Editora: Ediouro
Autor: Álvares de Azevedo
Sinopse: Proporciona ao leitor uma viagem ao mundo fantástico da melancolia e morbidez que caracterizam a época em que viveu Álvares de Azevedo. Numa taverna, um grupo de conhecidos reúne-se para espantar o tédio com o vinho nos lábios e contos macabros afluindo da mente.
obs: Olá! Fiz um trabalho no colégio sobre este livro, e acabou que ficou como uma resenha! \O/ Aproveitando-me deste fato, trouxe ela para vocês. Então não reparem a linguagem formal! Valia nota!
Morbidez, orgias e uma taverna
Noite na Taverna, um livro de destaque na literatura romântica brasileira, choca o leitor com sua morbidez. Numa taverna, homens decidem contar histórias sangrentas para passar a noite em meio ao efeito do vinho. Em cada capítulo, um a um conta sua história. O que vemos são histórias românticas, cheias de morbidez, cadáveres, mortes trágicas, orgias e vinho. Tudo em linguagem sofisticada, melancólica e poética. Uma obra romântica em prosa, que se assemelha à segunda geração da poesia. As expressões mórbidas e pessimistas do mal do século marcam presença em Noite na Taverna. Além disso, encontramos a figura do poeta maldito nos narradores que se envolvem em brigas, orgias, festas, paixões e diversas formas de materialismo.
No início há uma discussão entre espiritualismo e materialismo, onde é citada a ideologia platônica sobre a imortalidade da alma e questões que envolvem Deus e a fé, fazendo referência ao sangue derramado pela Igreja Católica. Um dos personagens faz dura represália ao espiritualismo, afirmando a morte como único fim a tudo, colocando a impossibilidade da reanimação da matéria. São boas questões a serem levantadas, questões que causam grandes divergências até hoje e que valem serem discutidas. Afinal, na hora da morte, até o mais renomado homem da ciência se questiona sobre seu fim. Quem vence? A morte definitiva ou o espírito imortal? Fica a questão de Noites na Taverna, fica a questão de nossas vidas. E a discussão flui até que finalmente, sem chegar a uma conclusão, os homens decidem contar histórias sangrentas.
No início há uma discussão entre espiritualismo e materialismo, onde é citada a ideologia platônica sobre a imortalidade da alma e questões que envolvem Deus e a fé, fazendo referência ao sangue derramado pela Igreja Católica. Um dos personagens faz dura represália ao espiritualismo, afirmando a morte como único fim a tudo, colocando a impossibilidade da reanimação da matéria. São boas questões a serem levantadas, questões que causam grandes divergências até hoje e que valem serem discutidas. Afinal, na hora da morte, até o mais renomado homem da ciência se questiona sobre seu fim. Quem vence? A morte definitiva ou o espírito imortal? Fica a questão de Noites na Taverna, fica a questão de nossas vidas. E a discussão flui até que finalmente, sem chegar a uma conclusão, os homens decidem contar histórias sangrentas.
Além disso tudo, outro fator romântico é a idealização da mulher como anjo e demônio, a controvérsia pureza versus sensualidade. Algo que me chamou a atenção foi que em dados momentos a mulher era supervalorizada e em outros, tratada como objeto de prazer. Sempre vista assim: como alvo de prazer e nada mais. Conquistas? Sim, muitas. Como observamos, a mente humana evolui ao longo do tempo, e certos conceitos da barbárie humana ficam para trás. Então, eu gostaria de saber quando nos livraremos da cultura do culto ao corpo, ao abandono do amor? Quando alguns homens deixarão de ver seres humanos iguais a si mesmos como objetos?
O tom chocante de Noite na Taverna é enorme. Para demostrar tal, contarei um pouco do conto Sofieri. Em uma noite, o narrador encontra uma mulher misteriosa e sombria na rua. Um ano depois, a reencontra num cemitério. O que há de chocante? A mulher está morta num caixão! Ele, fascinado, despe-a e se aproveita de forma que, em meio ao gozo, ela desperta. Não estava morta! Após ir para sua casa, a noiva do cemitério vive por dois dias mais, enlouquecida. Ao morrer, é sepultada no quarto do narrador, Solfieri, que guarda sua capela de defunta, levando-a sempre junto de si.
Deu para perceber? Morbidez e sensualidade, além de muitas outras coisas. Considerei este conto interessante, em meio a muitos outros. Apesar do peso da obra, que apresenta necrofilia e antropofagia, considerei Noite na Taverna uma boa leitura, que desperta interesse no leitor. É diferente, muito diferente do que estamos acostumados a ver.
Portanto, se está cansado de livros clichês, cheio de romances sobrenaturais e jornadas de heróis com mesmo roteiro, aventure-se neste livro e delicie-se com o Romantismo. Cuidado se não está muito acostumado com tal linguagem, pois a leitura pode se tornar cansativa. De qualquer forma, viaje para outro mundo sombrio sem sair de casa. Não se esqueça da sua xícara de chocolate para acompanhar.
Obs: Resenha feita por mim como postadora no blog Flor de Lis.
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