19 fevereiro 2014

Resenha: A Culpa é das Estrelas







Autor: John Green

Editora: Intrínseca

Assunto: Literatura estrangeira, câncer, romance romântico, drama

Páginas: 286

Sinopse: A culpa é das estrelas narra o romance de dois adolescentes que se conhecem (e se apaixonam) em um Grupo de Apoio para Crianças com Câncer: Hazel, uma jovem de dezesseis anos que sobrevive graças a uma droga revolucionária que detém a metástase em seus pulmões, e Augustus Waters, de dezessete, ex-jogador de basquete que perdeu a perna para o osteosarcoma. Como Hazel, Gus é inteligente, tem ótimo senso de humor e gosta de brincar com os clichês do mundo do câncer - a principal arma dos dois para enfrentar a doença que lentamente drena a vida das pessoas.

Inspirador, corajoso, irreverente e brutal, A culpa é das estrelas é a obra mais ambiciosa e emocionante de John Green, sobre a alegria e a tragédia que é viver e amar. Mais informações em: www.aculpaedasestrelas.com 











A culpa é das estrelas




   E aqui estou eu, mais uma vez com dificuldade em expressar em palavras todas as emoções que uma leitura foi capaz de me trazer. Novamente, não sei por onde começar, e muito menos como terminar esta resenha. Mas terei que tentar. Acredito eu, que a maioria dos frequentadores de blogs literários e afins, tenha lido A Culpa é das Estrelas. O livro é um enorme sucesso e ganhou ainda mais divulgação com o filme, que ainda será lançado. Caso você, caro leitor, esteja lendo esta resenha e ainda não tenha lido A Culpa é das Estrelas, deixe-me contar sobre minha experiência imperdível e tentar persuadi-lo a embarcar nela também. Os motivos para fazer isso? Ah... são tantos! Em primeiro lugar, no meu ponto de vista, John Green escreve tão maravilhosamente bem, que pode ser um clássico num futuro distante. Sabe aqueles quotes que nos arrebatam, fazendo com que vejamos algo de maneira diferente, tocando o fundo de nossa alma com coisas simples? Talvez este seja o toque especial dele. A história em si é simples, há quem diga que até cliché, apesar do grande drama do câncer. Mas o principal diferencial é o modo como é contada. As cores vibrantes de personalidades únicas de jovens incríveis, maduros mas não exageradamente (diz a menina que possui a idade deles e consegue distinguir isso), o peso da doença, do qual não tenho tanto conhecimento quanto eles, mas que me comoveu demais de tão unicamente retratada. O livro possui um desfecho triste, com um acontecimento final do qual eu já tinha conhecimento. Foram muitos quotes no Facebook, muitos spoilers vazados, piadas que eu não compreendia. E eu pensei que tudo tiraria a graça da surpresa da história. Eu já tinha lido o livro quase todo só em quotes! Mas não... Me emocionei como se não soubesse de nada. Chorei litros em algumas partes e em dado momento já estava com lenços do lado porque sabia que iria chorar mais. E o engraçado é que ao mesmo tempo que pode ser considerada uma história triste, também pode ser considerada uma história linda! De um amor enorme, precoce, e com um desfecho diferente da comum romantização que temos tido ultimamente.




"Estou apaixonado por você, e sei que o amor é apenas um grito no vácuo, e que o esquecimento é inevitável, e que estamos todos condenados ao fim, e que haverá um dia em que tudo voltará ao pó, e sei que o sol vai engolir a única Terra que podemos chamar de nossa, e eu estou apaixonado por você."


    Minha jornada começou quando conheci Hazel Grace, que possui câncer na tireoide, com uma colônia satélite há muito tempo instalada nos pulmões. Hazel está em casa, claro que não animada com sua situação atual. E aos poucos descobrimos que ela precisa frequentar um grupo de apoio, onde há outros adolescentes com doenças terminais. Numa igreja. E Hazel não estava muito empolgada para ir... Até que se depara com Augustus Waters num dos encontros do grupo, e seu mundo muda. Ok, a frase "seu mundo muda" parece cliché, mas é isso que acontece e não parece cliché no livro. Quero dizer que eles se tornam amigos, muito amigos, e começam a se gostar com o tempo. Só que o livro possui um diferencial único, que não consigo colocar em palavras. Geralmente sou fisgada por livros em que há bad-boys irônicos e lindos, romances mais adultos, com personagens de atitude. ACEDE não tem bem isso... é o que eu considerei como mais normal, mais real - só que como num sonho, do mesmo modo. Temos duas pessoas que tiveram um bom tempo para refletir sobre a vida, e sobre a morte também, que leem muito e encaram o mundo de uma forma que poucos jovens encaram, mas com a qual não pude deixar de me identificar em alguns momentos. Eles são inteligentes, maduros, e não, não achei forçados como ouvi dizerem por aí. Eu sou um pouco como eles, conheço pessoas como eles, que gostam de pensar, ver o mundo além da superficialidade, e sim, na nossa idade aproximada. Talvez sejam algumas experiências que nos tragam tal visão em dados momentos, ou uma junção com algo que nasce conosco, já que algumas experiências ruins em outras pessoas revelam o que elas possuem de pior... Enfim, amei os personagens, e falo não só do casal principal, mas dos outros também. Para mim foram convincentes o bastante.

    Lendo ACEDE encontramos vários artistas fictícios, como uma banda e um autor especial para eles. Hazel é grande fã de um livro chamado Uma Aflição Imperial, que toca no assunto do câncer e faz com que ela se identifique. O autor é aparentemente recluso, e o livro termina de forma frustrante. Até que um dia eles conseguem contato com o autor, que a princípio parece ser alguém fascinante, com textos que me fizeram ficar de queixo caído. E depois... bom, depois acontecem coisas inesperadas. Só posso adiantar é que em dado momento ele se enturma como personagem da história, e foi um bom personagem apesar de alguns detalhes. Outro personagem que chama muito a atenção é Isaac, amigo deles, que também possui doença terminal. Acrescentamos alguns pais preocupados com os filhos e podemos pensar antes de ler que A Culpa é das Estrelas é um livro que conta a história triste de pessoas com doenças terminais, e que o foco é esse. Se você deduziu isso, está enganado. John Green consegue conduzir a história de modo que o foco não seja o câncer nem a tristeza. Acredito que o foco sejam os sentimentos intensos e vívidos dos personagens, com suas personalidades vibrantes. ACEDE é ainda um livro muito engraçado em alguns momentos, que não me deixou conter risadas. E talvez por isso mesmo se torne tão emocionante, porque nos cativa, nos apaixona pelos personagens, nos apegamos a eles, de tal modo que parecem ser amigos, que estão ali conosco, sofrendo, rindo, amando, lutando... Quando as coisas ficam difíceis para eles, também ficam para nós. 




"... me apaixonei do mesmo jeito que alguém cai no sono: gradativamente e de repente, de uma hora para outra."



   Hazel, Gus e Isaac, apesar de seu modo peculiar de pensar, também têm seu lado adolescente notável (mais uma coisa que tira a teoria de personagens forçados, ao meu ponto de vista). Algumas das preocupações que eles possuem são comuns para a sua idade, e outras são o que chamamos de injustas. As preocupações do câncer. O medo de se machucar quem está por perto, quem ama você por estar doente, as implicações de ser impedido de fazer algo por causa da doença, os cuidados extras, a impotência total, a luta... E de quem é a culpa, afinal? A culpa é das estrelas... Mas há quem diga que a culpa é do John Green... E há muitos que choram sem saber de quem é a culpa. ACEDE é um livro emocionante e cheio de metáforas, em que o mocinho coloca um cigarro na boca e não o acende. É deixar ali o que pode matar, mas não dar o poder de fazer isso. Augustus é um personagem único, cheio de metáforas e bom humor. Um personagem apaixonado e que faz com que nos apaixonemos também, gradativamente e de repente... Um personagem que tem medo de ser esquecido, de partir sem deixar sua marca no mundo. Enquanto isso, Hazel é aquela que consegue aceitar sua doença, mesmo sem refletir muito a respeito do que aconteceria caso partisse. O que a preocupa é magoar aqueles que a amam com isso. Também engraçada e irônica, faz com que a narrativa aos seus olhos ganhe outra conotação. Emoções indescritíveis surgem quando se fala neste livro, claro que não poderia deixar de levar menos que um lugar nos meus favoritos. E sim, a culpa é do John Green.








   

   



E quanto ao filme?




 O pôster já causou polêmica por causa do doentes de amor no subtítulo. E o atraso para ser lançado no Brasil também, tanto que a data, antes em agosto, mudou para 13 de junho.
  Se eu pretendo assistir? Claro! Na estreia, de preferência! Quem vai comigo?

























  E você? É fã de ACEDE? Confira os produtos inspirados no livro na loja do blog! Tem marcadores, colares, pulseiras e até capas de livros!




















 Obs: Obrigada por me apresentar ACEDE, Thaís! Como você pode ver, eu amei!












5 comentários:

  1. Oi Vivian, ACEDE com certeza virou o favorito de muita gente, eu inclusive.
    Bjs, Rose.

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  2. Nossa deu vontade até de reler o livro, faz tanto tempo que li =X
    Ótima resenha.

    Beijos
    http://slothreaders.blogspot.com.br/

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  3. Oi Vivian, tudo bem? Gostei da resenha. Bom trabalho! Já lí várias outras resenhas e todas falam muito bem desse livro. Estou curioso para conhecer esse trabalho. Pelo visto é muito bom. Quanto ao seu blog, muito bom! Vá Além! Bom feriado de carnaval. Tudo de bom! Felicidades! Abraços!

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  4. Ainda não li esse livro, acredita?! Na verdade, do John Green só li O Teorema Katherine até agora. Mas ainda quero ler ACEDE, depois de ler tantas resenhas muito positivas e de vê-lo nas listinhas de favoritos de tantos blogs por aí, com certeza confio que seja um livro ótimo, com uma história delicada. Mas não creio que conseguirei ler antes do filme...

    Beijos, Livro Lab

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  5. Grande livro.

    Se você está vivo, vai perder algo ou alguém.
    O autor vai além de Pöe, escritor que é o grande entendido em perdas pois ao ler Pöe minha alma sente-se compreendida e completamente, irremediavelmente infeliz e ao ler John Green, sou invadida por profunda paz interior, já que a perda ganhou um novo significado.

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