Olá! Tudo bem com vocês? Vamos à resenha de um livro que é puro amor e aquela leitura diferente que você tanto procurava.
- Livro cedido em parceria com a editora -

Autor: Terry PratchettEditora: Bertrand - Grupo Editorial RecordAssunto/ Categoria: Aventura, Religião, Infanto-juvenil, Crença, Ficção.Páginas: 307Sinopse: "Só porque você consegue explicar não significa que não seja um milagre."Religião é um assunto controverso em Discworld. Todo mundo tem sua própria opinião e até seus próprios deuses, que podem ser de todas as formas e tamanhos. Nesse ambiente tão competitivo, as divindades precisam marcar presença. E a melhor maneira de fazer isso certamente não é assumindo a forma de uma tartaruga. Nessas situações, você precisa, e rápido, de um assistente. De preferência alguém que não faça muitas perguntas... "Esta sátira sobre a religião institucionalizada e corrompida sugere, com um humor ágil e intrigante, que o poder dos deuses talvez seja proporcional à crença de seus seguidores." - The Independent"A inventividade espetacular de Terry Pratchett faz da série Discworld um prazer incessante na ficção moderna." - Mail on Sunday
"Só porque você não consegue explicar não significa que não seja um milagre"

Neste enredo o que se passa é que o Grande Deus Om, cultuado por um povo de forma fanática, com direito a perseguição a infiéis e torturas e mortes, perdeu poder. No mundo retratado todos os deuses em que as pessoas acreditam existem, só que são retratados como seres que possuem sentimentos humanos e que não dão a mínima para seus seguidores. Só recorrem a eles porque precisam da crença das pessoas para existir. Quando muitas pessoas acreditam, há um deus com poder. Quando nenhuma acredita, o deus se perde. E quando poucas ou uma pessoa só acredita, o deus se vê limitado, é um "pequeno deus". É isso que acontece com Om. Seus muitos seguidores mesmo estando ali, enchendo templos, na verdade não acreditam nele, no Deus. E ele só se mantém no corpo de uma tartaruga, sabe-se lá como, pela crença de um único fiel: Brutha.
Brutha ocupa um cargo pequeno dentro da religião. Foi criado por um homem de maior influência dentro dela e aprendeu o que pôde com ele. Apesar disso, não sabe ler e não parece "culto" ou "esperto" para o meio em que vive. O que o diferencia e marca suas qualidades são uma excelente (de verdade!) memória e um coração gigante que acredita verdadeiramente na sua fé e tem esperanças de melhora, esperanças nos seres humanos. Por ser o único que acredita verdadeiramente no deus Om, é quem consegue ouvi-lo quando a pequena tartaruga se aproxima e começa a falar. No início você não coloca tanta fé no personagem, mas depois vê que é ele e seu coração bom que fazem a diferença num mundo onde isso é raro.
O autor cria cenas engraçadas, que dão pequenas alfinetadas no modo de viver a fé e na sociedade que diz protegê-la. Cada coisa que ele monta nesse mundo parece uma reflexão sobre a nossa realidade. Por exemplo, é impossível não ver reflexos dela quando o homem com maior cargo religioso é um tirano sádico que não tem fé em nada e nem conhece o deus por quem diz torturar e matar. Só sacia seus desejos de sangue em nome da religião. Como isso pode não nos lembrar do Tribunal da Inquisição de séculos atrás e as caçadas para garantia do poder? E a existência de várias crenças deve lembrar também a competição que as pessoas fazem para falar de sua crença como melhor que outra, quando na verdade fica claro o modo de divisão e que deus fica com mais fiéis. E como seria possível não reparar que a morte é uma só para todas as crenças? Em cada linha que o autor nos faz refletir sobre a realidade do que as pessoas chamam de fé de forma irônica e sagaz, o que torna o enredo aparentemente juvenil em algo maior.
O livro faz parte da série Discworld, que possui 40 livros, sendo este o primeiro publicado pela Bertrand. O autor faleceu recentemente, em março. E eu espero ter mais dessas preciosidades deixadas por ele publicadas aqui.
5 Estrelas

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