de gritar com eles para fazerem outra coisa, e em outros, se quer gritar de felicidade. E há aqueles outros momentos em que dá até vontade de chorar de tristeza ou de risos. Por isso eu digo que a carga emocional é muito forte. É viciante, de modo que o leitor se encaixe naquele mundo e sinta as consequências ao sair. Com Belo Desastre foi assim e com Desastre Iminente não poderia ser diferente. 

"- Sabe porque eu te quero? Eu não sabia que estava perdido até que você me encontrou. Não sabia que estava sozinho até a primeira noite em que passei na minha cama sem você. Você é a única coisa certa na minha vida. Você é o que eu sempre esperei, Beija-Flor."

    Temos mais momentos do Travis com sua família, também. Como a sinopse diz, ele perdeu a mãe muito cedo, mas ficou com seus irmãos e seu pai. Como tudo se passa pela óptica dele, vemos mais de seu relacionamento com sua família e com Shepley, seu amigo e primo, também. As brincadeiras, as ofensas sem querer ofender, as implicâncias e tudo mais que há na ala masculina. Mas o que é mais divertido é o fato de se estar na mente de um homem que tem desejo sexual, sem ser extremamente vulgar. Digamos que ele pensa no que tem que fazer, descreve as reações e seus sentimentos, mas não exagera. E é tudo de acordo com a personalidade dele. Um sonho para quem é fã de Travis Maddox (como eu :P). Se você está em dúvida, saiba que realmente é possível entrar na mente dele, sem pudores. E, é claro, o linguajar, o modo de se expressar, também muda. Então é comum ver palavrões, expressões masculinas, e pensamentos masculinos também. Só que de um jeito especial, vamos notar que Travis é diferente... Claro! hehe... Outro fator que fica claro pela narrativa dele é o quanto a Abby se recusa a enxergar os sentimentos dele. Talvez ela nem se recuse tanto no início, mas não perceba... Algumas atitudes dele tornam a situação tão clara... Só que claro, ambos são teimosos e não veem os sentimentos um do outro. Algo que eu não cheguei a citar aqui é que em dado momento, Abby vai morar com América no apartamento de Travis e Shepley, primeiro por causa das caldeiras, e depois por causa de uma aposta. Então fica muito mais fácil para eles se conhecerem. O que surge é uma amizade, inicialmente, uma amizade que vai levar a muitos desastres, claro, mas que será o início de muita coisa. E até mesmo por serem amigos, eles não vão tanto ao foco, além de muitas outras implicações, principalmente o segredo da Abby.

   O segredo da Abby é o que desmonta de vez o cliché no enredo. Percebemos que na verdade, eles possuem mais em comum do que parece. Além disso, o fato de conhecermos melhor Travis em Desastre Iminente e percebermos que ele é diferente, realmente, do que pensávamos, também desbanca um pouco. Vi opiniões a respeito do livro, dizendo que esperavam mais do passado dele para justificar as atitudes impulsivas que ele possui em dados momentos, porém para mim o que houve foi o suficiente. Tal fator do passado dele fez com que ele tivesse certas crenças, e o medo de se magoar o fez escolher a raiva em vez da tristeza. O vazio ao invés do amor, até não ter opção... Entre muitas imperfeições deste desastre ambulante, intenso e complexo, claro que eu me rendi mais uma vez à emoção e à paixão por Travis e por esta história maravilhosa. Se você ainda não leu nem Desastre Iminente nem Belo Desastre, eu recomendaria que começasse com Belo Desastre. No final de Desastre Iminente temos um bônus incrível, bônus que justifica o livro que está prestes a ser lançado no Brasil agora, cujo nome prefiro não dizer para não levantar spoilers. Além desse livro que será lançado, ainda teremos, em breve, os livros dos irmãos do Travis. E claro, para quem não sabe, o filme de Belo Desastre, pelo qual esperamos notícias há muito tempo. Com tantas novidades e tanto amor da blogueira, imagino que a mensagem de "leia a história de Abby e Travis seja como for" já foi passada. Mas ainda assim, reforço: leia! Leia! Leia! E venha conversar comigo, afinal, esta história é minha favorita das favoritas.

"Tive que rir ao pensar que América havia me apresentado à minha forma particular de crack. Abby era como uma droga que nunca me satisfazia e que eu não queria largar. Mesmo eu não podendo chamar isso de nada além de vício, eu não me atrevia a experimentar nem uma lasquinha. Só a mantinha por perto, me sentindo melhor apenas por saber que ela estava ali. Não havia esperança para mim."