Autora: Luciane Vieira Z
Editora: ModoPáginas: 512Assunto/ Categoria: Antigo Egito, Romance, Sobrenatural, Romance Histórico, Literatura Nacional.Sinopse: No cenário do Antigo Egito, as vidas do príncipe herdeiro e da filha do sacerdote do deus Amon se cruzam, seus pais disputam poder na cidade mais importante do Egito. Ele criado para governar o país, ela retirada pela mãe de uma vida de conforto e luxo é criada escondida em uma vida de muitas dificuldades. A vida de Zeq é marcada pela crença popular que ele é filho de um deus e a vida de Naia é marcada pela descrença desde que a mãe mentiu ao dizer que seu pai estava morto, mas sua mãe na eminência da morte faz uma revelação, seu pai está vivo e lhe entrega uma prova disso. Preocupada com o estado da mãe e sem recursos ela comete um ato desesperado e furta alguns alimentos, na fuga é presa por um guarda do Faraó e levada ao calabouço. O que o futuro Faraó do Egito não imaginava é que ficaria fascinado pela beleza e personalidade da jovem. Naia tem o curso de sua vida drasticamente alterado, pois não sabe se odeia ou ama Zeq e terá que decidir se vive esse amor conturbado e assume a responsabilidade de se tornar a Princesa do Egito! Enquanto ela luta para definir seus sentimentos, tem que enfrentar traumas do passado, desconfianças e inimigos que tentam a todo custo atrapalhar seu relacionamento com Zeq.
Olá, queridxs! Voltei! Depois de uma ressaca pós-ENEM, posso dizer que sobrevivi. \o/ Agora é só esperar essa eternidade até os resultados. Vamos torcer!
A resenha de hoje é deste livro que chegou até mim pelo book tour organizado pela Sammy, do blog Da Imaginação à escrita. Antes de tudo, agradeço a ela pela oportunidade e paciência com meu atraso em enviar esta resenha.
Pose para momento de superação à egípcia.
Fascínio Egípcio é um livro que por si só já chama a atenção. Como não se encantar com essa cultura? Ainda mais para nós, loucas por romances, quando há uma premissa de romance adaptado à época com tudo para ser envolvente? Sem falar no âmbito sobrenatural que a cultura fornece. Isso tudo com certeza atraiu minha atenção para esta leitura. E o livro traz, sim, todos esses aspectos. Há magia, romance, antagonistas, armações, dificuldades próprias a serem superadas... tudo nesse clima super especial. Entretanto, acredito que alguns pontos poderiam ser mais explorados e outros, melhorados. E espero ver tudo isso na continuação, que já terá espaço para um amadurecimento dos personagens e da escrita - fato que qualquer escritor, pessoa, ser humano, se aperfeiçoa com o tempo.
O livro conta a história de Naia e Zeq. Naia teve uma vida simples, fora de todo o luxo no qual pensamos ao visualizar a cultura egípcia antiga, Sua mãe era uma espécie de curandeira através das ervas, e era dali que vinha o sustento de ambas. Quando a mãe de Naia adoece, a situação de dificuldades financeiras se agrava. Naia se vê tendo que pedir alimentos na rua. Quando não consegue nenhuma ajuda, tenta furtar frutos de uma barraca. Mas não obtém sucesso: é presa. Só que antes disso, sua mãe havia lhe revelado que ela era filha de um sacerdote influente, que poderia ajudá-la após sua morte, e dá a Naia os meios de comprovar isso. Com a ajuda de Armais, um dos guardas que a prende, consegue entrar com contato com o príncipe Zeq para ser libertada e ir atrás de seu pai.
Zeq é o filho do faraó, e ajuda tanto Naia porque se encanta por ela ao vê-la. Já ela, sente certo receio de ficar muito próxima a ele. Fica evidente que o sentimento de Zeq é um tanto platônico, porque ele não a conhece,todo seu fascínio é pelo que ela parece ser para ele. E até no decorrer da história, quando ele percebe que ela não será aquela mulher que agirá de acordo com suas expectativas, vai se decepcionando amargamente, tomando atitudes imprudentes e radicais quanto a ela. Apesar disso, no início ele demostra grande determinação em casar com Naia, fazendo sacrifícios que comprovam sua determinação e coragem, assim como sua tendência a persistir de forma intensa atrás da satisfação de seus desejos.
O início me ganhou de cara. Talvez da mesma forma tenha posto um ideal em Zeq, criei expectativas de que ele fosse um tipo de personagem - que eu amaria, com certeza - que leitora não faz isso? Cada livro toma uma dimensão dependendo do leitor. As cenas sempre passam por algo da nossa experiência, seja o personagem o que for, o sentimento o torna humano, traz a identificação. Quando isso acontece, ler não deixa de ser um ato de amor. Voltando ao assunto, Zeq mostrou um tom brincalhão, jovem e apaixonado que cativa os leitores. E Naia é, com certeza, uma boa personagem: tem, acima de tudo, uma alma bonita. Logo de cara isso fica bem perceptível, pois ela está num momento (a morte da mãe), em que suas atitudes diriam muito a seu respeito. O que me disseram foi que ela é capaz de um grande amor - aquele real, com sacrifícios quando necessário, alegria genuína...
Quando ela e Zeq passam a interagir, ela tem um tipo de aversão a ele, que se justifica posteriormente. Enquanto ele a provoca bastante. Porém, há inimigos entre eles, dentro das pessoas de confiança do faraó, que jogarão várias intrigas sobre o casal. O amor ainda imaturo, frágil, foi facilmente atingido. Fato mais evidente para tal fragilidade é a falta de diálogo entre eles. Como um não questiona o outro sobre algo que incomoda a si mesmo, sobre algo que ouviu dizer, para se livrar do peso e esclarecer tudo. Não, Naia e Zeq prefeririam acreditar cegamente no que vem de fora e sofrerem as consequências, aplicando castigos que deveriam se dirigir ao outro, mas que atingem acima de tudo a si mesmos. Parece cliché, mas quando se ama alguém, a máxima de que o rancor atinge mais ainda a pessoa que o sente é pura verdade. Esse nunca seria o contrário do amor, o contrário do amor seria a indiferença.
Não quero soltar spoilers, então para especificar melhor um dos conflitos do casal, vou tentar resumir os "pontos-chave" da situação. A sociedade em que vivem é patriarcal. Do tipo: se a mulher for adúltera, sofre punição gravíssima, enquanto o homem ainda é aconselhado a ir procurar bordéis. E quando infringe regras de boa conduta nos próprios bordéis, não sofre penas por isso. Ah... sim!! Temos cenas em lugares como esses. Confesso que acho interessante ver esse tipo de cena em filmes do tipo, onde geralmente a mocinha é muito submissa, o exemplo da boa moça. Gosto de ver cenas onde a mulher parece ter algum poder de verdade. Acredito que gostaria ainda mais se pudesse visualizar a cena, mesmo que sem tanto poder feminino, no livro. Não há tantos detalhes de descrição do local. Zeq vai até um dos bordéis, mas não fica com ninguém - até porque, né...?. Sua intenção é se aproximar dos guardas, a ideia dele de aproximação é pagar a noite para todo mundo e ficar sentando bebendo, enquanto os outros ficam um tanto quanto... ocupados. Só que uma intriga acontece, e Naia descobre que ele frequenta o bordel, acreditando que ele realmente fica com mulheres lá. Ela não fala com ele. Seu orgulho fica ferido, e Zeq não percebe que há algo errado, ela pensa apenas que ela não gosta dele, que se casou forçada. Enquanto isso, ela até inventa de entrar no bordel como uma das mulheres de lá para encantar o príncipe, que acaba se deitando com ela. Aí sim, queridinha, mostre seu poder...
Só que mesmo depois disso, a insegurança dos dois é algo impressionante. Até eles sentarem para conversar e verem que se amam - isso depois de anos de casamento - há muita tensão no livro. Mimimi pra cá, mimimi pra lá... Vai, volta, vai volta... "Eu errei, viu?", "Ninguém sai!"... Por isso eu disse no início que esperava mais. O assunto é amplo, dá margem para fazer um monte de coisas. E me pareceu que muitas páginas foram dedicadas a essa tensão dos dois. Acredito que tenha sido consequência da falta de revisão. No livro está escrito que houve revisão, tem o nome da responsável por isso, e que eu saiba, numa editora, o texto passa por um monte de gente que o relê até chegar às nossas mãos. Não pareceu que isso aconteceu com Fascínio Egípcio. Tem um número enorme de erros de português, que se repetem, como a expressão "encima". Não li nenhuma vez "em cima". Fora outros pontinhos que poderiam ser mencionados... Mas isso é frustrante, pois provavelmente a autora teve que pagar para ser publicada, investir nisso - e caro! - para no final ter um trabalho desses.
Apesar desses detalhes de revisão da gramática e do texto, da história, o livro é recomendado sim. Adorei as cenas espiritualistas, onde Naia vê coisas, tem sonhos que são sinais de intuição. A "crítica" dela à matança de animais para cultuar deuses. O envolvimento da crença em geral, e da descrença. O jogo político, de guerra, envolvendo o Faraó, Zeq, e outros personagens também é muito interessante. Fora o carinho que se estabelece entre todos eles, a amizade que nasce entre Roant e Naia (Roant se casa com Armais). E o carinho de irmãos que há entre o príncipe e Armais. Assim como o envolvimento do pai de Naia. E sem falar no final arrasador, que deixou ponta para uma continuação da qual farei questão de buscar spoiler, pois o livro termina com uma pergunta cuja resposta só pode ser sim ou não. Só lerei a continuação se a resposta for não, continua blá, blá, blá. Quem já leu com certeza vai entender o sofrimento. Espero que a continuação venha firme e forte, aproveitando a superação que os personagens tiveram de suas crises geradas pela falta de comunicação e confiança. E explorando mais tudo que a cultura egípcia pode oferecer. Assim como o eixo sobrenatural mais explorado pela história. Então, sim, eu recomendo, avisando sinceramente sobre esses detalhes para os quais chamei a atenção.
Boas leituras!
Oi Vivian, não li ainda, acho tanto a capa quanto a sinopse interessantes, e sua resenha serviu para me mostrar um pouco mais do livro. Pretendo ler.
ResponderExcluirBjs, Rose.