30 março 2013

Gosto literário não define caráter




Quem disse que você é o que você lê?






  Ultimamente, tenho dado uma olhada nas resenhas do Skoob, que geralmente são baseadas em senso comum, se gostou ou não, e dificilmente, na mensagem que o livro quer passar e se isso deu certo. Tudo bem, algumas nem deveriam ser chamadas de resenhas, já que resenha é um resumo comentado, e resenha de blog é uma sinopse comentada. Então, xingamentos do tipo "esse livro é uma m%$#@!" Não deveriam ficar classificadas em "resenhas". Por favor, pessoal, vamos ter bom senso. Uma coisa é você não gostar do livro, outra bem diferente é sair ofendendo o mundo inteiro por causa disso. Eu acho incrível como as pessoas podem se decepcionar tanto com um livro a ponto de dizer tantas besteiras. Sinceramente? Eu olho a sinopse antes de ler um livro e até pesquiso, vejo outras resenhas, para ver se vou gostar. Para quê eu pegaria um livro que sei que não vou gostar, para depois criticar falando besteira, e achando que estou posando de intelectual? Não entendo gente assim.


  E uma coisa que acho pior ainda é criticar quem gostou do livro que você não gostou, chamando a pessoa de burra, achando que você é melhor que alguém, porque não gostou de tal livro. "Sou um gênio! Li o livro e não gostei! Essa galera que gostou tem titica na cabeça! MUAHAHAHAHA..." Aí a justificativa pode ser: "mas o livro tem erros notórios, simplesmente é impossível gostar". Não, não é. As pessoas têm gostos variados, e livre arbítrio. Não é porque a maioria não gosta de uma coisa, eu também sou obrigada a não gostar. Cada ser humano é único e tem o direito de pensar por si só, de ter suas próprias opiniões. E opinião é opinião, cada um tem a sua, e a sua não é melhor ou pior que a de ninguém. Vamos aprender, não somos os donos da verdade e estamos sempre errando e aprendendo. A vida tem ensinamentos a nos oferecer, e não importa a idade, ela sempre será uma escola.

    Devemos lembrar que alguns dos livros mais criticados são os best-sellers que têm um trabalho incrível por incentivar muitas pessoas a lerem. Querem um exemplo? Crepúsculo. Como tem gente que fala mal  achando que é melhor que quem gosta... Mas não são! Se o livro é bom ou não, depende de vários fatores. Com certeza não é um livro que vai mudar a sua vida por ensinar valiosas lições, ou te dar a esperança de que um dia seu Edward (leia-se príncipe encantado) vai chegar, porque uma hora ou outra, entendemos que pessoas perfeitas não existem. Inclusive ele, não é perfeito, podemos acompanhar sua maturidade ao longo da série. Enfim, sobre a Saga há muito a se discutir... Voltando ao foco, quero dizer que a saga tem um enorme sucesso, e incentivou muita gente a ler, sendo bom ou ruim, só por fazer isso, já não é incrível? Quantos livros as escolas obrigam as crianças a lerem e não conseguem fazer o que esta saga fez com as adolescentes? Eu mesma, já gostava de ler, mas depois de ler Crepúsculo, comecei a ir cada vez mais atrás de livros que me trouxessem emoções, que me fizessem viajar e suspirar. Li com treze anos de idade, e tenho um carinho enorme pela série por isso. Se relesse com a cabeça que tenho hoje, sentiria o mesmo amor, mas talvez, reparasse alguns erros que antes não pude notar, não foi uma leitura crítica, mas com certeza, muito prazerosa.

   Temos que avaliar a questão, compreendendo que cada um é um ser diferente no palco da existência, que nossas experiências pessoais formam nossos gostos, e nosso caráter. E quando digo experiências pessoais, quero dizer nossa vida, os acontecimentos. Tudo que nos acontece, desde a infância, modifica um pouco de nós. Nosso coração decide, muitas vezes, se algo é bom ou ruim, enquanto a cabeça fica quieta, esperando sua hora de se expressar e acordar para o mundo. Mas o equilíbrio só é encontrado, quando ambos trabalham juntos, principalmente na literatura. As obras devem ser avaliadas pela emoção que nos transmitem, pelas belíssimas viagens que nos levam. pelo objetivo que trazem, pelo que nos ensinam, por  quanto nos faz pensar e refletir (esta parte ainda depende de nós) e muitos outros fatores. Se devemos empregar a construção dos personagens? Por que não? É muito importante para o autor conhecer seu personagem e entender que ele cria vida depois de ser criado. O personagem nasceu para a história, e não a história para o personagem, se não as coisas podem se perder e tudo se complica. Há variadas questões técnicas que merecem atenção, e compreendê-las ou não, não faz ninguém melhor que ninguém.

    Portanto, não é certo se deixar levar pelo orgulho, pela vaidade e pela presunção, ofendendo as pessoas por causa de seu gosto literário. Para exemplificar, cito um texto que falava sobre namorar uma garota que lê. Dizia que as garotas que leem, sabem que as pessoas evoluem, assim como os personagens, e entre parenteses estava "menos as fãs de Crepúsculo". Ah... Se soubessem de metade da minha vida com certeza não diriam isso. É tão errôneo julgar uma pessoa por uma coisa que ela gosta, sem conhecê-la a fundo... É o mesmo que chamar uma garota de burra só porque ela gosta de malhar. Conheço uma que é bem ligada nesse assunto, mas ela estuda em um renomado colégio e tem pensamentos sensacionais. Por conseguinte, devemos ficar atentos ao que falamos, pois muitas vezes ofendemos pessoas com conclusões precipitadas e errôneas.

4 comentários:

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    1. Sem querer exclui seu comentário. :////// (Desastre ambulante)
      Realmente é muito feio ver uma pessoa que lê se rebaixando assim, criticar é uma coisa, sair do contexto de educação é outra.

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  2. Concordo com todas as palavras que você disse. Você é 10, amei seu blog :D

    www.booksandmoviesandthings.blogspot.com

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